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Cuidar de nós… quando nos sentimos sozinhos

Como gostarmos e cuidarmos de nós… mesmo quando nos sentimos sozinhos

Solidão

Já alguma vez se sentiu sozinho e vazio por dentro? Não me estou a referir ao tipo de solidão que sentimos quando estamos realmente sozinhos ou quando estamos com alguém que está afastado de nós. Eu chamo a isso estar “solitário”. Estamos solitários quando temos amor para oferecer mas, ou não há ninguém com quem o partilhar ou a pessoa ou pessoas à nossa volta estão fechadas à conexão e à partilha do amor. Podemos sentir-nos solitários mesmo quando estamos inseridos num grupo de pessoas.

O tipo de solidão a que me estou a referir não tem nada a ver com os outros. Falo é de uma sensação oca e de estarmos perdidos por dentro, como que a flutuar no espaço sem amarras a uma nave-mãe.

A solidão tem a ver com o não estarmos conectados aos outros. Mas este sentimento de estar só, perdido, oco e vazio tem a ver com o facto de não nos sentirmos conectados connosco e com uma origem maior de amor. Este sentimento de solidão é o resultado do auto-abandono.

Sentimentos

Imagine uma criança pequena que é abandonada para se defender sozinha. A criança chora e ninguém vem. Passado pouco tempo, a criança fica frenética e, eventualmente, acaba por “desligar” devido ao terror de morrer se ninguém vier.

Isto acontece a um nível interno quando não prestamos atenção aos nossos sentimentos. Quando nos sentimos ansiosos, deprimidos, zangados, culpados, envergonhados, solitários, com o coração partido, tristes ou impotentes em relação aos outros, e quando ignoramos esses sentimentos, acabamos por nos sentir dormentes e sozinhos. A nossa ansiedade, depressão, raiva, culpa ou vergonha estão a mostrar-nos que estamos a abandonar-nos de alguma forma, e a nossa solidão, desgosto, tristeza e impotência em relação aos outros e a certas situações, indicam que precisamos de ter compaixão por nós próprios e talvez procurar apoio. Quando evitamos lidar com esses sentimentos, sentimo-nos entorpecidos, vazios e sozinhos.

Quando evitamos cuidar desses sentimentos, deixando tudo fechado na nossa mente, em vez de nos concentrarmos no nosso corpo, ou quando nos julgamos,  ou quando recorremos a vários vícios para entorpecer os sentimentos, ou quando tentamos fazer com que outras pessoas assumam a responsabilidade dos nossos sentimentos, estamos a abandonar-nos. Isto é o que nos leva a sentirmo-nos sozinhos e vazios.

Como podemos gostar de nós nesses tempos solitários

Assim como um pai amoroso pega num bebé que chora e tenta descobrir do que é que ele precisa, precisamos também de “pegar” e abraçar os nossos sentimentos com a vontade de perceber o que eles nos estão a dizer.

Todos os nossos sentimentos transmitem-nos informação sobre o modo como nos estamos a cuidar, como estamos a ser tratados pelos outros e sobre algumas situações que podem estar a precisar da nossa atenção.

Gostarmos de nós significa estarmos completamente presentes no nosso corpo com os nossos sentimentos. Significa estar sintonizado com eles, com compaixão, em vez de os evitar com o comportamento de auto-abandono. Significa sermos responsáveis por aprender o que eles nos estão a transmitir sobre o modo como nos estamos a cuidar, e por gerir com carinho os sentimentos dolorosos que a vida nos traz – a solidão, mágoa, dor e desamparo que todos nós experimentamos às vezes.

Gostar de si também significa aprender a ligar-se à tal fonte mais elevada de amor e sabedoria e desse modo poder trazê-los interiormente. A solidão interior é sempre o reflexo de uma falta de amor interior.

Conectarmo-nos com uma fonte maior não é tão difícil quanto se possa pensar. O espírito do amor está aqui para nos guiar em sermos amorosos connosco e com os outros, por isso, quando a sua intenção é amar-se a si mesmo, em vez de evitar a dor, o amor encherá o seu coração.

Descobrirá que, quando abrir o seu coração aos seus sentimentos, em vez de os evitar com o típico comportamento de abandono, e quando se abrir para aprender com o seu Eu superior sobre o que é bom para si, não se sentirá mais só por dentro.

Aprender a gostarmos de nós é mágico!

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Workshop – Como comunicar para ser ouvido

comunicar

Ciclo de Workshops de Parentalidade Consciente (4 workshops), com a coach Fátima Gouveia e Silva

3º WORKSHOP: COMO COMUNICAR PARA SER OUVIDO

21 de março, 19h – 21h30

 

O que é a parentalidade consciente :

A forma como nos relacionamos com as crianças influencia profundamente no desenvolvimento de uma auto estima saudável, e no seu crescimento e desenvolvimento como futuros adultos felizes e responsáveis. A Parentalidade Consciente é uma forma de estar na parentalidade que se baseia na tomada de consciência de que são os nossos hábitos enquanto pais o ponto de partida para criar relações fortes e saudáveis com as crianças. Parentalidade consciente é ter consciência das nossas intenções enquanto pais e estar preparado para refletir sobre a forma como os nossos hábitos e padrões de comportamentos estão alinhados com essa intenção. Mais do que aprender conceitos, é desaprender preconceitos: é um deixar ir de tudo aquilo que não serve a nossa intenção como pais, um desaprender de tudo que não promove relações saudáveis baseadas no amor incondicional e tudo aquilo que não ajuda os nossos filhos a crescer e prosperar emocionalmente.

