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Dores de Crescimento

A comunidade médica ainda tem dúvidas sobre as dores de crescimento. Alguns falam da sua existência e dominância nos membros inferiores, mas outros referem que essa sintomatologia pode não ter a ver com o crescimento. Mas o que vos trago hoje aqui não são as dores físicas de crescimento, pelo menos não essas que vivemos até à adolescência. Por mais incrível que pareça, estas dores não estão só associadas ao crescimento físico e não cessam no fim da adolescência. Porque não falar em dores de crescimento psicológico ou emocional? Apesar de já estarmos biologicamente desenvolvidos em adultos (fun fact: o cérebro só está completamente desenvolvido por volta dos 25 anos), passamos muitas vezes por dores de crescimento.

E que dores são estas?

O crescimento tem dor associada. Não é fácil assistir a ruturas, viver cisões e decidir por novas identidades ou caminhos. Há um enorme desafio em lidar e em expressar todas as emoções que sentimos (e às vezes vêm aos pares!). Aprender a lidar com a vida adulta é um processo de etapas, sendo que por vezes bailamos entre elas, e noutras fazemos umas voltas em trapézio e sem rede.

E não é só quando acontecem as “coisas más”. Como aprendemos a viver o que é bom? Sabemos saboreá-lo, ou será que desvanece como a areia nas nossas mãos abertas? É aquele fino e complexo equilíbrio entre o aprender a ser e viver, em contacto com tudo o que nos rodeia e nos afeta. E mais, aprender a ser adulto é para a vida. Desengane-se quem acha que chegar à vida adulta é sê-lo. É preciso vivê-lo. É preciso aprender a ir crescendo, pois crescemos até ao fim, vivendo como uma peça inacabada. É nesse inacabado que reside a vida. E não é numa perspetiva de procura da perfeição ou de viver na imperfeição. É continuar no caminho da nossa construção pessoal. E isto envolve muita coisa boa, mas também a aprendizagem de lidar com o menos bom. Não há um sem o outro, não há luz sem sombra.

Quem somos nós no meio da dificuldade? E com esse conhecimento, quem queremos ser daqui para a frente? O mundo está a pedir isso agora. São períodos estranhos e conturbados. Uns lidam melhor que outros. Uns lidam bem num dia, mal no outro. Alguns preferem a solidão em vez da casa cheia, outros preferiam ir lá fora livremente. Somos todos diferentes e importa encarar tudo isto sem julgamento. Os ânimos às vezes agitam-se e nem sempre se tornam bons conselheiros. Então, faz a tua parte. Cuida de ti, na medida do possível e na medida daquilo que é viável e realista. Cuida de quem consegues e queres alcançar (desde que esse “quem” queira ser ajudado). Não precisas de encontrar curas, salvar alguém ou entrar num estado de iluminação. Baixa as expetativas. Faz o que podes. E isso pode ser diferente de dia para dia. Hoje pode não ser possível muita coisa, então respira. Amanhã tentamos novamente.

Foto de  Simon Hesthaven  em Unsplash

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Formação Despertar. Libertar. Crescer.

crescer
Formação Despertar. Libertar. Crescer.
Despertar. Libertar. Crescer. é para quem procura compreender as dinâmicas subjacentes aos processos de transformação e de crescimento emocional. Numa época de autenticidade e aceitação de quem somos este curso é um roteiro para a busca do nosso eu e o reencontro com o nosso SELF verdadeiro. Esta formação é para quem quer libertar-se do passado, simplificar o presente e abraçar o futuro. Um curso prático visando um percurso de autoconhecimento, transformação e crescimento.
 
A formação está dividida em 3 módulos. A participação no segundo ou terceiro módulo só é possível com a participação nos módulos anteriores:
MÓDULO DESPERTAR

‘Quem olha para fora ilude-se, quem olha para dentro desperta’ (C. Jung). Desviar o olhar do mundo exterior e dos outros como responsáveis pelo nosso mal-estar para focar o olhar no nosso mundo interno é o primeiro grande passo no processo de crescimento e mudança. Este módulo vai ampliar a consciência das dinâmicas pessoais, da sua origem e consequências nos nossos padrões de comportamento e nas nossas relações interpessoais.

