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O que aprendi com o super-homem

Saltei da cama, voei e aterrei de forma errada sobre o meu pé, partindo‑o. Tinha 6 anos, e todos os indícios apontavam para o facto de eu ser do planeta Krypton, cujo Sol explodiu quando eu era bebé, deixando‑me órfão num planeta cheio de pessoas que jamais me entenderiam plenamente. Tinha uma capa (o meu cobertor do Super‑Homem). A gravidade fraca da Terra não me conteria. Nada podia conter‑me. A minha mãe afirma que conseguiu ouvir o estalar do osso do outro lado da nossa casa suburbana. Crack! Aterrei. Talvez fosse verdade, ela podia ter ouvido.

Tive de usar gesso. No primeiro dia na primeira classe, numa escola nova, eu era «esse miúdo». O que mancava. O que tinha gesso . O leitor sabe, aquele com quem provavelmente teria andado porque era óbvio que eu estava destinado a ser o miúdo mais fixe da primeira classe. No final do dia, sentia comichão dentro do gesso.
Era horrível. E estava a chover. A professora Klecor só nos deixava sair para irmos apanhar o autocarro, no final do dia, se conseguíssemos soletrar os nossos nomes. Tenho um péssimo apelido para tal tarefa. Altucher. Tinha a certeza de que ia perder o autocarro.
Fui o último que restou. Comecei a chorar. Iria tirar o gesso depois da escola, mas não se não conseguisse soletrar o meu nome e perdesse o autocarro.

Quase 30 anos mais tarde, continuo a ser o Super‑Homem.
Ou melhor, sou o desajeitado Clark Kent. Uso óculos. Tenho cabelo preto. Costumo ser tímido em público. As pessoas costumam rir‑se de mim. E, tal como muitas pessoas, tenho uma identidade secreta. Uma que vou revelando aos poucos à Lois Lane que vive mais perto de mim. Mas, mesmo assim, se tivesse de revelar tudo, acabaria preso ou num hospital ou numa instituição, ou teria mais pessoas a detestar‑me do que o normal, ou a Claudia deixava‑me, ou outras pessoas seriam muito prejudicadas por quem se aproveitasse da verdade. É a minha identidade secreta.

Desde os 4 anos até aos 44 que leio o Super-Home m. Se não estivesse a escrever este livro, hoje podia sentar‑me e escrever 50 argumentos para submeter à DC Comics. Porque é que a história do Super‑Homem é tão chamativa? Obviamente, pela ideia de que todos somos o Super‑Homem. Todos somos tímidos e estranhos e ai, se as pessoas conhecessem o nosso eu verdadeiro. O que está por debaixo do fato, dos óculos, o que abre a camisa branca, lisa, revelando as cores vivas, os superpoderes, a inteligência inacreditável, a bondade, a moral e a força física. Não tem de acabar. Quando passamos da infância para a idade adulta, somos ensinados a deixar as histórias da nossa juventude para trás. Não siga esse conselho. Se guardarmos as joias escondidas no interior, as histórias da nossa juventude podem ajudar‑nos a percorrer o mundo como um super‑herói. As pessoas que se Escolhem a Si Mesmas são os novos super‑heróis. Os que nunca perderam a herança criptoniana.

Comece por aperceber‑se de que ainda tem uma identidade secreta. Reconheça‑a. Acorde todos os dias e diga a si mesmo: «Sou um super‑herói. O que é que posso fazer para salvar o mundo?» E aparecerão respostas, verá oportunidades, descobrirá novos passos. Descobrirá como voar até onde é preciso. Como levantar o carro, como usar a sua visão raio X para ver as soluções que ninguém pensou serem possíveis.

Se pensar bem, o Super‑Homem não tinha, na verdade, quaisquer poderes úteis. Todos temos os mesmos poderes, mas receamos admiti‑lo. As pessoas dizem sempre que o Batman não tinha poderes, mas o Super‑Homem tinha. Na verdade, é o oposto. Pense nisso: quando é que alguma vez precisaria de superforça? Vai mesmo pegar num carro nos próximos tempos? Não, é claro que não! Visão de calor? Para quê? Tenho um micro‑ondas. Visão raio X? Posso ver a mulher mais bonita do mundo nua sempre que quiser. Todos os meus vizinhos são horrendos mesmo vestidos. E todos sabemos que, geralmente, as mulheres são mais sensuais com roupas minúsculas do que totalmente nuas. E superaudição? Já sei o que é que toda a gente pensa de mim. Acho que ficaria horrorizado se as ouvisse dizer o que já sei que elas pensam.
Que mais? Ah, pois, voar. Para onde é que voaria? E as pessoas ver‑me‑iam. E comeria moscas e iria contra pássaros. Que nojo! Esqueça. Eu não quero voar. Nem sequer tenho carta de condução. Vou a pé. Ou vou de comboio, e vejo um filme no meu iPad. Ah, e as balas não afetam o Super‑Homem. Para ser sincero, nunca ninguém me deu um tiro, portanto, isto não me parece ser um poder útil para mim.

Contudo, o simples facto de saber que sou o Super‑Homem, com poderes secretos, basta para me fazer feliz. Eu sou o Super‑Homem. Estou acima das preocupações dos terráqueos. E acredito nisso com todas as forças que há em mim. Esse é o meu segredo.O segredo tem poder.