 PROGRAMA:

3 – COMO COMUNICAR PARA SER OUVIDO
(Comunicação consciente)
* Identificar estilos de comunicação
* Aprender e desenvolver a linguagem pessoal
* Aprender a descrever comportamentos, necessidades e emoções de uma forma neutra
* Bloqueios à comunicação
* Exercícios práticos

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Objetivo dos workshops :
Ajudar os pais/ educadores a:
* compreender os princípios/valores da educação consciente
* gerir os relacionamentos com a criança de modo mais harmonioso, com mais empatia e presença – a intenção precede a ação
* promover a autoestima nas crianças de forma a prepará-las para uma vida de desafios em sociedade
* reconhecer padrões de resposta negativos e encontrar alternativas saudáveis,
* compreender e utilizar o método laser, assim como outras técnicas para identificar as necessidades das crianças
* aprender e desenvolver a linguagem pessoal; adotando estratégias para uma Comunicação consciente – verbal ou não-verbal – mais eficaz e orientada
* entender a diferença entre castigos e consequências – e entre obediência e Colaboração
* desenvolver características individuais positivas – maior capacidade de autoreconhecimento: autoconceito e sentimento de autoestima fortificados
* criar maior conexão consigo e com os outros

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Local: Cowork da Praia / Self
Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos, Portugal, Tel: +351 218 084 370
Preço: 25 € | 90 € ciclo

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A formadora:

“Em 2013 tomei contacto com as áreas de Coaching e Desenvolvimento Pessoal e com a certificação internacional de Coaching e descobri um novo propósito. Desde aí, é um querer sempre saber mais, procurar, pesquisar, evoluir, perceber e melhorar quem sou e também ajudar os outros a melhorar.
Conhecer a Parentalidade consciente trouxe-me uma grande paz interior. Perceber que não há certos nem errados, mas há um caminho que nos permite uma maior consciência das escolhas que fazemos, do impacto que isso tem nos nossos filhos e é um caminho de conexão, amor e gratidão.
Aliar o Coaching e a PNL à Parentalidade Consciente permite-me ajudar outras mães a viverem uma vida mais plena, com maior harmonia e satisfação sentindo-se mais preenchidas porque encontram maior equilíbrio nas várias áreas da sua vida e porque através da Parentalidade Consciente conseguem melhorar relações com os filhos e em família.
O meu propósito é ajudar a fomentar uma forma de estar na Parentalidade que nos ajuda a viver esta experiencia de forma mais serena e consciente, sabendo que podemos fazer diferente e fazer diferença quando educamos as nossas crianças para mudar o mundo de amanhã. “

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Workshop – Como transformar desobediência em colaboração

desobediência

Ciclo de Workshops de Parentalidade Consciente (4 workshops), com a coach Fátima Gouveia e Silva

2º WORKSHOP: COMO TRANSFORMAR DESOBEDIÊNCIA EM COLABORAÇÃO

21 de fevereiro, 19h – 21h30

 

O que é a parentalidade consciente :

A forma como nos relacionamos com as crianças influencia profundamente no desenvolvimento de uma auto estima saudável, e no seu crescimento e desenvolvimento como futuros adultos felizes e responsáveis. A Parentalidade Consciente é uma forma de estar na parentalidade que se baseia na tomada de consciência de que são os nossos hábitos enquanto pais o ponto de partida para criar relações fortes e saudáveis com as crianças. Parentalidade consciente é ter consciência das nossas intenções enquanto pais e estar preparado para refletir sobre a forma como os nossos hábitos e padrões de comportamentos estão alinhados com essa intenção. Mais do que aprender conceitos, é desaprender preconceitos: é um deixar ir de tudo aquilo que não serve a nossa intenção como pais, um desaprender de tudo que não promove relações saudáveis baseadas no amor incondicional e tudo aquilo que não ajuda os nossos filhos a crescer e prosperar emocionalmente.

 PROGRAMA:

2 – COMO TRANSFORMAR DESOBEDIÊNCIA EM COLABORAÇÃO
(Necessidades vs Comportamentos)
* Definir intenções enquanto pais
* Entender a diferença entre obediência e colaboração
* Entender perigos de desenvolver a cultura da obediência
* Entender que comportamento é uma forma de comunicação
* Conhecer o modelo LASEr e a sua aplicação prática
* Exercícios práticos

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Objetivo dos workshops :
Ajudar os pais/ educadores a:
* compreender os princípios/valores da educação consciente
* gerir os relacionamentos com a criança de modo mais harmonioso, com mais empatia e presença – a intenção precede a ação
* promover a autoestima nas crianças de forma a prepará-las para uma vida de desafios em sociedade
* reconhecer padrões de resposta negativos e encontrar alternativas saudáveis,
* compreender e utilizar o método laser, assim como outras técnicas para identificar as necessidades das crianças
* aprender e desenvolver a linguagem pessoal; adotando estratégias para uma Comunicação consciente – verbal ou não-verbal – mais eficaz e orientada
* entender a diferença entre castigos e consequências – e entre obediência e Colaboração
* desenvolver características individuais positivas – maior capacidade de autoreconhecimento: autoconceito e sentimento de autoestima fortificados
* criar maior conexão consigo e com os outros

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Local: Cowork da Praia / Self
Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos, Portugal, Tel: +351 218 084 370
Preço: 25 € | 90 € ciclo