  • fev: 07, 14, 21, 27
  • março: 14, 21
MÓDULO LIBERTAR

Como quebrar padrões que já não nos servem, mas sem os quais parece que não sabemos viver? Muitos deles têm origem no estilo de vinculação que aprendemos a estabelecer com os nossos cuidadores, a qual nem sempre é seguro e saudável. Ver a nossa realidade, aceitá-la para mudar para algo diferente é o propósito deste módulo: libertar o velho e identificar o novo.

  • março: 28
  • abril: 11, 18, 24
  • maio: 02, 09
MÓDULO CRESCER

Crescemos emocionalmente quando aceitamos o desafio da Jornada do Herói, com as etapas que dela fazem parte. Vamos buscar a obra de Joseph Campbell com os seus mitos e arquétipos para recriarmos a nossa história como seu herói protagonista. Ao longo do percurso vamos trabalhar recursos essenciais para o sucesso: cuidar de nós, proteger-nos e nutrir-nos de forma a sentir a felicidade da vida ao longo do caminho e não como uma meta inalcançável.

  • maio: 30
  • junho: 06, 13, 20, 27
  • julho: 04

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Horário: Das 19h às 21h30

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Valores:

Curso total: 390€

Por módulo: 150€

Early Bird até 31 de Janeiro: oferta do livro Despertar, Libertar, Crescer de Rossana Appolloni

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Local:

Cowork da Praia, em Carcavelos
 
Morada: 
Praça do Junqueiro, nº3, Loja B 2775-597 Carcavelos
Incrições:
geral@vidaself.com

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Inclui: Oferta de Certificado de Participação no final.

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Este curso nasce do trabalho da autora e de formações e workshops que tem vindo a realizar.

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Biografia da autora: 

Rossana Appolloni nasceu em 1976 em Lisboa. Após uma primeira formação académica em Cinema na ESTC de Lisboa, foi para Itália, onde conheceu a Psicossíntese, um modelo psicoterapêutico de natureza humanista-existencialista. Diplomou-se em Counselling pela Società Italiana di Psicosintesi Terapeutica de Florença. De regresso a Portugal frequenta os cursos de Psicoterapia Somática em Biossíntese, Somatic Experience e Bodynamic, e nos EUA (Esalen) e em Espanha a Hakomi Mindful Somatic Psychoterapy.

É licenciada em Linguística e Mestre em Psicolinguística pela Università Degli Studi di Perugia (Itália) e é ainda Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Lusófona de Lisboa.

Além de dar formação, dedica-se à prática da psicoterapia individual e de dinâmicas de grupo. Lecionou na Universidade de Perúgia e na Escola do Exército Italiano durante os 11 anos que viveu em Itália. Atualmente colabora com a Fundação Portuguesa para o Estudo, Prevenção e Tratamento das Dependências (A Barragem), com o Centro de Psicoterapia Somática em Biossíntese e tem o seu consultório para atendimento privado. Desde 2014 que publica o Podcast Ousar Ser e é autora dos livros Ousar ser feliz – dá trabalho mas compensa! (Vida Self Editora, 2014) e Do Sofrimento à Felicidade – Da Psicanálise à Psicologia Positiva (Vida Self Editora, 2015).

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Workshop – Como dizer Não e estabelecer limites

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Ciclo de Workshops de Parentalidade Consciente (4 workshops), com a coach Fátima Gouveia e Silva

4º WORKSHOP: COMO DIZER NÃO E ESTABELECER LIMITES E CONSEQUÊNCIAS 

11 de abril, 19h – 21h30

 

O que é a parentalidade consciente :

A forma como nos relacionamos com as crianças influencia profundamente no desenvolvimento de uma auto estima saudável, e no seu crescimento e desenvolvimento como futuros adultos felizes e responsáveis. A Parentalidade Consciente é uma forma de estar na parentalidade que se baseia na tomada de consciência de que são os nossos hábitos enquanto pais o ponto de partida para criar relações fortes e saudáveis com as crianças. Parentalidade consciente é ter consciência das nossas intenções enquanto pais e estar preparado para refletir sobre a forma como os nossos hábitos e padrões de comportamentos estão alinhados com essa intenção. Mais do que aprender conceitos, é desaprender preconceitos: é um deixar ir de tudo aquilo que não serve a nossa intenção como pais, um desaprender de tudo que não promove relações saudáveis baseadas no amor incondicional e tudo aquilo que não ajuda os nossos filhos a crescer e prosperar emocionalmente.