O único superpoder de que o leitor realmente precisa é o que o leva constantemente a perguntar, desde o segundo em que acorda até ao segundo em que adormece: «Que vida posso salvar hoje?» É uma prática. Muitas vezes, esquecemo‑la. Resistimos‑lhe. Em vez de salvarmos vidas, preocupamo‑nos demasiado em salvar‑nos a nós mesmos. «Como é que vou pagar as contas?» «O que é que faço em relação ao facto de o meu patrão dizer mal de mim?» E por aí adiante.

Em vez disso, o leitor recebe superpoderes se tiver tentado salvar pelo menos uma vida durante todo o dia. Experimente. Amanhã, acorde e diga: «Hoje vou salvar pelo menos uma vida.» Até aju‑dar uma velhinha a atravessar a estrada conta, ou até responder a um e-mail e ajudar alguém a tomar uma decisão importante. Até entrar em contacto com um amigo distante e perguntar «Como estás?» pode salvar‑lhe a vida. O leitor pode salvar uma vida hoje. Não deixe que o Sol se ponha sem ter feito isso. O leitor é o Super‑Homem.

Em Escolhe-te a Ti Mesmo, James Altucher, SELF.

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O guerreiro interior, segundo Bruce Lee

Embora possa ser surpresa para aqueles que estão em plena crise emocional ou existencial, mas a verdade é que a resposta para quase todos os nossos problemas já se encontra dentro de nós. Ela existe sob a forma de um grande reservatório de energia que flui livremente, a qual, quando canalizada para os nossos músculos, pode dar‑nos uma força enorme e, quando orientada para o nosso cérebro, pode conceder‑nos uma clareza e uma compreensão imensas. Os chineses chamam chi a esta energia que acontece naturalmente e que, segundo a sua convicção, circula em ciclos contínuos no interior dos nossos corpos.

Alguns compararam esta enorme energia interior à teoria quântica na Física; ou seja, os padrões de energia subatómica que são mantidos para serem sinónimo das forças evolutivas inerentes ao crescimento e ao desenvolvimento de todas as coisas. Esta energia não é observável, digamos, sob a forma em que as partículas ou outras formas sólidas de matéria o são, mas também não é exatamente uma onda ou um processo.
Evidentemente, é mais uma combinação dos dois. Em todo o caso, como veremos mais adiante, tudo na vida imita este ciclo de energia em processos que são rapidamente percetíveis — do átomo ao sistema solar. A recompensa, na nossa aprendizagem, por nos ligarmos a estes vastos ciclos de energia é que, ao fazê‑lo, o resultado pode ser uma completa e total harmonia entre a mente e o corpo, que atinge o seu auge sob a forma de um enorme despertar espiritual, o qual os sábios taoistas da China Antiga apelidaram de tun‑wu e os mestres zen japoneses chamam satori.

Não admira que o lendário profissional de artes marciais do século XX, Bruce Lee, tivesse conhecimento total da existência destas grandes forças, o que o levou a comentar, certa vez:

«Sinto que tenho esta enorme força criativa e
espiritual dentro de mim que é maior do que a fé,
maior do que a ambição, maior do que a confiança,
maior do que a determinação, maior do que a visão.
É tudo isto, junto… Seja divina ou não, eu sinto esta
grande força, este poder inexplorado, este algo
dinâmico dentro de mim. Este sentimento desafia
qualquer descrição e não há experiência a qual seja
possível compará‑lo. É uma espécie de emoção forte
misturada com fé, mas muito mais forte.»

Se me permitirem a ousadia de tentar simbolizar esta enorme fonte de energia interior, a imagem que melhor a representaria talvez fosse a de um profissional de artes marciais ou a de um guerreiro. Afinal de contas, o guerreiro é uma imagem que representa uma força maior, a qual, sendo mobilizada corretamente, lhe permitirá vencer muitas batalhas, mas, sendo mal orientada ou negligenciada, pode erguer‑se e tornar‑se a sua Némesis. A maioria de nós, no Ocidente, negligenciou a nossa força guerreira, ignorando a sua presença e renunciando até à tentativa de nos ligarmos a ela. O resultado é que acabamos por nos tornarmos muito menos do que tudo o que podemos ser. Como afirmou, certa vez, o psicólogo norte‑americano, William James, no seu ensaio intitulado The Energies of Men (As Energias dos Homens): «Comparado com aquilo que deveríamos ser, estamos apenas meio despertos. As nossas fogueiras são um braseiro. Estamos a usar apenas uma parte reduzida do potencial dos nossos recursos mentais e físicos.»

Se, no entanto, escolhermos aceder a esta energia interior, tornar‑nos‑emos no que podemos ser — despertando de imediato as nossas paixões e atiçando completamente a chama do nosso potencial máximo — e as nossas vidas mudarão. Tornar‑nos‑emos mais apaixonados, mais confiantes — mais à vontade connosco e com o mundo à nossa volta — e alcançaremos, quase sem esforço, os nossos objetivos. Seguramente, Bruce Lee conseguiu aceder a esta força quando assim o desejava, e era sua a convicção de que as grandes coisas são possíveis quando já tivermos aprendido a canalizar o que ele chamou «aquelas grandes forças espirituais interiores», com o olhar posto no futuro: «Quando o Homem alcança a cons ciência vital dessas grandes forças espirituais no seu interior e começa a usá‑las na Ciência, nos negócios e na vida, o seu progresso no futuro será incomparável.»

em O Guerreiro Interior, SELF.

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Simplificar

Encarar tudo de forma mais simples, ou simplificar, é perceber que, por vezes, menos é mais. E o que será isto do “menos”?