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A formadora:

“Em 2013 tomei contacto com as áreas de Coaching e Desenvolvimento Pessoal e com a certificação internacional de Coaching e descobri um novo propósito. Desde aí, é um querer sempre saber mais, procurar, pesquisar, evoluir, perceber e melhorar quem sou e também ajudar os outros a melhorar.
Conhecer a Parentalidade consciente trouxe-me uma grande paz interior. Perceber que não há certos nem errados, mas há um caminho que nos permite uma maior consciência das escolhas que fazemos, do impacto que isso tem nos nossos filhos e é um caminho de conexão, amor e gratidão.
Aliar o Coaching e a PNL à Parentalidade Consciente permite-me ajudar outras mães a viverem uma vida mais plena, com maior harmonia e satisfação sentindo-se mais preenchidas porque encontram maior equilíbrio nas várias áreas da sua vida e porque através da Parentalidade Consciente conseguem melhorar relações com os filhos e em família.
O meu propósito é ajudar a fomentar uma forma de estar na Parentalidade que nos ajuda a viver esta experiencia de forma mais serena e consciente, sabendo que podemos fazer diferente e fazer diferença quando educamos as nossas crianças para mudar o mundo de amanhã. “

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3 coisas a fazer no caminho para a sua felicidade

coisas

O que é ser feliz e bem-sucedido

Não foi assim há tanto tempo que a quantidade de dinheiro e bens que possuíamos era considerado o único indicador do nosso sucesso. No entanto, hoje em dia, as pessoas procuram um significado mais profundo nas suas vidas, assim como bem-estar. Daí que a frase “O bem-estar é o novo sucesso dos tempos modernos” seja um lembrete de que o modo como nos sentimos é muito mais importante do que o estatuto que mostramos.

Mahatma Gandhi disse: “As suas crenças tornam-se os seus pensamentos. Os seus pensamentos tornam-se as suas palavras. As suas palavras tornam-se as suas ações. As suas ações tornam-se os seus hábitos. Os seus hábitos tornam-se os seus valores. Os seus valores tornam-se o seu destino.” É importante lembrar que as nossas vidas são limitadas apenas pelos nossos próprios pensamentos.

Se as nossas emoções estão ligadas ao nosso sistema neurológico, imunológico e endócrino, então faz sentido que quando sentimos algo, isso crie uma mudança física. Temos então uma escolha: podemos permitir que essa emoção assuma o controle ou usamos o mindfullness para a substituir por pensamentos e sentimentos positivos.

Aqui estão três dicas que lhe permitirão manter seu bem-estar todos os dias:

  1. Torne-se aliado das suas emoções.

Fique sentado tranquilamente durante uns minutos, sem distrações. Concentre-se na sua respiração. Siga o seu ritmo e tente perceber que pensamentos ou emoções atraem sua atenção. Deixe-os tomar forma. Enquanto isso, imagine-se a capturar cada pensamento ou emoção numa bolha.

Assim que a sua mente esteja calma, visualize-se a soprar aquela bolha para longe. Observe-a a subir, mais e mais, até que esta não faça mais parte de si; traga então a sua atenção de volta para a respiração. A sua respiração está mais profunda agora? Mais lenta, talvez? Permita-se alguns momentos para mergulhar nesse sentimento de paz e conectar-se com a sua respiração.

Lembre-se: os seus pensamentos e as suas emoções podem ser melhores amigos. Eles complementam-se e definem as nossas atitudes diárias. Por vezes, em certas situações banais, se o nosso alarme não toca de manhã ou nos aleijamos ao levantar da cama, os nossos pensamentos descem em espiral. Então começamos a preocupar-nos com aquela reunião com o nosso chefe ou com a zanga que tivemos com nosso parceiro a noite passada. Esses pensamentos tornam-se a nossa atitude durante esse dia e seguir-nos-ão como um íman.

  1. Desenvolva a prática da gratidão.

Ao acordar ou antes de dormir, faça uma lista de 10 coisas pelas quais é grato. Ficará surpreso com o quão fácil pode ser quando desaceleramos, observamos e despertamos os nossos sentidos. Andamos sempre a correr nas nossas vidas e perdemos a oportunidade de apreciar as pequenas coisas que contribuem para o bem-estar.

Aqui estão algumas coisas pelas quais se pode sentir grato:

  • Ouvir o chilrear dos pássaros
  • Ter uma boa noite de sono
  • Ter uma cama confortável
  • Alongar o seu corpo (sentindo-se saudável)
  • Beber uma chávena de café acabado de fazer
  • Receber e dar os bons dias à sua família
  • Aconchegar-se com o seu animal de estimação
  • Ver o sol a brilhar através das árvores
  • Chegar rápido ao trabalho num dia sem trânsito
  • Sorrir para um estranho na rua e ele devolver o sorriso
  • Cozinhar e escolher alimentos nutritivos que adora

Os pensamentos não precisam estar associados a algo que aconteceu nas últimas 24 horas. Podemos pensar num amigo querido que não vemos há meses e experimentar sentimentos de profunda apreciação e amor.

Se quiser ir mais além, pratique o sentir gratidão por coisas na sua vida que ainda não aconteceram. Por exemplo: está a trabalhar para publicar um livro. Tire alguns momentos para sentir gratidão por ter se tornado um autor publicado; por outras palavras, sinta como se o que tanto tem sonhado já tivesse acontecido.