 PROGRAMA:

4 – COMO DIZER NÃO E ESTABELECER LIMITES E CONSEQUÊNCIAS
(Consequências com Consciência)
* Identificar o que são limites
* Aprender a comunicar limites
* Como dizer que não
* Entender a diferença entre castigos, consequências naturais e consequências conscientes
* Exercícios práticos

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Objetivo dos workshops :
Ajudar os pais/ educadores a:
* compreender os princípios/valores da educação consciente
* gerir os relacionamentos com a criança de modo mais harmonioso, com mais empatia e presença – a intenção precede a ação
* promover a autoestima nas crianças de forma a prepará-las para uma vida de desafios em sociedade
* reconhecer padrões de resposta negativos e encontrar alternativas saudáveis,
* compreender e utilizar o método laser, assim como outras técnicas para identificar as necessidades das crianças
* aprender e desenvolver a linguagem pessoal; adotando estratégias para uma Comunicação consciente – verbal ou não-verbal – mais eficaz e orientada
* entender a diferença entre castigos e consequências – e entre obediência e Colaboração
* desenvolver características individuais positivas – maior capacidade de autoreconhecimento: autoconceito e sentimento de autoestima fortificados
* criar maior conexão consigo e com os outros

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Local: Cowork da Praia / Self
Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos, Portugal, Tel: +351 218 084 370
Preço: 25 € | 90 € ciclo

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A formadora:

“Em 2013 tomei contacto com as áreas de Coaching e Desenvolvimento Pessoal e com a certificação internacional de Coaching e descobri um novo propósito. Desde aí, é um querer sempre saber mais, procurar, pesquisar, evoluir, perceber e melhorar quem sou e também ajudar os outros a melhorar.
Conhecer a Parentalidade consciente trouxe-me uma grande paz interior. Perceber que não há certos nem errados, mas há um caminho que nos permite uma maior consciência das escolhas que fazemos, do impacto que isso tem nos nossos filhos e é um caminho de conexão, amor e gratidão.
Aliar o Coaching e a PNL à Parentalidade Consciente permite-me ajudar outras mães a viverem uma vida mais plena, com maior harmonia e satisfação sentindo-se mais preenchidas porque encontram maior equilíbrio nas várias áreas da sua vida e porque através da Parentalidade Consciente conseguem melhorar relações com os filhos e em família.
O meu propósito é ajudar a fomentar uma forma de estar na Parentalidade que nos ajuda a viver esta experiencia de forma mais serena e consciente, sabendo que podemos fazer diferente e fazer diferença quando educamos as nossas crianças para mudar o mundo de amanhã. “

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Workshop – Como comunicar para ser ouvido

comunicar

Ciclo de Workshops de Parentalidade Consciente (4 workshops), com a coach Fátima Gouveia e Silva

3º WORKSHOP: COMO COMUNICAR PARA SER OUVIDO

21 de março, 19h – 21h30

 

O que é a parentalidade consciente :

A forma como nos relacionamos com as crianças influencia profundamente no desenvolvimento de uma auto estima saudável, e no seu crescimento e desenvolvimento como futuros adultos felizes e responsáveis. A Parentalidade Consciente é uma forma de estar na parentalidade que se baseia na tomada de consciência de que são os nossos hábitos enquanto pais o ponto de partida para criar relações fortes e saudáveis com as crianças. Parentalidade consciente é ter consciência das nossas intenções enquanto pais e estar preparado para refletir sobre a forma como os nossos hábitos e padrões de comportamentos estão alinhados com essa intenção. Mais do que aprender conceitos, é desaprender preconceitos: é um deixar ir de tudo aquilo que não serve a nossa intenção como pais, um desaprender de tudo que não promove relações saudáveis baseadas no amor incondicional e tudo aquilo que não ajuda os nossos filhos a crescer e prosperar emocionalmente.

