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3 Pontos de Acupressão que aliviam o stress

As mudanças e incertezas do último ano deixaram-nos mais stressados do que nunca, sendo ainda mais importante cuidarmos de nós e estarmos atentos aos sinais de que algo não está bem.

A acupressão, uma prática da medicina tradicional chinesa (MTC), pode ajudar-nos a encontrar algum conforto, tocando nos pontos de pressão no nosso corpo que ajudam a aliviar o stress.

1. HE GU (LI4)

Este ponto de pressão localiza-se entre o polegar e o dedo indicador, no ponto mais alto do músculo, como podemos ver na figura.

O ponto de acupressão He Gu foi exaustivamente estudado em ambientes clínicos. A pesquisa mostra que não é apenas um excelente ponto de pressão para aliviar o stress, como é um excelente aliado em situações de dor. Quando sentimos alguma dor este ponto ajuda a minimizá-la.

Como fazer: Aplicar pressão e massajar a área por cinco segundos. Repita conforme necessário.

2. ZUSANLI (ST36)

Abaixo do joelho, encontramos o ponto de pressão Zan San Li (ST26) colocando quatro dedos abaixo da rótula. A partir daí, mova-se os dedos horizontalmente para o lado de fora. (Para garantir que este é o lugar certo, balance o pé para cima e para baixo e deverá sentir um músculo a mover-se.)

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa este ponto ajuda-nos a acalmar e promove o nosso bem-estar geral.

Como fazer: Use o polegar para aplicar pressão e massajar o ponto por cinco segundos. Repita conforme necessário.

3. TAI CHONG (LV3)

Para encontrar este ponto de pressão, localize o espaço entre o dedo grande do pé o segundo dedo. A partir do local onde a pele se encontra, mova para cima cerca de dois dedos.

Este ponto ajuda também na digestão e reduz a irritabilidade.

Como fazer: Use o polegar para aplicar pressão e massajar o ponto por cinco segundos. Repita conforme necessário.

A melhor forma de combater o stress é alterar a rotina e reservar algum tempo para meditar, relaxar, fazer algo que ajude a desconectar-se dos pensamentos e pressões que lhe causam ansiedade e stress.

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A prática no dia-a-dia

Que passos práticos é que podemos dar para treinar as nossas mentes nestas nossas vidas tão ocupadas e neste mundo tão complexo e tantas vezes confuso?
O primeiro passo a dar é estabelecer uma prática meditativa diária. Isto exige disciplina. Nem sempre é fácil guardar algum tempo para meditarmos todos os dias; há tantas outras coisas que chamam a nossa atenção. Mas, conforme acontece com qualquer outro tipo de treino, se o praticarmos regularmente, começaremos a usufruir dos frutos. É claro que nem sempre conseguiremos concentrar-nos ao tentarmos meditar. Algumas vezes sentir nos-emos aborrecidos ou inquietos.

Estes são os altos e baixos inevitáveis desta prá tica. O importante é o empenho e a regularidade com que se pratica, não é a forma como se sente a pessoa.
O violoncelista de renome mundial Pablo Casals, aos 93 anos ainda praticava três horas por dia. Quando lhe perguntaram porque é que ele ainda praticava com aquela idade, respondeu: «Estou a começar a ver algum progresso.»

O treino da meditação apenas acontecerá através do seu próprio esforço. Ninguém pode fazê-lo por si. Existem muitas técnicas e muitas tradições e você poderá encontrar a mais adequada para si. Contudo, o que provoca uma transformação é a regularidade com que se pratica. Se o fizermos, algo começará a acontecer; se não o fizermos, continuaremos a agir segundo os vários padrões da nossa limitação.

Ninguém pode fazê-lo por si.