Ficará surpreso com o quanto essa prática de gratidão afectará seu futuro.

  1. Conecte-se com a natureza.

Vá lá fora. Até uns cinco minutos durante a pausa do almoço servirão. Se estiver perto de algum jardim, vá até à relva e tire os sapatos. Fique de pé e visualize, sinta ou imagine que tem raízes a crescer nas solas dos pés, conectando-se profundamente com a terra. A cada inspiração, sinta a energia a elevar-se da Terra, espalhando-se por todo o seu corpo até sentir que ela flui para fora dos seus dedos.

Agora visualize, sinta ou imagine seu coração transbordando de gratidão e envie esse amor de volta aos seus pés na terra. Ao fazer isso, concentre-se na sua respiração, tenha consciência dos seus sentidos, sinta o calor do sol no seu rosto, a brisa fresca na sua pele, o som dos pássaros. Expanda a sua consciência e absorva a ligação que está a criar entre a sua mente, o seu corpo e o seu espírito.

 

Fonte: https://www.mindbodygreen.com

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Lado a lado. Ou frente a frente.

lado

As relações que vivemos ao longo da vida vão marcando e moldando a nossa visão do mundo, vão alterando o nosso modo de pensar e de sentir. Não paramos de sofrer transformações, nada em nós é imutável. Resta saber se a mudança que advém de relações vividas vai no sentido de murcharmos cada vez mais ou, pelo contrário, florescermos e sentirmos que somos cada vez mais felizes, apesar da dor sentida no passado. Dor e prazer, tristeza e alegria, medo e entusiasmo… são tudo elementos presentes numa relação amorosa. Rejeitar o que nos fez sofrer é abdicar do que nos enriqueceu e fez de nós o que somos hoje.

Quando se tem uma desilusão amorosa há uma tristeza que transparece no olhar de quem acreditou e, mais uma vez, sente ter falhado. Acreditámos, entregámo-nos, lutámos, insistimos até perdermos as forças e admitirmos que toda a energia investida não passou de uma ilusão. E com a desilusão vem a tristeza, vem o vazio, vem o sofrimento de mais uma morte. Já nada será igual. A nossa planta murchou. Não morreu, mas deixou de viver. Sobrevive no meio do caos da vida. Sobrevive até encontrar outro alguém que vê a nossa beleza – ainda que murcha – alguém que nos dá água e alimento e nos faz acreditar que temos forças para florescer de novo. Até voltarmos a perder esse nutrimento e murcharmos mais uma vez.

O ciclo repete-se. Num determinado ponto deste percurso repetitivo, passamos a desacreditar que é possível outra coisa além de sobreviver apenas. Com o passar dos anos, quando alguém nos volta a ver, a coragem para nos entregarmos é diminuta. Agarramo-nos à crença de que a única forma de proteger e salvaguardar o que ainda resta de nós é assumir que o único lugar seguro é a solidão e o vazio. Aí já ninguém nos magoa, estamos a sós connosco próprios. Não vivemos a entusiasmante surpresa da vida que nos faz voar e tocar nas estrelas, mas também não vivemos a angustiante imprevisibilidade que nos faz precipitar a pique. Mas será que uma relação amorosa é esperar que alguém nos salve, nos nutra, cuide de nós, nos leve às estrelas e nos largue bem lá em cima?

Dar sentido a cada experiência vivida, aprender com cada momento de leveza e de tensão, aceder às dificuldades que existem no nosso interior para cuidarmos delas, potenciar as nossas forças e voar cada vez mais alto em liberdade, lado a lado com alguém, ou frente a frente, não será isso muito mais nutridor? As relações fazem parte das aventuras da existência para nos conhecermos, para contactarmos as nossas feridas que gritam por atenção, para percebermos quais são os nossos medos e tratarmos deles. Enquanto não o fizermos, iremos depositar no outro o poder de fazer isso por nós. E quando depositamos no outro essa responsabilidade, ficamos à mercê do seu ritmo e da sua dedicação.

Quando finalmente percebemos esse nosso mecanismo de esperar do outro uma tarefa que nos cabe a nós fazer, então convencemo-nos de que a vida não é voar e cair continuamente. Não pode ser. Mas cuidar de nós é extremamente difícil, não aprendemos a fazê-lo. Então, uma primeira reação será encolhermo-nos ainda mais e, sem darmos por isso, lá estamos nós outra vez a renunciar à vida. Murchamos por ter e perder, murchamos por não ter. Que paradoxo! Qual a lógica disto tudo?

Quando ganhamos a coragem de olhar para nós próprios, ouvindo os nossos medos e necessidades, dando-lhes o devido valor e aceitar que fazem parte de nós e que são indispensáveis ao nosso percurso de desenvolvimento, então ganhamos também a capacidade de os mostrar, não para que o outro cuide deles, mas para que o outro os veja e valide a sua vontade de estar connosco na mesma, de fazer parte da nossa vida. Lado a lado, ou frente a frente.

O amor incondicional é amar sem condições, sem exigências, sem pedidos. É ter a capacidade de olhar e de ver o outro, de se mostrar, de caminhar juntos no que a vida tem de complexo e de simples. Passamos a ser companheiros de viagem, durante a qual assistimos orgulhosamente ao florescimento do outro. Mas para isso temos de sentir que aprendemos com as experiências passadas. Aprender implica alargar a consciência, reconhecer que o que vivemos foi fundamental para o nosso presente e sentir gratidão por essa vivência. Aprendemos o suficiente para chegarmos onde estamos hoje. Precisávamos desse suficiente para chegarmos onde estamos hoje.