 PROGRAMA:

3 – COMO COMUNICAR PARA SER OUVIDO
(Comunicação consciente)
* Identificar estilos de comunicação
* Aprender e desenvolver a linguagem pessoal
* Aprender a descrever comportamentos, necessidades e emoções de uma forma neutra
* Bloqueios à comunicação
* Exercícios práticos

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Objetivo dos workshops :
Ajudar os pais/ educadores a:
* compreender os princípios/valores da educação consciente
* gerir os relacionamentos com a criança de modo mais harmonioso, com mais empatia e presença – a intenção precede a ação
* promover a autoestima nas crianças de forma a prepará-las para uma vida de desafios em sociedade
* reconhecer padrões de resposta negativos e encontrar alternativas saudáveis,
* compreender e utilizar o método laser, assim como outras técnicas para identificar as necessidades das crianças
* aprender e desenvolver a linguagem pessoal; adotando estratégias para uma Comunicação consciente – verbal ou não-verbal – mais eficaz e orientada
* entender a diferença entre castigos e consequências – e entre obediência e Colaboração
* desenvolver características individuais positivas – maior capacidade de autoreconhecimento: autoconceito e sentimento de autoestima fortificados
* criar maior conexão consigo e com os outros

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Local: Cowork da Praia / Self
Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos, Portugal, Tel: +351 218 084 370
Preço: 25 € | 90 € ciclo

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A formadora:

“Em 2013 tomei contacto com as áreas de Coaching e Desenvolvimento Pessoal e com a certificação internacional de Coaching e descobri um novo propósito. Desde aí, é um querer sempre saber mais, procurar, pesquisar, evoluir, perceber e melhorar quem sou e também ajudar os outros a melhorar.
Conhecer a Parentalidade consciente trouxe-me uma grande paz interior. Perceber que não há certos nem errados, mas há um caminho que nos permite uma maior consciência das escolhas que fazemos, do impacto que isso tem nos nossos filhos e é um caminho de conexão, amor e gratidão.
Aliar o Coaching e a PNL à Parentalidade Consciente permite-me ajudar outras mães a viverem uma vida mais plena, com maior harmonia e satisfação sentindo-se mais preenchidas porque encontram maior equilíbrio nas várias áreas da sua vida e porque através da Parentalidade Consciente conseguem melhorar relações com os filhos e em família.
O meu propósito é ajudar a fomentar uma forma de estar na Parentalidade que nos ajuda a viver esta experiencia de forma mais serena e consciente, sabendo que podemos fazer diferente e fazer diferença quando educamos as nossas crianças para mudar o mundo de amanhã. “

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Workshop – Como transformar desobediência em colaboração

desobediência

Ciclo de Workshops de Parentalidade Consciente (4 workshops), com a coach Fátima Gouveia e Silva

2º WORKSHOP: COMO TRANSFORMAR DESOBEDIÊNCIA EM COLABORAÇÃO

21 de fevereiro, 19h – 21h30

 

O que é a parentalidade consciente :

A forma como nos relacionamos com as crianças influencia profundamente no desenvolvimento de uma auto estima saudável, e no seu crescimento e desenvolvimento como futuros adultos felizes e responsáveis. A Parentalidade Consciente é uma forma de estar na parentalidade que se baseia na tomada de consciência de que são os nossos hábitos enquanto pais o ponto de partida para criar relações fortes e saudáveis com as crianças. Parentalidade consciente é ter consciência das nossas intenções enquanto pais e estar preparado para refletir sobre a forma como os nossos hábitos e padrões de comportamentos estão alinhados com essa intenção. Mais do que aprender conceitos, é desaprender preconceitos: é um deixar ir de tudo aquilo que não serve a nossa intenção como pais, um desaprender de tudo que não promove relações saudáveis baseadas no amor incondicional e tudo aquilo que não ajuda os nossos filhos a crescer e prosperar emocionalmente.

