O Ocidente apaixonou-se pelo ioga. Vá, pelas posturas de ioga. Sabia que essa é apenas uma fração de todo o sistema, que engloba filosofia, alimentação, respiração, higiene, relacionamentos, entre muitas outras áreas da nossa vida?
A maioria de nós, ocidentais, conhece apenas aquilo que vê nos ginásios e estúdios de ioga: pessoas em poses estranhas, com roupas muito largas ou muito justas, em aulas que terminam com toda a gente aparentemente a dormir. O ioga é muito mais do que isso, mas neste artigo vou falar-lhe apenas das aulas, porque até aí há uma grande variedade.
Atualmente, há dezenas — atrevo-me a dizer centenas — de escolas de ioga por todo o país. Em que diferem? Na linha de ioga que seguem e no próprio professor. Experimente fazer uma aula com três professores diferentes e terá garantidamente três aulas diferentes. Então, como escolher? Normalmente, as escolas oferecem uma aula gratuita para que possa experimentar. O meu conselho: experimente várias escolas. Veja qual a aula em que se sente mais confortável. Quanto ao professor ou professora, além de ser importante saber a sua formação, é importante ver como ele se comporta numa aula. Dá orientações claras? Explica os benefícios e os riscos de cada postura? Corrige as posturas dos alunos para que não se magoem? Incentiva-os, ou pelo contrário, critica-os? E acima de tudo, tem respeito pelo corpo dos alunos?
Lembre-se, não somos todos iguais e nem todos vamos conseguir fazer esta ou aquela postura à primeira (e às vezes nem à vigésima ou centésima tentativa), e o professor tem de ter isso em conta e nunca obrigar o aluno a fazer algo para o qual não está preparado. Caso contrário, uma aula que devia ajudá-lo a relaxar e conhecer melhor o seu corpo pode resultar em lesões graves e duradouras.
Não se precipite e defina o seu objetivo: quer simplesmente descontrair? Quer começar uma prática física e espiritual? Quer ganhar força e flexibilidade? Quer avançar nas posturas e ver até onde pode levar o seu corpo? Pode conseguir tudo isto com o mesmo professor; o importante é que seja feito em segurança. Atualmente, há diversos estilos de ioga físico, todos derivados do clássico Hatha Ioga. Não vou aqui dissertar sobre todos eles, até porque pratiquei apenas o estilo clássico, mas posso dizer-lhe que há outros estilos mais recentes, como Ashtanga, Kundalini, Vinyasa, Yin Ioga, entre outros, que diferem entre si conforme a intensidade e o tempo das posturas. Como escolher o ideal para si? Experimente!
O ioga é uma experiência pessoal, não é uma moda. E por falar em modas, posso dizer-lhe que por todo o Ocidente há também quem ande a praticar ioga com cabras, varinhas do Harry Potter e até com um copo de cerveja na mão ou enquanto come nuggets de frango.
Estas variantes estão sem dúvida a anos-luz do ioga original e dos seus ensinamentos e há até quem argumente que não são ioga, de todo. Mas quem sou eu para lhe dizer que não as pratique?
Seja fiel ao que o seu corpo e a sua alma lhe pedem. Experimente, sinta, viva e… respire.
Namaste!

Sou licenciada em Tradução pelo ISCAP e tradutora e revisora literária desde 2011. Desde então, já traduzi mais de vinte livros, desde ficção e fantasia a desenvolvimento pessoal, passando por livros infantis e biografias. Trabalho também com várias agências de tradução de todo o mundo, na área dos videojogos, publicidade e turismo.
Terminada a licenciatura, nunca parei de estudar: fotografia, design, ioga, filosofia oriental e um pouco de tudo o que me despertasse o interesse. Já vivi no Reino Unido, mas quem é do Porto sabe que as raízes fortes desta cidade se entranham em nós de tal forma que acabamos sempre por voltar.
Sou apaixonada por livros: gosto de lê-los, traduzi-los, sentir-lhes o aroma, apreciar-lhes a capa, arrumá-los e desarrumá-los na estante! Não vivo sem gatos, chocolate e ioga (são os meus vícios, mas há bem piores, não?).
Escrever é um prazer e um desafio. Gosto de escrever essencialmente sobre o que sinto, como me sinto e como vejo o mundo. Esta nova colaboração com a SELF é uma oportunidade de me expressar, de partilhar e adquirir conhecimentos e de dar mais uns passinhos numa nova direção da minha carreira.