Com esta certeza, olhamos para trás e sentimos que tudo valeu a pena e que agora estamos mais preparados do que nunca para voar até às estrelas com alguém a nosso lado. Ou frente a frente.
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Gostar de mim

mim

‘Já percebi a importância de me pôr em primeiro lugar, de me amar e cuidar de mim, de me proteger e me nutrir de forma a fortalecer a minha autoestima, mas ainda não percebi como se faz.’ Este é o tipo de frase que oiço com frequência quando falamos no desejo de nos sentirmos bem connosco próprios e, consequentemente, na relação com os outros.

Costumo perguntar: ‘O que farias se a pessoa que mais amas na vida se encontrasse na situação em que sentes que devias pôr-te em primeiro lugar e não sabes como?’ Dou como exemplo uma pessoa que facilmente se repreende a si própria quando algo não corre como ela acha que devia ter corrido: ‘correu mal porque não me esforcei o suficiente, porque estava nervosa, porque não fui assertiva, porque sou insegura e não controlei as minhas emoções…’. Da autoagressão oscila para uma agressão externa: ‘se ele não me tivesse falado daquela forma eu não teria ficado nervosa; se ele tivesse sido amável e atento, eu teria dado a volta’, etc. Quer num caso, quer noutro, com este tipo de leitura estamos a fazer o contrário de cuidarmos de nós. A crítica, o julgamento, a repreensão e a culpa estão no oposto da aceitação, do perdão e da compaixão.

Se o teu filho, o teu companheiro, o teu amigo, o teu irmão – imagina a pessoa que mais amas neste mundo – experienciasse o mesmo tipo de situação, o que lhe dirias? ‘Que não faz mal, que talvez da próxima corra melhor e que estarei sempre aqui para ele, aconteça o que acontecer’. Porque não dizemos isso a nós próprios? Porque somos tão críticos e exigentes connosco quando conseguimos ser tão amorosos com o outro?

Colocarmo-nos em primeiro lugar, olhar para o que sentimos e pensamos antes de olharmos para o outro, não é um ato de egoísmo. É um ato de amor. Para connosco e para com o outro. Colocarmo-nos em primeiro lugar no que se refere a cuidarmos de nós e nutrirmo-nos é, antes de mais, assumir a responsabilidade da própria vida e desresponsabilizar o outro de o fazer. Ninguém tem a obrigação de satisfazer as nossas necessidades, ninguém tem a obrigação de nos compreender e resolver os nossos problemas. Partir desse princípio é importante para relações saudáveis, adultas, de genuinidade e liberdade. Se o outro quiser cuidar de nós que o faça porque nos ama e isso lhe dá prazer, não porque pedimos e/ou exigimos. Em crianças era obrigação dos pais zelar pelo nosso bem-estar psicofísico, em adultos somos nós a ter a honra dessa tarefa.

Em termos práticos, o que é que isso significa? Tracy McMillan, numa TedEx que muito me inspira para esta temática, baseia-se nos votos de um casamento tradicional para expor o que é casar-se consigo próprio, o que é tornarmo-nos a pessoa mais importante da nossa vida:

Prometo amar-te e respeitar-te…

  • Na alegria e na tristeza: quando estamos alegres gostamos de nós e apreciamos o nosso humor; e quando estamos tristes? Será que nos mimamos, nos respeitamos ou, pelo contrário, procuramos uma fuga ao que sentimos?
  • Na saúde e na doença: quando estamos bem somos funcionais, mas quando estamos doentes quantas vezes nos irritamos, nos desrespeitamos (até vamos trabalhar com febre)? Quantas vezes chegamos a dormir pouco por falta de tempo, a comer mal por impaciência, a adiar uma ida à casa-de-banho para não interromper uma tarefa? Como cuidamos do nosso corpo, o templo que habitamos?
  • Na riqueza e na pobreza: nos sucessos e nos fracassos, será que festejamos ambos como passos num percurso de aprendizagem e crescimento? Será que nos sentimos gratos pelo que temos ou vivemos na insatisfação do que não temos?
  • Todos os dias da nossa vida até que a morte nos separe: será que nos amamos hoje e todos os dias, independentemente das circunstâncias, como gostaríamos de ser amados? Será que nos aceitamos hoje, tal como somos, no que são as nossas potencialidades e vulnerabilidades, com as nossas forças e os nossos medos?

Uma relação de compromisso connosco próprios não é uma questão de experimentar para ver se funciona: os princípios do respeito, da aceitação, da proteção, do cuidado e da nutrição emocional devem ser a nossa prioridade sempre, tal como gostaríamos que os outros fizessem connosco. Numa situação que nos provoca dor ou desconforto, responder a determinadas questões pode servir de orientação:

  • Estou consciente do que o outro me faz sentir?
  • Na resposta que dou à situação, estou a respeitar-me?
  • Estou a proteger-me?
  • Estou a identificar as minhas necessidades?
  • Estou a cuidar de mim e a nutrir-me?

Colocar-se em primeiro lugar, na sequência de sentirmos que a nossa vida tem valor e merece ser honrada, faz desvanecer sentimentos de culpa – o foco deixa de ser ‘magoar o outro’ e passa a ser ‘cuidar de nós’ (como faríamos com o ser que mais amamos) – e faz aumentar a nossa autoestima – ao cuidarmos de nós sentimos que temos valor, pelo que o ciclo se autorreforça.