Certamente que será algo diferente para cada um de nós e, conforme já referi, cada um de nós poderá fazer a sua interpretação e de acordo com o momento de vida que está a viver. Ainda assim, este “menos” simboliza claramente a diminuição de algo que nos aflige, que nos faz mal, mas de forma realista e sem ser através do evitamento. Ao fazer isso, permitimos que surja mais espaço na nossa vida ou dentro da nossa cabeça para que outras coisas se ampliem.

Creio que todos queremos ser felizes, genericamente falando, pois à parte as diferenças entre todos, o ser humano procura o prazer, a felicidade, a satisfação… Seja através da profissão, da nossa relação com os outros ou da forma como vivemos connosco (ou com tudo conjugado). No fundo, a forma como estamos na vida, virados para todos estes pontos cardeais e pautados pela simplicidade no estar, pode dar azo à potencialidade de estarmos saudavelmente conectados connosco e com tudo o que nos rodeia.

(…)

E ao refletir um pouco concluí algo que pode ser um cliché, mas que é algo que podemos desejar e procurar encontrar: a melhor fase da nossa vida tem de ser aquela onde nos encontramos.

(…)

O desafio maior que temos nas nossas vidas talvez não seja só sermos felizes, será também estarmos na melhor fase das nossas vidas, precisamente no momento em que nos encontramos com tudo o que isso traz. Sejam encontros ou desencontros. Este ponto de vista pode parecer pouco lógico, pois o ser humano não quer sofrer, mas na realidade, o passado não existe e o futuro ainda não se fez. Ambos residem dentro de nós e tanto podem ter um poder abissal e descontrolado como podem ser uma ferramenta útil.

A grande aprendizagem (e dificuldade) é estar presente no momento em que nos situamos, conectados, aceitando o que surge. Essa aprendizagem é a vida! E é algo para manter durante todo o tempo que temos.

Também quando estamos perdidos dentro das nossas confusões, less is more (menos é mais). Menos é mais porque, por vezes, o silêncio e o “não fazer” trazem‑nos mais frutos. E mais frutos é muito bom, nada menos, ou less. Less is more porque não atiça a fogueira do incêndio interno que, por vezes, nos consome. É como baixar o volume da nossa confusão interna. Less é a água que vem abrandar as labaredas e resfriar a temperatura. Mas Less is more but not good (menos é mais, mas não é bom), quando nos agarramos a isso para não fazer nada, não dar passos em frente e ficar na bolha (que é como quem diz, ficar no conforto de não fazer nada).

Como diz Larry Dossey, “não devemos romantizar o que é simples”, e nem sempre é fácil encontrar um meio‑termo ou um acordo entre aquilo que pode ser percecionado como simples. Como em tudo, é necessário encontrar um equilíbrio e entender de forma consciente quando é que é necessário parar e quando é que é necessário agir. É como encontrar uma saída mais simples no meio de tanto caos, interno e externo. E isso é, por vezes, o mais desafiante. De qualquer forma, saber encontrar este equilíbrio é a chave para outros equilíbrios da vida. E é através da experiência que conseguimos encontrar a sabedoria de o fazer da forma certa, no momento certo.

Faz este pequeno exercício:

  1. Quais os temas mais complicados na minha vida?
  2. Dentro desses temas, quais os que são da minha responsabilidade ou em quais posso agir?
  3. Em algum deles é possível não agir nem pensar nisso, nem que seja por um dia?

Em A vida não tem Mapa de Ana Caeiro

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Como está a sua situação financeira?

Para testar o seu autoconhecimento sobre os hábitos relativos a gastos, poupanças e investimentos, faça o teste que Kevin O'Leary desenhou para saber melhor o seu perfil financeiro, os seus objetivos e a sua capacidade de os atingir.

SOBRE GASTOS

1. Sabe, a qualquer momento, exatamente quanto tem na carteira e nas contas à ordem/de investimento/de poupança? S/N

2. Vai às compras com uma lista específica, comprando apenas o que dela consta, com raras exceções? S/N

3. Abstém-se de pagar bens de consumo ou artigos de mercearia com cartão de crédito, pagando-os apenas em dinheiro ou com cartão de débito, a menos que seja absolutamente necessário? S/N

4. Resiste a compras de última hora (tais como revistas, barras de chocolate ou pastilhas elásticas) quando já se encontra na fila para a caixa? S/N

5. Pesquisa preços e compara-os antes de se deslocar às lojas? S/N

6. Em casa, evita ou bloqueia o canal de compras para se impedir de fazer compras desnecessárias a partir do sofá? S/N

7. Paga os cartões de crédito ao fim do mês, usando-os apenas por comodidade ou para juntar pontos? S/N

8. Mantém os recibos cuidadosamente arquivados e devolve prontamente os artigos com os quais não ficou satisfeito ou chega à conclusão de que não precisa? S/N

9. Inteira-se de todos os descontos, abatimentos e cupões disponíveis antes de fazer qualquer compra? S/N

10. Consegue evitar ir às compras quando está irritado, entediado, preocupado ou cansado? S/N

SOBRE POUPANÇAS

1. Põe uma quantia de parte todos os meses para poupança, sem nunca se afastar desse compromisso a menos que haja uma emergência? S/N

