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Treino de força na 3ª idade pode trazer inúmeros benefícios!

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Valorizar o papel do exercício físico

Temos de continuar a valorizar o papel do EXERCÍCIO FÍSICO NA SAÚDE das pessoas e reforçar o carácter interdisciplinar que deve existir entre médicos, fisiologistas do exercício e fisioterapeutas! De seguida apresento uma entrevista que dei para a JustNews, Jornal Médico, que tem estado sempre na vanguarda da comunicação de sinergias entre os médicos e outras profissões relacionadas com a Saúde. Obrigado!

Muitas alterações fisiológicas da 3.ª idade devem-se mais à falta de prática de exercício físico do que ao avançar dos anos, afirma Rodrigo Ruivo, diretor do Centro de Formação da Clínica das Conchas. “O exercício físico e o treino de força, em particular, são aliados imprescindíveis”, assegura o fisiologista do exercício e doutorado em Motricidade Humana, na especialidade de Comportamento Motor, pela Faculdade de Motricidade Humana. Em declarações à Just News, o responsável afirma que o “Treino de Força na 3.ª idade” será um dos temas que serão debatidos no 7º Congresso Ibérico de Atividade Física e Desporto (7º CIAFD). O evento, organizado pelo Centro de Formação da Clínica das Conchas e pelo Instituto Politécnico de Beja (IPB), decorre no final deste mês, nas instalações do IPB.

Segundo o docente da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, “as alterações negativas apresentadas em estudos nesta faixa etária devem-se muito mais ao desuso e falta de exercício físico”, daí que “vários estudos já reportaram que o treino de força pode trazer inúmeros benefícios”.  E apontou alguns exemplos: “Aumento na área de secção transversa do músculo e melhoria dos níveis de força; prevenção e diminuição das quedas; melhoria da composição corporal, da sensibilidade à insulina e da densidade mineral óssea.” Em suma, como acrescentou, “a perda de massa muscular e de funcionalidade não é uma inevitabilidade do processo de envelhecimento”. Rodrigo Ruivo faz também questão de sublinhar que, “naturalmente, o treino nesta faixa etária, como noutras, obriga a conhecimento específico e a respeito pelos princípios do treino, tais como o da progressividade e da individualidade, que inclui conhecimento do historial clínico.”

Mitos da prescrição e prevenção de lesões

Outra temática a ser debatida nas jornadas é a da prevenção das lesões. Rodrigo Ruivo salientou a importância de se fazer uma avaliação da condição física. “Deve realizar-se inicialmente uma cuidada avaliação da condição física, que inclua a avaliação de saúde, com anamnese clínica, avaliação postural e funcional, entre outras, para que se possa prescrever um plano de treino individualizado”, frisou. Desta forma, é possível assim respeitar “os princípios de treino (progressividade, individualidade, etc.), os rácios de força funcionais ideais e privilegiar a boa execução técnica dos vários exercícios”.

Para que estes pressupostos sejam tidos em conta na prática diária, Rodrigo Ruivo disse que se vai debater no evento os “mitos da prescrição do exercício físico”, nomeadamente o treino mais indicado para a perda de massa gorda, os exercícios mais eficazes para treino dos músculos abominais, fazer treino cardiovascular antes ou depois do treino de força, entre outros. O diretor do Centro de Formação da Clínica das Conchas sublinha que há uma mensagem-chave: “Deve-se procurar informar cada vez mais as pessoas que lidam diretamente com a avaliação e prescrição do exercício, começando logo ao nível das licenciaturas de Ciências do Desporto e depois, na continuidade, nas formações pós-graduadas.”

As jornadas, que se realizaram dia 26 de maio, destinam-se a profissionais ligados às áreas do Exercício Físico e Saúde, tais como fisiologistas do exercício, fisioterapeutas e médicos.

 

Rodrigo Ruivo

Clínica das Conchas | In Just News

Rodrigo Ruivo é autor do Novo Manual de Avaliação e Prescrição de Exercício, da Editora Self.

 

 

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Inflamação do nosso corpo: o que é, causas e efeitos

Inflamação

Hoje sabe-se que a inflamação do nosso corpo está entre as causas para algumas das doenças mais comuns na sociedade ocidental. O que é a inflamação do nosso corpo, quais as causas, consequências e quais os alimentos anti-inflamatórios são alguns dos temas que vamos abordar nos próximo artigos.

Antigamente quando se falava em alimentos, o objectivo era emagrecer, melhorar a imagem do nosso corpo, ou ter uma alimentação correcta à luz da Roda dos Alimentos. Hoje nutrição é saúde. Sabe-se mais sobre as características e nutrientes de cada alimento, os seus efeitos colaterais e começa-se a desmistificar algumas crenças enraizadas na sociedade atual.