 PROGRAMA:

2 – COMO TRANSFORMAR DESOBEDIÊNCIA EM COLABORAÇÃO
(Necessidades vs Comportamentos)
* Definir intenções enquanto pais
* Entender a diferença entre obediência e colaboração
* Entender perigos de desenvolver a cultura da obediência
* Entender que comportamento é uma forma de comunicação
* Conhecer o modelo LASEr e a sua aplicação prática
* Exercícios práticos

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Objetivo dos workshops :
Ajudar os pais/ educadores a:
* compreender os princípios/valores da educação consciente
* gerir os relacionamentos com a criança de modo mais harmonioso, com mais empatia e presença – a intenção precede a ação
* promover a autoestima nas crianças de forma a prepará-las para uma vida de desafios em sociedade
* reconhecer padrões de resposta negativos e encontrar alternativas saudáveis,
* compreender e utilizar o método laser, assim como outras técnicas para identificar as necessidades das crianças
* aprender e desenvolver a linguagem pessoal; adotando estratégias para uma Comunicação consciente – verbal ou não-verbal – mais eficaz e orientada
* entender a diferença entre castigos e consequências – e entre obediência e Colaboração
* desenvolver características individuais positivas – maior capacidade de autoreconhecimento: autoconceito e sentimento de autoestima fortificados
* criar maior conexão consigo e com os outros

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Local: Cowork da Praia / Self
Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos, Portugal, Tel: +351 218 084 370
Preço: 25 € | 90 € ciclo

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A formadora:

“Em 2013 tomei contacto com as áreas de Coaching e Desenvolvimento Pessoal e com a certificação internacional de Coaching e descobri um novo propósito. Desde aí, é um querer sempre saber mais, procurar, pesquisar, evoluir, perceber e melhorar quem sou e também ajudar os outros a melhorar.
Conhecer a Parentalidade consciente trouxe-me uma grande paz interior. Perceber que não há certos nem errados, mas há um caminho que nos permite uma maior consciência das escolhas que fazemos, do impacto que isso tem nos nossos filhos e é um caminho de conexão, amor e gratidão.
Aliar o Coaching e a PNL à Parentalidade Consciente permite-me ajudar outras mães a viverem uma vida mais plena, com maior harmonia e satisfação sentindo-se mais preenchidas porque encontram maior equilíbrio nas várias áreas da sua vida e porque através da Parentalidade Consciente conseguem melhorar relações com os filhos e em família.
O meu propósito é ajudar a fomentar uma forma de estar na Parentalidade que nos ajuda a viver esta experiencia de forma mais serena e consciente, sabendo que podemos fazer diferente e fazer diferença quando educamos as nossas crianças para mudar o mundo de amanhã. “

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Do outro lado do medo

medo

Medo da rejeição. Medo do abandono. Medo da humilhação. Medo da traição. Medo da injustiça. Estes são cinco dos medos básicos inerentes à condição humana, que se desenvolvem com maior ou menor intensidade segundo uma série de variáveis no nosso percurso de crescimento emocional.

Associado a cada medo existem necessidades psicológicas que, por não terem sido preenchidas em idade infantil, criam carências que transportamos ao longo da vida. Uma criança que tenha sentido traição ou abandono por parte de uma figura de referência permanece com esse sentimento registado no seu aparelho psíquico, o qual lança um sinal de alerta numa relação posterior onde sinta proximidade afetiva. O medo subjacente, despoletado nos primeiros anos de vida, condicionará as dinâmicas interpessoais em adulto, através de estratégias e mecanismos de defesa que adotamos de modo a evitar reviver o mesmo tipo de situação.

Assim, chegamos ao ponto de dizer ‘diz-me o que queres que eu faça, basta que não me deixes!’. Disponibilizamo-nos a fazer o que estiver ao nosso alcance para não passar pelo que outrora nos causou tanto sofrimento. O paradoxo surge quando, ao tentar evitá-las, acabamos por as provocar, repetindo-se assim o trauma mediante um padrão do qual queremos sair e não sabemos como.