Enquanto nos movimentarmos na vida em busca de sermos amados pelo outro, como se tivéssemos um vazio possível de ser colmatado apenas pelo amor de outra pessoa, vamos focar a nossa atenção em satisfazer as suas necessidades na esperança que nos ame e satisfaça as nossas. Se, pelo contrário, focarmos a nossa atenção em nós, numa atitude de curiosidade e exploração do que (não) gostamos, do que (não) faz sentido, do que (não) queremos, então tornamo-nos os protagonistas da nossa história.

Quando nos sentimos os verdadeiros protagonistas da nossa história, deixa de interessar se o outro gosta de nós, pois o que interessa é se nós gostamos do outro. Não interessa o que é nós lhe fazemos sentir, mas o que ele nos faz sentir a nós. A nossa escolha será tanto mais genuína e nutridora quanto livre de expectativas e medos: ‘quero uma relação contigo porque gosto do que sinto na tua presença’ é diferente de ‘preciso de estar contigo porque sem ti fico perdido e vazio’. No primeiro caso há liberdade, no segundo há dependência. E enquanto houver dependência não há espaço para uma relação de partilha.

Cuidarmos de nós porque gostamos mesmo de quem somos, numa primeira fase, é excluir o outro da equação, para depois o incluir na partilha. As relações são o que de mais importante temos na vida, mas a primeira relação a dar atenção e a acarinhar é aquela que temos connosco próprios, pois as outras vão apenas ser uma consequência desta. Quando gostamos de nos fazer companhia, quando nos apaixonamos pelo processo de autoamor, quando vemos o outro por aquilo que ele é – e não em função do que queremos que nos dê –, então estamos a tratar-nos bem.

No entanto, deixo um alerta! Ficarmos pela paixão por nós próprios pode-nos fazer cair na armadilha do narcisismo, em que vemos o mundo apenas em função de nós. Conseguir ir além é entrar na partilha de quem somos (não do que fazemos), pois é na vulnerabilidade do nosso ser que se cria o vínculo e a possibilidade de uma relação saudável.

www.rossana-appolloni.pt

Fotografia de Bernardo Conde www.bernardoconde.com

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Por onde anda o Amor?

amor

Fala-se no desapego, na aceitação e no respeito pelas diferenças com uma certa simplicidade. É tão simples quanto raro, pois somos seres emocionalmente inseguros, com medo de sofrer e de reviver dores, pelo que a nossa visão hoje poderá estar mais aberta a conceitos como a liberdade, a impermanência e a incerteza, mas parte do nosso coração quer a segurança de que os nossos sentimentos são correspondidos e que recebemos o que precisamos para uma estabilidade emocional.

Todos temos necessidades psicológicas. Todos, sem exceção. Tal como uma planta precisa de água para sobreviver e florescer, nós precisamos de aceitação, nutrição afetiva, liberdade de expressão, confiança, reconhecimento e valorização. Transportamos as necessidades não supridas em criança para a fase adulta numa incessante busca no exterior do que nos falta no interior. Colocamos fora a esperança e a responsabilidade do nosso apaziguamento e enquanto mantivermos a fantasia de que os outros existem para nos completar, permanecemos na carência.

E relações pautadas pela carência nunca serão relações saudáveis. Mas relações pautadas pela desresponsabilização da atenção e do cuidado para com o outro também não.

O que é então uma relação saudável? Essencialmente, é um espaço onde recebemos a oportunidade de dar. Dar quem somos. Exprimir o nosso ser, nas suas fragilidades, forças e potencialidades. É onde o outro abre o coração com entusiasmo e vulnerabilidade para receber quem somos e partilhar quem é. E vice-versa. É onde os movimentos de dar e receber criam uma dança nem sempre confortável, mas que nos leva à expansão da consciência, a um crescimento psicológico e a uma evolução espiritual.

Recordo um episódio em que um dos meus irmãos ia ser submetido a uma cirurgia e precisava de alguém que o acompanhasse. Com uma certa preocupação por não me querer maçar, o que ele na verdade me deu foi o privilégio da partilha de uma experiência, sobretudo interior. Deu-me a oportunidade de lhe poder oferecer a minha companhia, a minha atenção, o meu afeto. E é no dar que nos preenchemos, não no receber. Receber acalma o ego; dar nutre a alma – e precisamos de ambos para a experienciar a plenitude da nossa existência.

O dar que nutre a alma pressupõe um ato de generosidade do que já existe dentro de nós. Só conseguimos acolher a dor/alegria de alguém quando acolhemos a nossa; só conseguimos respeitar as suas necessidades quando respeitamos as nossas; só conseguimos ser sinceros quando o somos connosco. Ao tentar dar uma qualidade ainda não desenvolvida, entramos em esforço e o esforço não só chega ao outro como um peso, como exige recompensa. Colocamos energia mental na ação (ex. eu tenho de o aceitar) sem o acompanhamento da energia emocional (ex. na verdade queria que ele fosse diferente). Assim, as ações caem no vazio da carência que desencadeia uma cobrança. Na carência, o dar é experienciado como um perder parte de si próprio: dar é sacrificar-se, é sujeitar-se, é abdicar da própria liberdade… Isso então não é dar, é desrespeitar-se. É trair-se. Invertendo posições, mas ainda na carência, receber também nunca é suficiente: a insatisfação perdura como um poço sem fundo.