2. Subscreve a conta de poupança com os juros mais altos que encontrar? S/N

3. Mantém saldos mínimos para evitar pagar taxas bancárias? S/N

4. Sabe quanto paga em taxas bancárias? S/N

5. Vive dentro das suas possibilidades? S/N

6. Faz do pagamento das dívidas uma prioridade? S/N

7. Se tem filhos, tem algum plano de poupança para a educação deles? S/N

8. Se está a planear comprar uma casa, tem poupado o suficiente para dar a entrada (pelo menos 20 por cento)? S/N

9. Cultiva bons hábitos — como levar o almoço para o emprego e usar bibliotecas — com o objetivo expresso de poupar dinheiro? S/N

10. Tem dinheiro de parte para uma emergência? S/N

SOBRE INVESTIMENTOS

1. Está preparado para investir? S/N

2. Tem os seus objetivos para a reforma bem definidos? S/N

3. Sabe até onde está disposto a arriscar? S/N

4. Tem conhecimentos básicos sobre os diferentes produtos financeiros ao seu alcance, como ações, obrigações, obrigações do tesouro ou fundos de investimento, e sobre as diferenças entre produtos que rendem ou não juros ou dividendos? S/N

5. Tem um plano de pensões? S/N

6. Compreende os planos de poupança-reforma e os benefícios fiscais que lhes estão associados? S/N

7. Trabalha com um consultor financeiro de confiança que o ajuda a mover-se no campo dos planos de investimento complicados? S/N

8. Presta regularmente atenção às notícias financeiras? S/N

9. Investe apenas em instrumentos que compreende? S/N

10. Reage a mercados voláteis com moderação e paciência? S/N

Se respondeu sim à maior parte destas questões, parabéns. Espero que os meus livros reforcem os seus bons hábitos relativos a gastos, poupanças e investimentos e o ajude a não os deixar deteriorar-se.
Se respondeu sim a cerca de metade e não à outra metade, então encontrará em ambos os livros, conselhos valiosos para o ajudar a reequilibrar a balança a favor da sua saúde financeira.
Se respondeu não à maior parte das perguntas, então está a encaminhar-se para problemas financeiros. Mas não é tarde para mudar; de facto, em questões de dinheiro, nunca é tarde para mudar.

Livro de Bolso

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Como podemos garantir o nosso sustento?

Percebi que alguma coisa teria de mudar quando regressava do trabalho, a caminho de ir buscar a minha filha à pré‑primária.

Pensei que, se tivesse mais controlo, conseguiria reorganizar o meu horário para trabalhar de forma mais intensa de manhã, quando me sentia mais criativa e produtiva, passando as tardes a vestir bonecas e a fingir ser um macaco. Poderia completar as tarefas do dia depois de a deitar às sete da tarde.

Para que isto acontecesse, precisava de duas coisas: mais poder e mais
dinheiro.

A única forma de conseguir realmente o que desejava seria afastando‑me da economia tradicional que funciona à base de empregos a tempo inteiro com horários definidos. Precisava de conseguir a minha independência financeira ganhando dinheiro adicional além do meu trabalho a tempo inteiro, para deixar de ser vulnerável ao despedimento e poder, eventualmente, trabalhar por conta própria e definir o meu próprio horário. A questão ia muito além do dinheiro. Queria poder controlar a minha vida.

No meu trabalho como jornalista especializada em economia, conheci outros que equilibravam por tempo indefinido biscates com trabalho a tempo inteiro, criando uma fonte de rendimento híbrida e estável. Muitos perceberam, como eu, que os seus empregos a tempo inteiro poderiam desaparecer a qualquer momento e sabiam bem que isso seria devastador. Queriam proteger‑se e às suas famílias. Uma arquiteta despedida publicou no mercado online de artesanato Etsy.com algumas tábuas de corte com forma de estados que fizera para o seu casamento e, meses depois, vendera milhares e transformara o seu passatempo num negócio a tempo inteiro, conseguindo maior segurança profissional para si e para a sua família do que alguma vez tivera como arquiteta. Uma gerente de livraria, frustrada com os horários longos e com o salário anual de vinte e oito mil dólares, percebeu que nunca conseguiria pagar o tipo de vida que desejava para a sua família sem uma mudança drástica. Por isso, lançou o seu negócio de formação em empreendedorismo para pessoas criativas e com dotes manuais. Em dois anos, o seu rendimento anual aumentou para 150.000 dólares e conseguiu obter controlo total do seu horário de trabalho.

Estas não são simples histórias de sucesso no empreendedorismo. A maior parte de nós nem sequer se vê como empreendedor e não iniciámos o percurso com o objetivo de trabalharmos por contra própria (alguns de nós não pretendem abandonar os empregos a tempo inteiro). Fomos forçados a criar um plano secundário quando o principal começou a vacilar.

Estas histórias são as nossas histórias de sobrevivência. Vistas em conjunto, sublinham um facto acerca da nossa economia que poucas pessoas podem continuar a ignorar: hoje em dia, todos precisamos de mais do que uma fonte de rendimento.

Uma sondagem da Gallup de 2012 concluiu que perto de três em cada dez trabalhadores receiam o despedimento, enquanto quatro em cada dez receiam um corte nos benefícios. É difícil levarmos as nossas vidas com normalidade, indo ao supermercado e planeando férias, com esse tipo de ansiedade pairando sobre as nossas cabeças.

Em simultâneo, a vida torna‑se cada vez mais cara. Os preços dos bens alimentares e da gasolina, o aluguer da casa e até o preço do café não param de subir.

É por esse motivo que tantos de nós decidiram procurar um modo de vida alternativo. Um modo de vida que não nos faça sentir que caminhamos sobre um arame, a um passo do desastre. Enfrentamos o stress e a estagnação procurando formas de ganhar dinheiro fora dos nossos empregos a tempo inteiro (se ainda os tivermos). Frequentemente, sentimos que não temos escolha. Precisamos de dinheiro e os nossos empregos não o geram em quantidade suficiente.