O segundo passo é treinarmo-nos para permanecermos conscientes do nosso corpo ao longo do dia. À medida que vamos avançando nas nossas tarefas diárias, frequentemente perdemo-nos em pensamentos sobre o passado e sobre o futuro, deixando de estarmos conscientes dos nossos corpos.
Uma reação simples e útil para nos lembrar mos quando estivermos perdidos nos pensamentos é o sentimento tão comum de precipitação. A precipitação é um sentimento de cair para a frente. As nossas mentes estão sempre mais adiantadas do que nós, concentrando-se no sítio onde queremos ir, em vez de se fixarem no nosso corpo no sítio em que estamos.
Aprenda a prestar atenção a esta sensação de precipitação – que não tem nada a ver com a velocidade a que estamos a avançar. Podemos sentir-nos apressados enquanto avançamos devagar e podemos estar a avançar rapidamente e, ainda assim, estarmos fixos nos nossos corpos.

O sentimento de precipitação apenas nos lembra que não estamos presentes. Se puder, repare no pensamento ou na emoção que lhe captou a atenção. Depois, só por um instante, pare e volte a fixar-se no corpo: sinta os pés no chão, sinta o passo seguinte.

Um pequeno instante sozinho num quarto demonstrar-se-á mais valioso do que qualquer outra coisa que lhe possam dar.
Rumi

Joseph Goldstein em Um Coração Repleto de Paz

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A prática da consciência

Podemos dar início à prática da meditação da consciência com a simples observação e o simples sentir de cada respiração. Ao inspirarmos, sabemos que estamos a inspirar; ao expirarmos, sabemos que estamos a expirar. É muito simples, mas não é fácil. Após algum tempo a fazer isto, começamos a saltar sobre um comboio de associações, perdendo-nos em planos, lembranças, julgamentos e fantasias. Às vezes parece que estamos numa sala de cinema, em que o filme está constantemente a mudar. É assim que funcionam as nossas mentes. Nós não ficaríamos num cinema em que os filmes mudassem tão rapidamente, mas o que é que podemos fazer em relação à nossa sala de projeções interior?

Este hábito de devaneio da mente é muito forte, mesmo quando os nossos pensamentos não são agradáveis e talvez nem correspondam à verdade. Tal como Mark Twain se referiu a isto tão competentemente: «Algumas das piores coisas da minha vida nunca aconteceram.» Temos de treinar as nossas mentes para que voltemos a prestar atenção à nossa respiração uma e outra vez e regressemos, simplesmente, ao início.

Algumas das piores coisas da minha vida nunca aconteceram.
Mark Twain

À medida que as nossas mentes se vão acalmando lentamente, começamos a sentir uma espécie de calma e paz interiores. É a partir deste sítio de grande tranquilidade que sentimos os nossos corpos de um modo mais direto e começamos a tornar-nos recetivos tanto às sensações agradá veis como às desagradáveis que poderão surgir.

Inicialmente poderemos resistir às desagradáveis, mas, de uma maneira geral, estas não duram muito. Elas permanecem durante algum tempo, nós sentimo-las, elas são desagradáveis – e depois desaparecem e chega outra coisa qualquer. E mesmo que elas em irjam repetidas vezes durante um determinado período, nós começamos a ver a natureza impermanente e imaterial delas e a ter menos medo de as sentirmos.

Uma parte posterior do treino consiste em tornarmo-nos conscientes dos nossos pensamentos e emoções, das atividades mentais subtis, dos nossos corpos e das nossas vidas. Já alguma vez parou para pensar no que é um pensamento – não no conteúdo deste mas na própria natureza do pensamento? São poucas as pessoas que refletem sobre a pergunta «o que é um pensamento?» Em que é que consiste este fenómeno que ocorre tantas vezes por dia e ao qual prestamos tão pouca atenção?

Não estar consciente dos pensamentos que surgem nas nossas mentes, nem da natureza do próprio pensamento, possibilita que o próprio pensamento, possibilita que os pensamentos dominem as nossas vidas. Os pensamentos conduzem-nos frequentemente como se fôssemos escravos deles, dizendo nos para fazer isto, dizer aquilo, ir ali, ir acolá.

Os pensamentos, despercebidos, têm muito poder.

Joseph Goldstein em Um Coração Repleto de Paz

Imagem por processingly em Unsplash.