Procuramos preencher as nossas carências através dos outros, esquecendo-nos que esses outros não existem para nos preencher. Cada pessoa tem as suas mazelas de crescimento, tem os seus medos e necessidades, e enquanto virmos no outro a fonte da nossa salvação vivenciamos um choque de exigências e cobranças, tornando a relação uma luta em vez de um aconchego.

Como passar de um campo de batalha, onde somos cada vez mais atacados e feridos, para um terreno seguro e nutridor, no qual vamos sanando o nosso coração?

Inicialmente procuramos o que nos é familiar. Não questionamos os hábitos que adquirimos até nos permitirmos ter uma experiência diferente que nos faça sentido. Se em criança somos sujeitos a críticas, assimilamos uma imagem negativa de nós próprios que nos acompanha como se fosse verdadeira. Podemos nem ter consciência dela, mas uma baixa autoestima condiciona as escolhas de vida e a qualidade das nossas relações. Se os nossos pais são demasiado protetores e nos incutem que o mundo é perigoso, a forma como nos movimentamos dificilmente será de confiança, pois tudo é visto como um risco. São inúmeros os exemplos que resultam em crenças falsas e prejudiciais, que condicionam o nosso sentir, logo, a nossa interação com o exterior.

Uma cliente minha sofre horrores no trabalho. Sente-se posta de lado pela dificuldade em aderir ao ambiente de euforia e diversão. Fica triste, o que, por sua vez, não é bem acolhido pelos colegas, intensificando assim a sensação de exclusão. A sua angústia começou a traduzir-se em sintomas físicos de fortes dores de barriga, dores de cabeça e tonturas, a ponto de recorrer a baixa médica. Longe do trabalho os sintomas aliviam, mas perante a ideia de alta reaparecem. Percebemos pela sua história que existe uma grande lacuna na necessidade psicológica de pertença. Quer fazer parte, mas as atitudes do grupo – e as dela própria – aumentam a sua dor de exclusão, potenciando, paralelamente, a sua necessidade de pertença. Vive numa carência profunda sem encontrar modo de sair desta pescadinha de rabo na boca.

Porque é que não muda de comportamento e se torna mais sociável? Ou porque é que não procura pessoas mais em sintonia com ela? Porque não é isso que o seu sistema emocional conhece! O que o seu sistema sabe fazer é tentar desesperadamente sentir-se pertence junto de pessoas que não a acolhem, que a criticam e que lhe provocam uma sensação de desadequação, pois foi isso que viveu em criança.

Estamos perante o que chamamos de repetição do padrão. Ao longo da vida repetimos um padrão de comportamento porque não conhecemos outro, por muito tóxico que ele seja. Quem viveu a falta de atenção e carinho em criança, vai cruzar-se com pessoas de quem não recebe suficiente afeto porque essa é a energia que lhe é familiar. Pessoas que dão carinho e atenção não se ajustam ao seu sistema de funcionamento na medida em que é um tipo de vibração que desconhece, que estranha, por muito que precise dela. Quem viveu a crítica sente-se inconscientemente atraído por pessoas que criticam, pois as outras não entram no seu radar. Quem sofreu a traição ou a humilhação, facilmente entra em relações onde é maltratado e traído, caso contrário não vincula. Curiosamente somos excelentes em dar aos outros o que nos faltou e precisamos de receber…

Qual a lógica de procurar algo que na prática rejeitamos, insistindo em receber o oposto do que queremos?! Repetimos um padrão simplesmente porque é o que conhecemos, mas como estamos num caminho onde, felizmente, o crescimento é possível, um passo nesse sentido é quebrar com o que nos é nocivo. No entanto, crescer implica fazer escolhas que se coadunam com as nossas necessidades de forma natural e não forçada, o que significa que algo interno tem de mudar. Imposições lógicas e racionais externas não funcionam.

Para crescer não basta perceber cognitivamente o mecanismo, há que sentir emocionalmente que chegou o momento de romper com um determinado padrão – que é fruto da nossa dinâmica interna e não da pessoa que o desperta em nós. A toxicidade está na nossa reação, não no outro. Precisamos de colocar a nossa integridade em primeiro lugar, valorizar o amor próprio e o autorrespeito em detrimento de uma carência infantil que berra pela atenção do outro e que entra em litígio quando não obtém o que quer. Chegou a hora de olhar mais para nós próprios e menos para o outro em função de nós. O outro nunca vai suprir as carências nem curar as nossas feridas. Em criança isso era possível, em adultos já não.