Assim, num mundo sem segurança profissional e com pressão financeira crescente, como poderemos garantir a sustentabilidade para nós mesmos e para as nossas famílias?

A resposta mostrou‑se óbvia. Teremos de criar ativamente formas múltiplas de ganhar dinheiro através de iniciativas empreendedoras.

De muitas formas, manter empregos a tempo inteiro durante tanto tempo quanto conseguirmos enquanto desenvolvemos lentamente os nossos projetos de empreendimento permite‑nos o melhor de dois mundos.
Apesar dos cortes, os nossos empregos continuam a incluir frequentemente um seguro de saúde (e, possivelmente, seguros de incapacidade e de vida), um salário regular, oportunidades de desenvolvimento de capacidades, socialização e uma linha de suporte para situações de dificuldade. Entretanto, os nossos biscates permitem uma possibilidade de diversificar e aumentar o nosso rendimento, de nos realizarmos criativamente, de tentar gerir um pequeno negócio e de exercer maior controlo sobre o nosso trabalho. Obtemos em simultâneo os benefícios do mundo empresarial e do mundo do emprego por conta própria.

Este livro ajudá‑lo‑á a preparar o seu biscate para o lançamento, para o salvar do medo e frustração financeiros, para o tornar mais seguro e próspero e para lhe permitir satisfação e realização pessoal muito além do que obteria com a sua ocupação principal. Construirá desta forma a sua economia pessoal.

Em Crie a Sua Economia, de Kimberly Palmer

Imagem de Andrew Neel em Unsplash

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Fazer com Que as Coisas Aconteçam

Em quinze centésimos de segundo, o meu cérebro pode formar uma primeira impressão.
Em 1 segundo, posso deixar de protestar e começar um dia diferente.
Em 2 segundos, posso dizer sim quero e comprometer‑me para toda a vida.
Em 3 segundos, posso sorrir e contagiar‑te com o meu bom humor.
Em 4 segundos, posso recuperar o entusiasmo, recordando‑me do meu sonho.
Em 5 segundos, posso dizer algo construtivo ou algo nocivo.

Em 6 segundos, posso recordar o quanto a nossa relação é importante para mim e voltar ao meu rumo.
Em 7 segundos, posso pedir‑te perdão.
Em 8 segundos, sobra‑nos tempo para darmos um abraço sem rancor.
Em 9 segundos, posso plantar uma semente que viva mais anos do que eu.
Em 10 segundos, posso renovar‑me com uma boa respiração.
Em 15 segundos, posso permitir‑me sentir o que estou a sentir.
Em 20 segundos, posso tomar consciência do que estou a pensar e pensar algo que me supere.
Em 30 segundos, posso pedir o que preciso para alterar o meu ânimo.
Em 40 segundos, posso trautear essa canção que adoro e recuperar a minha inspiração.
Em 50 segundos, posso falar do que está a acontecer e dizer algo que mude a situação.

Em 60 segundos, posso fazer isto e muito mais, se os converter em Um Minuto de Coaching: um minuto em que faço uma pausa para recuperar o meu rumo e pôr‑me em ação.
Todas as grandes mudanças começam com uma decisão seguidas de uma ação. Uma só gota de autenticidade, valor ou ousadia pode tingir a cor do teu dia, porque assim como muitas pinceladas novas fazem um quadro novo, fazer faz‑nos. Cada minuto da nossa vida é uma oportunidade para decidir quem queremos ser frente ao que se passa e decidir se vamos continuar com a inércia do minuto anterior, ou se vamos fazer algo para construir um futuro melhor.

As histórias de vida, os exercícios e dicas deste livro têm como propósito inspirar‑te, motivar‑te e dar‑te ferramentas para que possas escolher os teus pensamentos e fazer com que as coisas aconteçam no minuto presente.
Porque uso histórias? Porque podemos esquecer‑nos de tudo o que lemos, mas nunca nos esquecemos do que uma história nos fez sentir e compreender.

Uma história poderosa pode transformar‑nos fazendo com que comecemos a ver e a contar a nossa vida de uma maneira nova. Estamos a tempo de mudar o nosso rumo e fazer história.
Este livro pode ler‑se seguindo a ordem cronológica dos capítulos ou indo diretamente ao que mais te interessa. Podes começar pela leitura, deixando‑te inspirar pelas histórias, e depois entrar na caixa de ferramentas das Chaves para Fazer com Que as Coisas Aconteçam. Além disso, no final de cada um dos 17 capítulos, vais encontrar‑te com um desafio que te ajudará a interiorizar o hábito de converter os teus minutos em Minutos de Coaching.

O meu objetivo é que, minuto a minuto, assumas o controlo das tuas respostas, dos teus resultados e da nova identidade que irás construindo. Desse modo, poderás colecionar, no cofre da tua autoestima, os minutos de êxito em que te atreveste a ser o protagonista da tua vida.
«E se saio do rumo que escolhi?» Cada vez que descubras que estás fora da pista será uma oportunidade para voltar com alegria; um sinal de que há um rumo na tua vida e de que te estás a treinar para vivê‑la.
Ao imaginar pela primeira vez este livro, fiz uma lista de todas as ferramentas de liderança e coaching que foram úteis na minha vida pessoal e profissional. Enquanto estava a escrevê‑las, fui partilhando‑as com os meus clientes. Isto permitiu‑me detetar as ideias e as histórias que demonstravam ter mais impacto nos seus
resultados.