O que é a inflamação no nosso corpo?

A inflamação é uma reacção do nosso sistema imunitário. O nosso sistema imunitário reage sempre que identifica uma ameaça ao nosso corpo: uma bactéria, vírus, químicos ou células danificadas. É o seu processo de cura. É este processo que faz com que o nosso corpo seja capaz de ultrapassar uma gripe ou de fazer a cicatrização de uma ferida. Quando por exemplo, batemos com a perna na esquina da mesa, despoleta-se um processo bioquímico que liberta as Citocinas, proteínas que irão regular a resposta do nosso corpo, e reunir hormonas e nutrientes do nosso corpo necessários para “reparar” os tecidos danificados.

Há dois tipos de inflamação: aguda ou crónica. Elas diferem em questões como a sua duração ou que a originou.

Inflamação Aguda

A inflamação aguda é a reacção do nosso sistema imunitário e o seu processo de cura face a ameaças como as referidas anteriormente: uma bactéria, um vírus, um corte que fizemos na pele, uma parte dorida do corpo fruto de uma queda. Normalmente é uma reacção imediata e intensa mas temporária e os seus efeitos demoram no máximo alguns dias a passar.

Inflamação crónica

A inflamação crónica é um processo prolongado no tempo, pode durar meses ou até anos.  Surge quando o sistema imunitário não consegue eliminar a ameaça, quando sofremos de doenças autoimunes, quando estamos expostos a algum químico, em doses muito baixas. Asma, Sinusite crónica, Osteoartrite e Artrite reumatóide, Úlceras, Doença de Crohn e Doença Inflamatória Intestinal são algumas das doenças cujo um dos efeitos é a inflamação.

No entanto, há outros fatores que influenciam a inflamação prolongada do nosso corpo: o stress, uma alimentação desequilibrada ou desadequada (por exemplo, se formos intolerantes a algum alimento ou comermos muitos alimentos que causam inflamação), o excesso de peso, a falta de exercício, a poluição, fumar ou o consumo excessivo de álcool.

Possíveis consequências da Inflamação crónica

A investigação sobre os seus efeitos está longe de estar terminada mas há já alguns riscos que médicos e cientistas sabem estar relacionados com a Inflamação crónica.

Riscos Cardiovasculares

Um estudo da Universidade de Standford concluiu que as doenças coronárias estão relacionadas com genes associados à inflamação do organismo. Por outro lado, a inflamação leva  a que o corpo procure reparar os vasos sanguíneos inflamados e é nesta conjugação e processo bioquímico que por vezes se formam coágulos e lesões coronárias.

Diabetes

Já vários estudos concluíram que doentes com Diabetes tipo 2 tinham também níveis de Citocinas elevados. Conclusão: excesso de gordura corporal, especialmente no abdómen é sinal de inflamação crónica e esta desregula os indicadores de insulina, aumenta a resistência à insulina e leva à doença. Torna-se um ciclo vicioso. O corpo torna-se menos sensível à insulina, o que pode levar a excesso de peso e aumento da inflamação crónica.

Ossos

A inflamação crónica pode levar à perda de massa óssea, uma vez que interfere na regeneração dos tecidos ósseos e diminui a capacidade de absorção de nutrientes importantes para a saúde óssea como o cálcio e a vitamina D.

Depressão

Médicos e cientistas ainda não conseguiram identificar a relação directa entre a Inflamação crónica e a depressão, mas alguns estudos já concluíram que pessoas que sofrem de depressão apresentam um nível de inflamação no cérebro cerca de 30% superior do que pessoas que não sofrem desta doença. Por outro lado a Inflamação crónica está relacionado com sintomas como perda de apetite, tristeza ou dificuldades em dormir.

Vários estudos ainda verificaram que pessoas com acne, psoríase, problemas de sono, dificuldade em perder peso apresentavam também níveis de inflamação superiores à média. Não se conseguiu concluir que é a causa mas que é um factor comum.

Nos próximos artigos iremos falar sobre como diminuir o nível de inflamação do nosso corpo, que tipo de alimentos aumentam o nível de inflamação do nosso corpo e quais os alimentos Anti-inflamatórios.

 

Principais Fontes:

https://www.livescience.com/52344-inflammation.html

https://www.medicalnewstoday.com/articles/248423.php#what-is-inflammation?

https://www.prevention.com/health/signs-chronic-inflammation

http://www.health.com/health/gallery/0,,20898778,00.html#it-damages-bones–0