Se o que sentimos é simplesmente não existir reciprocidade e sim um desequilíbrio entre o dar e o receber, então chegou o momento de nos perguntarmos o que nos mantem na relação. O saudável é dar sem a expectativa do retorno, mas não receber cria estagnação na dinâmica relacional. Os passos de apenas um desonram a essência da dança. A alma e o ego precisam de colaborar harmoniosamente na sua missão de dar e receber com autorrespeito e amorosidade. Aniquilar o ego é matar a nossa identidade; cortar a expressão à alma é abafar a nossa essência.

Parece tudo simples, mas as emoções ofuscam bastante o processo. Embora o sentimento de gostar seja a base a partir da qual vale a pena debater o resto, os medos levam-nos a defesas e a máscaras que nos aprisionam na experiência da insatisfação, da frustração e da cobrança. E isso não é amor. Isso é medo. É imaturidade. E no que toca às relações e à parte afetivo-emocional, somos ainda muito imaturos. Então por onde anda o amor? A paixão vive da imaturidade das carências, o amor vive da maturidade da consciência. Só na relação existe a possibilidade da transformação. Será que estamos disponíveis para a esse desafio?

No amor não pedimos, damos. No amor não queremos, partilhamos. No amor não cobramos, acolhemos. No amor não nos alimentamos, nutrimos. No amor não salvamos, cuidamos. No amor não exigimos, aceitamos. No amor não empurramos nem travamos, acompanhamos. No amor não conquistamos, apenas somos.

Na dança do amor estamos atentos a nós e integramos o parceiro. É o amor próprio que nos permite amá-lo. Mas o amor próprio não fica no próprio, exige expressão. Amor é compromisso, não no sentido de cumprir regras pré-estabelecidas segundo o rótulo da relação, mas compromisso consigo próprio em aceitar, respeitar e cuidar da pessoa que nos dá o privilégio de nos receber com o que temos para dar. Quando ambos damos, ambos recebemos. Essa é a dança de um encontro alquímico.

 «Ninguém cura ninguém e ninguém se cura sozinho. As pessoas curam-se no encontro. Apenas na alquimia do encontro ocorre a transformação.» – Roberto Crema
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Sozinho ou acompanhado

sozinho

Se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado!

As relações interpessoais são um dos pilares mais importantes para uma vida feliz. Uma vida feita em conjunto com os outros ganha mais sentido, pois enriquece consideravelmente a experiência vivida. Se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado, diz um provérbio africano. De facto, as vivências têm sabores diferentes consoante caminhamos sozinhos ou acompanhados. Não é uma questão de certo ou errado, é uma questão do que sentimos ser fundamental para cada um de nós, em coerência com os nossos sonhos, desejos e necessidades mais profundas.

Se queremos uma vida rica e intensa do ponto de vista humano em termos de afetos, de aprendizagens, de partilhas, o importante não é ir rápido, mas sim longe, o mais longe possível. Ir rápido implica focar-se numa meta e querer chegar lá depressa, independentemente do ritmo dos outros; ir longe significa que a meta não é o mais importante, mas sim o caminho. E pelo caminho encontramos tudo o que precisamos para um percurso de crescimento humano, de desenvolvimento pessoal, de exploração de todo o nosso potencial para fazer frente às tempestades e às bonanças que naturalmente existem. Se queremos atravessá-las rápido talvez não consigamos captar o seu propósito no nosso percurso; se queremos chegar longe, tentamos integrá-las e com elas crescermos.

Chegar longe requer o cuidado de olhar para os que estão à nossa volta e de deixarmos que olhem para nós. No olhar recíproco está o reconhecimento e a valorização de uma relação.

As relações dão-nos o melhor que a vida nos pode dar. Por vezes basta um sorriso, um olhar, e sentimo-nos embebidos por um shot de energia e boa disposição que nos faz voar pela magia do universo. Mas também nos dão o pior, quando nos sentimos arrasados e tristes por uma desilusão, fruto de uma expectativa que criámos. A ausência de expectativa nas relações é o verdadeiro e tão difícil segredo para que através delas consigamos sentir o poder de voar, sem medos nem exigências. É maravilhoso dar a quem sabemos que não nos vai retribuir senão um sorriso, pois será um dar genuíno, não esperamos nada em troca. E é maravilhoso receber de quem não estávamos nada à espera, por vezes até um desconhecido é quem mais nos surpreende!

Se conseguíssemos olhar verdadeiramente para as pessoas que nos estão mais próximas com esse tal olhar inocente de um desconhecido, com um olhar de quem não está à espera de nada e de quem não se sente obrigado a dar nada, cada gesto seria sentido com infinita gratidão e maravilha. Deixaríamos que o encanto das relações, a genuinidade do dar e receber, a autenticidade de se ser quem se é, aflorasse a cada momento de interação.

Dar simplesmente porque sim, porque nos faz bem, porque é inevitável quando se é feliz. Permitir-se receber porque se merece, porque nos faz sentir importantes, porque valoriza a nossa existência. E neste dar e receber faz-se uma caminhada juntos, onde ninguém vai mais à frente nem mais atrás, mas sim lado a lado, porque é juntos que chegaremos longe, o mais longe possível.

Porém, só é possível ir lado a lado quando ninguém se puxa, se empurra, se pendura, quando ninguém exige, pressiona, chantageia; só é possível ir lado a lado quando cada um caminha por si próprio, na alegria de não estar sozinho.
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Você está presente na sua vida?