Descartei tanto material, que — como diz o meu professor de escrita — podia publicar outro livro com o que ficou de fora. Espero que esta seleção te permita alcançar os resultados que procuras.
Antes que leias a primeira história, quero advertir‑te de que estas páginas contêm sementes de atitude que podem inspirar‑te e dar‑te um desejo irresistível de fazer com que as coisas aconteçam na tua vida.

Guilhermo Echevarría em Como Fazer Acontecer

Como Fazer Acontecer

Foto de Lilian Velvet em Unsplash

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TRABALHO REMOTO, SERÁ PARA MIM?

Muito se tem falado sobre o trabalho remoto. A realidade parece mostrar-nos, que o teletrabalho veio para ficar. Mas não devemos ficar presos à ideia de que o trabalho remoto foi só uma forma provisória de resolver um problema do momento. A pandemia no início do ano de 2020, gerou regras governamentais que nos obrigaram alterações. Houve uma rápida necessidade de adotar instrumentos e metodologias para trabalhar a partir de casa. E isto abriu uma janela, que dificilmente se voltará a fechar. Compreenda que o trabalho remoto encerra em si, uma modernidade que é inegável, e um conjunto de vantagens que tanto funcionários, como entidades empregadoras irão querer aproveitar.

Nunca é demais repetir que aquilo que vivemos durante o período de pandemia, (mais concretamente o período de lockdown) , com o encerramento de escolas e de muitos outros estabelecimentos, não é verdadeiramente teletrabalho.

Estarmos em casa, com as crianças, e sem que ninguém pudesse ter acesso à sua realidade habitual, foi uma mudança muito repentina. Mais do que isso, foi uma mudança sem plano. Além do mais, foi também emocionalmente desgastante para muita gente. E por esses motivos, não foi “verdadeiro” teletrabalho.  

Na maioria das vezes que alguém me diz que não gostou da sua experiência de teletrabalho, pergunto sempre : quais as coisas de que gostou menos? 

Frequentemente, os eventos referidos são situações específicas que têm menos a ver com o teletrabalho e mais a ver com o lockdown. “Teletrabalho é muito bonito mas ter o marido o cão e os filhos , todos em casa… foi um caos. Às vezes nem sequer tínhamos computadores suficientes para todos! Era gente por toda a casa, uns na cozinha e outros na sala, outros no quarto. E entre reuniões e refeições, foi um verdadeiro caos”. 

Eu próprio quando oiço esta descrição, consigo sentir-me solidário e penso: “Sem dúvida… que inferno!” Podemos viver assim umas semanas ou até uns meses, mas ninguém quer viver uma vida organizada desta forma! Sem dúvida que concordo. Como é que podemos então fazer algo diferente? Porque a verdade é que a maioria de nós estaria muito mais confortável a fazer a sua vida usual. Seria fácil ir para o escritório onde sabemos que vamos ter as condições do costume. Mas haverá outra forma de fazer isto?

A verdade é que, se analisarmos cada uma destas coisas, todas elas estão relacionadas com uma situação específica que não deriva do teletrabalho. Ou pelo menos, do tipo de teletrabalho de que estou a falar. O trabalho remoto não tem que ser isto.

O trabalho remoto deve ser algo pensado. Planeado. Estudado por empresas e por funcionários, para que seja otimizado e funcione para ambos os lados. Só criando estas dinâmicas poderão trabalhar em conjunto para chegar ao ponto ótimo.

Em primeiro lugar, vamos tirar da frente esta equação das crianças em casa. Claro que podemos optar por ter os nossos filhos em regime de Home Schooling. Mas trabalhar remotamente não implica que as nossas crianças tenham que estar em casa. Poderão perfeitamente manter-se no seu regime normal e frequentar as aulas no estabelecimento escolar.  

Depois… vamos falar de condições: trabalhar na mesa da cozinha, com uma cadeira desconfortável, e uma luz pouco adequada, também não é trabalho remoto. Uma coisa é adaptarmos um espaço para trabalhar durante umas semanas. Porque eventualmente não tivemos oportunidade de preparar nada. Outra coisa, é tomarmos a decisão de que vamos fazer trabalho remoto e por isso vamos analisar o que precisa de ser feito para preparar esse caminho. Isto, exige preparar na nossa casa, um espaço adequado, onde possamos ter uma cadeira ergonomicamente saudável. Um cantinho com um ambiente propício a podermos concentrar-nos no que temos para fazer.

Existem uma série de passos que devem ser dados para que possamos fazer trabalho remoto com verdadeira consequência. E esses passos e essa reflexão necessária, foi o que tentámos criar no livro Teletrabalho – Princípios e Ferramentas para o trabalho remoto. Mas em primeiro lugar… para o fazermos, existe uma pergunta que devemos colocar antes:

O Trabalho Remoto é para mim?

Criei uma pequena ferramenta para ajudar a perceber se o seu perfil encaixa ou não com trabalho remoto.

Use este método para tomar a decisão se quer ou não experimentar trabalho remoto. É simples, e não exige nenhum conhecimento técnico. Pode até usar este método para tomar outras decisões na sua vida.

Preparado?