«Os seus filhos têm piano, futebol, aulas particulares. Você trabalha 45 horas (e mais algumas) por semana. Os seus amigos querem que você vá à festa em casa deles. Você coordena uma acção de caridade. Você cuida dos seus pais, dos seus compromissos, das suas finanças e da ida da família aos médicos. O seu carro precisa de ir à oficina. E a propósito, tem de pagar os impostos.

Onde quer que vamos, ouvimos que é hora de desligar, tomar um fôlego, e relaxar. Podemos até ouvir esse conselho. Mas a verdade é que as férias passam a voar, não temos tempo para nós e as nossas tentativas para meditar, orar ou simplesmente descansar passam para último plano. Estamos sempre a “apagar incêndios”. Nós achamos que podemos “fazer acontecer” o sucesso, o amor, a felicidade… Mas você está disposto a considerar que é esta nossa “ocupação” que nos impede de alcançar a verdadeira alegria e paz?

Você está preso no ciclo frenético de “fazer”? Constantemente ansioso, cansado fisicamente ou emocionalmente esgotada? É a sua agitada agenda a prejudicar seu desempenho no trabalho, com os seus filhos, na sua vida amorosa, nas suas amizades ou o mais importante a prejudicar a sua própria saúde e bem-estar?

Se assim for, você precisa perguntar a si mesmo: “Eu sinto-me presente na minha própria vida?” (…)

A nossa dependência da ocupação na verdade decorre do medo. Temos medo de perder algo, de sermos vistos como improdutivo, egoísta, preguiçoso, um mau pai, que não somos bons o suficiente ou, que sejamos ignorados e deixados para trás. Aqui está a verdade… Nós podemos permanecer perpetuamente em movimento para evitar os nossos sentimentos de indignidade. Se nos mantermos incrivelmente ocupados com as coisas pequenas, podemos adiar a pensar nos nossos verdadeiros problemas. A nossa “ocupação” dá-nos uma desculpa para escapar da responsabilidade de ser os nossos eus autênticos e de mudar a nossa vida.

O Divino habita em cada parte de sua experiência – até mesmo na sua ocupação. Você tem acesso a tudo o que você precisa em cada momento. Pare a corrida a confusão e a preocupação. Apenas respire. Tire um tempo para estar no momento presente a cada dia. Mesmo tarefas mundanas podem ser realizadas com plena consciência. Cozinhar o jantar com presença. Mudar a caixa de areia do gato com presença. Encher o depósito de combustível com presença. (…)

Deixe ir, esteja presente e deixe fluir a sua vida bela. Não há pressa. Você tem todo o tempo do mundo.»

Saiba mais sobre o livro AQUI .

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«Como pais, nós sabemos no nosso coração o que os nossas crianças precisam»

Aqui está uma história incrível sobre uma mãe que ignorou totalmente o que os especialistas diziam sobre seu filho, com autismo. Em vez disso, ela seguiu seus próprios instintos – com resultados surpreendentes.

O filho de Kristine Barnett, Jacob foi diagnosticado com autismo quando ele tinha 2 anos, e os médicos disseram que ele nunca iria falar. Ela tentou programas de educação especial e terapias destinadas a resolver suas limitações. Quando os professores lhe disseram que não havia esperança, ela rebelou-se e fez o seu próprio caminho.

“Muitas pessoas pensaram que eu tinha perdido a cabeça”, lembra ela.

Em vez de se concentrar nas limitações de Jacob, Kristine investiu naquilo que ele gostava e captava o seu interesse. Agora, o seu filho de 15 anos de idade, está a caminho de ganhar um Prémio Nobel por seu trabalho em física teórica. (…)

“Ele gostava de comportamentos repetitivos. Ele gostava de brincar com um copo e olhar para a luz, torcendo-o por horas a fio. Em vez de lhe tirar o copo, eu dei-lhe 50 copos, enchi-os com água a diferentes níveis e deixei-o explorar”, diz ela. “Eu rodeei-o com o que ele adorava.”

Quanto mais ela fez isso, mais funcionava. Então, uma noite quando se estava a deitar, Jacob falou. “Foi como música … porque todos tinham dito que era uma coisa impossível”, Kristine lembra. “Eu ia deitá-lo todas as noites e dizia: ‘Boa noite, bebé Jacob, você é meu anjo bebé, e eu amo-te muito. “Uma noite, ele olhou-me diretamente nos olhos e disse: “Boa noite bebé.”

Jacob é agora um estudante de física teórica no Instituto Perimeter em Waterloo, Ontário, com um QI maior do que Einstein.

Kristine narra incrível jornada e avanço de seu filho no seu livro Salvo pelas Estrelas: Como o amor de uma mãe salvou um génio das mãos do autismo.

Quando ela fala com outras mães que têm filhos autistas, distúrbios de aprendizagem, ou outras deficiências, ela diz-lhes: “É muito importante que, você não deixe que o rótulo defina o seu filho. Em que é que o seu filho é bom? Deixe que isso o defina. Criar motivações que são autodirigidas. Deixe-os perseguir o que eles amam.”

“Como pais, nós sabemos nos nossos corações o que é que as nossas crianças precisam”,  diz Kristine “e precisamos confiar um pouco mais. Mesmo que isso vá contra o que os outros dizem “.

Adaptado do artigo de Stephanie Cook Broadhurst/The Mother List

Saiba mais sobre o livro AQUI.