Faça a sua lista

Pegue numa folha de papel em branco e crie quatro colunas. Na primeira coluna diga o nome de coisas que fazia e pode continuar a fazer. Numa segunda coluna, escreva coisas que não podia fazer e continua sem poder fazer. Estas duas representam tudo o que se mantém e é importante registar para que isso fique claro para si. Na terceira coluna, escreva coisas que podia fazer, e deixou de poder fazer. Finalmente, na quarta coluna escreva coisas que não podia fazer e passou a poder fazer.

As primeiras duas colunas, ajudarão a tomar uma consciência sobre o que é o negócio normal. Quais são as coisas que vão manter-se e que ajudarão a ganhar perspetiva para as restantes duas colunas . A terceira coluna, sobre aquilo que podia fazer e deixa de poder fazer em teletrabalho, é a coluna onde deve escrever por cima coisas a libertar. São coisas que você deve pensar se está disponível para libertar ou se são coisas que até gostaria mesmo de libertar. Para fazer trabalho remoto, deverá estar tranquilo com a ideia de que as coisas dessa coluna, não são assim tão relevantes para si. Na quarta coluna, pode escrever algo como coisas a abraçar. Estas são as coisas que poderão começar começar a fazer parte da sua vida.

Refletir

Depois de preencher estas quatro colunas, olhe com calma para as duas últimas e faça marcações naquilo que está confortável em deixar para trás. E aquilo que lhe custa mais deixar para trás. Contraste o mesmo pensamento, ao analisar a coluna daquilo que pode introduzir na sua vida. Tanto as coisas que poderá gostar, como aquelas que poderão ser mais difíceis para si. Esta folha será um instrumento muito pragmático e que lhe permitirá quantificar o que tem a ganhar e o que tem a perder se decidir evoluir para um cenário de teletrabalho. Acima de tudo analise com calma. Dê tempo si próprio para se adaptar às ideias. Permita-se sonhar e coloque-se no lugar de alguém que já está em teletrabalho, a viver a rotina que planeia nesta folha.

Tire peso à sua decisão

No final disto, tire peso à sua decisão. Considere que até pode ser algo que decide experimentar. As decisões não são necessariamente irreversíveis. Pode sempre que pode voltar atrás para algo mais tradicional. Não tenha medo de tomar uma decisão. Experimente! Principalmente, se lhe for dado a oportunidade de experimentar durante um período de tempo. Afinal de contas, a vida é sobre isso. 

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Foto de Yasmina H em Unsplash

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ONU RECONHECE USO MEDICINAL DA CANÁBIS

A ONU reconheceu as propriedades medicinais da canábis numa votação realizada dia 2 de Dezembro em Viena pela Comissão de Estupefacientes, o órgão executivo sobre política de drogas das Nações Unidas.

Uma maioria simples dos 53 Estados da Comissão de Estupefacientes decidiu retirar a canábis e a sua resina da Lista IV da Convenção sobre Drogas de 1961, o que significa que a utilidade médica desta planta passa a ser oficialmente reconhecida.

O uso recreativo continuará a ser proibido pelo direito internacional, adianta a agência de notícias espanhola Efe.

Quase todos os Estados da União Europeia, à exceção da Hungria, e muitos estados da América representaram maioria simples de 27 votos para aprovar a mudança, uma das mais importantes em matéria de drogas nas últimas décadas, enquanto a maioria dos países da Ásia e de África se opôs, segundo a Efe.

Esta alteração facilitará a investigação com canábis, que tem princípios ativos que têm demonstrado resultados promissores no tratamento da doença de Parkinson, da esclerose múltipla, da epilepsia, dor crónica e no cancro.

A recomendação agora adotada baseou-se no primeiro estudo crítico da OMS sobre a canábis, o medicamento mais popular do mundo, com cerca de 200 milhões de consumidores, de acordo com estimativas da ONU.

Em Portugal, a legalização do uso de canábis para fins medicinais foi aprovada em junho de 2018 e a lei entrou em vigor em 01 de fevereiro de 2019.

O CBD  (canabidiol) é a componente da planta sem efeito psicoativo e é utilizado como suplemento alimentar e para fins medicinais. De acordo com estudos mais recentes, o CBD é um poderoso anticonvulsivante, analgésico, ansiolítico, antiemético, imunomodulador, e tem propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e antitumorais.

Se gostava de saber mais sobre CBD e desmistificar algumas dúvidas que tenha temos o livro ideal para ficar a conhecer a canábis como medicina ao longo dos tempos, como interagem as propriedades do CBD com o sistema endocanabinoide do nosso corpo.

Um guia prático e acessível com casos de estudo e indicações para a utilização do CBD para o tratamento e diminuição de sintomas em situações de dor crónica, asma, artrite, esclerose múltipla, insónia, Alzheimer, epilepsia, doença de Crohn, entre outros.

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A tua equipa sente a falta do contacto direto quando está em Teletrabalho?

Vê aqui algumas ideias para combater a distância.

Ocasionalmente, alguém se depara com uma ideia tão simples, que nem nos lembramos de as partilhar como sendo conhecimento “valorizado”. 

Por todo o mundo, as organizações enfrentam um dilema: trazer ou não funcionários de volta ao escritório. Alguns líderes gostariam de fazê-lo, porque sentem que não estão a obter o máximo de seus funcionários enquanto trabalham em casa. Alguns colaboradores gostariam de voltar, sobretudo porque precisam do conforto de terem a companhia dos seus colegas. 

Um escritório ajuda os funcionários a conectar-se, colaborar e coordenar, além de apoiar, socializar e simpatizar quando necessário.

Se estivermos em casa ou à distância, o que podemos fazer melhor?

Colaboração Virtual Online. 

Ao fazê-lo, as pessoas decidem que trabalharão virtualmente juntos por 2 horas, todos os dias,  com suas câmeras ligadas, tal como se estivessem no mesmo escritório. Durante essas 2 horas, eles ficam nas suas secretárias de escritório, embora virtualmente. Se precisarem de trabalhar em silêncio, que assim seja. Se precisarem colaborar e conversar, poderão conversar ou ir para as salas de descanso, fazer algo que seja necessário. Poderão compartilhar a tela de ecrã, fazer uma pausa, contar piadas e até mesmo discutir, tudo tal e qual como se estivessem num escritório. Essa, é mesmo a ideia. Às vezes, as pessoas precisam e gostam do barulho e às vezes gostam e precisam do silêncio. 

Aqui estão algumas ideias para ajudar a que isto funcione melhor:

a) Toda a gente tem um fundo virtual. Dessa forma, ninguém precisa de ter vergonha de onde está a trabalhar – na mesa da cozinha, na cama ou na casa de banho.

b) O próprio fundo virtual pode ser uma tema ou pode representar um estado de espírito. Pode ser temático porque é Natal, pode ser o seu aniversário ou algo apenas que tenha vontade de partilhar com os colegas. 

c) As duas horas podem ser planeadas com uma agenda. Pode haver um momento de updates e atualização de tarefas de equipa. Pode haver um momento até para comer um snack ou uma refeição.

d) O fundamental é que não seja usado para formalidades. As reuniões devem ser outra coisa. Uma coisa é conversar sobre temas de trabalho, outra é ter uma reunião. Uma reunião deve ser marcada para um horário diferente. Este período de tempo tem um propósito, que é a junção de pessoas de forma virtual e informal. 

Todas as pessoas precisam de estar comprometidos a manter a câmera ligada. Isto pode ser multiplicado na tua empresa. As pessoas podem pertencer a mais que um grupo e alternar entre eles inclusive entre dias diferentes ou dentro do próprio dia. A ideia é conectar pessoas. Claro que poderão dizer que não é um substituto completo e total de estarmos fisicamente juntos. Mas certamente que reduz a distância entre pessoas e ajuda a equipa a manter-se mais oleada.

Experimenta na tua empresa.

Se estás a usar esta ou outras técnicas, fala connosco e partilha a tua experiência e aquilo que funciona contigo. 

Ocasionalmente, alguém se depara com uma ideia tão simples, que nem nos lembramos de as partilhar como sendo conhecimento “valorizado”. 

Por todo o mundo, as organizações enfrentam um dilema: trazer ou não funcionários de volta ao escritório. Alguns líderes gostariam de fazê-lo, porque sentem que não estão a obter o máximo de seus funcionários enquanto trabalham em casa. Alguns colaboradores gostariam de voltar, sobretudo porque precisam do conforto de terem a companhia dos seus colegas. 

Um escritório ajuda os funcionários a conectar-se, colaborar e coordenar, além de apoiar, socializar e simpatizar quando necessário.

Se estivermos em casa ou à distância, o que podemos fazer melhor?

Colaboração Virtual Online. 

Ao fazê-lo, as pessoas decidem que trabalharão virtualmente juntos por 2 horas, todos os dias,  com suas câmeras ligadas, tal como se estivessem no mesmo escritório. Durante essas 2 horas, eles ficam nas suas secretárias de escritório, embora virtualmente. Se precisarem de trabalhar em silêncio, que assim seja. Se precisarem colaborar e conversar, poderão conversar ou ir para as salas de descanso, fazer algo que seja necessário. Poderão compartilhar a tela de ecrã, fazer uma pausa, contar piadas e até mesmo discutir, tudo tal e qual como se estivessem num escritório. Essa, é mesmo a ideia. Às vezes, as pessoas precisam e gostam do barulho e às vezes gostam e precisam do silêncio. 

Aqui estão algumas ideias para ajudar a que isto funcione melhor:

a) Toda a gente tem um fundo virtual. Dessa forma, ninguém precisa de ter vergonha de onde está a trabalhar – na mesa da cozinha, na cama ou na casa de banho.

b) O próprio fundo virtual pode ser uma tema ou pode representar um estado de espírito. Pode ser temático porque é Natal, pode ser o seu aniversário ou algo apenas que tenha vontade de partilhar com os colegas. 

c) As duas horas podem ser planeadas com uma agenda. Pode haver um momento de updates e atualização de tarefas de equipa. Pode haver um momento até para comer um snack ou uma refeição.

d) O fundamental é que não seja usado para formalidades. As reuniões devem ser outra coisa. Uma coisa é conversar sobre temas de trabalho, outra é ter uma reunião. Uma reunião deve ser marcada para um horário diferente. Este período de tempo tem um propósito, que é a junção de pessoas de forma virtual e informal. 

Todas as pessoas precisam de estar comprometidos a manter a câmera ligada. Isto pode ser multiplicado na tua empresa. As pessoas podem pertencer a mais que um grupo e alternar entre eles inclusive entre dias diferentes ou dentro do próprio dia. A ideia é conectar pessoas. Claro que poderão dizer que não é um substituto completo e total de estarmos fisicamente juntos. Mas certamente que reduz a distância entre pessoas e ajuda a equipa a manter-se mais oleada.

Experimenta na tua empresa.

Se estás a usar esta ou outras técnicas, fala connosco e partilha a tua experiência e aquilo que funciona contigo. 

No livro TELETRABALHO

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Dia de Natal

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa

Em O Grande Livro do Natal Português