A possibilidade de alcançar esta clareza emocional chega quando se atinge um ponto de exaustão. Só no limite conseguimos declarar com convicção ‘já não aguento mais, algo tem de mudar. Não sei como fazer, só sei que assim já não dá para viver’. Só quando a dor se torna insuportável começamos a considerar a hipótese de desistir da rigidez do passado e dar um passo novo. Daí a importância de nos abrirmos ao sentir, de ouvir a nossa parte emocional. Quanto mais nos disponibilizamos a contactar os nossos sentimentos, mais sentimos a dor, mas só no contacto com a dor conseguimos quebrar os padrões de condicionamento.

A mudança implica o maior ato de coragem que podemos alguma vez ter: entregarmo-nos à possibilidade de reviver o nosso grande medo, a nossa cena temida de criança, com a consciência de que agora, em adultos, temos uma estrutura interna suficientemente forte e autónoma, capaz de dar uma resposta diferente ao exterior com vista a sair da prisão causada pelo trauma sofrido. Atraímos as pessoas e as situações que nos ativam as feridas internas não apenas porque nos são familiares, mas também porque só na relação com elas temos a oportunidade para alterar o nosso comportamento.

A mudança não é estanque, não passa por um corte repentino com o velho para amanhã acordar novo. Trata-se de um processo faseado em três etapas:

  • Adquirir consciência dos nossos mecanismos internos: medos, necessidades, feridas, defesas, carências que deixaram marcas profundas; conhecer a nossa história e fazer as pazes com ela, observando-a com amor e carinho.
  • Aceitar, ver as realidades interna e externa por aquilo que elas são, dissolver a ilusão de um passado e/ou de um futuro no qual fantasiamos acudir as necessidades junto de quem nos ativa as carências e que o outro vai mudar para nos salvar. Agora somos nós os nossos cuidadores; os outros podem (ou não) fazer-nos companhia neste processo.
  • Experimentar o que desconhecemos, abrirmo-nos ao imprevisível com a certeza de que o antigo já não serve o nosso propósito.

Dizer ‘não’ a situações e pessoas que nos atraem mas que nos fazem mal, largar e abrir mão do que temos vivido até aqui, distanciarmo-nos do que nos causa uma reincidência da dor, desta vez não por fuga ao sofrimento mas com a consciência de que isso alimenta uma dinâmica tóxica, é o que cria a verdadeira mudança num processo de evolução psicológica. Chegamos aqui se ao longo do caminho formos alimentando uma energia de amor e compaixão por nós próprios, pois a capacidade de abrir mão do tóxico apenas surge quando sentirmos uma necessidade urgente de agarrar o que é nutridor.

É imprescindível olhar e cuidar do nosso ser para que as escolhas sejam guiadas não pelas carências, medos e desejos do nosso ego, mas pelas necessidades reparadoras da nossa essência. Enquanto vivermos no medo de perder, não vivenciamos o que se esconde do outro lado: a liberdade de sermos nós próprios num caminho de desapego do passado e de amor incondicional pelo presente.

Foto de Bernardo Conde (www.bernardoconde.com)

 

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A criança que grita

criança

O nosso Ser não se define de forma rigorosa e inflexível. A psique é como uma peça de teatro: temos o guião (a nossa história), o encenador (a consciência) e os personagens (as várias partes que em nós coexistem). Caracterizamo-nos por uma diversificação de identidades, as chamadas subpersonalidades, que ganham vida própria segundo a cena onde se encontram. Parecemos pessoas diferentes consoante o contexto e/ou os interlocutores e, no entanto, somos sempre os mesmos. Somos os mesmos, mas a nossa interação depende do que a outra pessoa ativa em nós. Há pessoas que nos ativam partes de que gostamos e, portanto, nos fazem sentir bem, há outras que nos ativam partes mais inseguras e nos criam desconforto. Das primeiras queremo-nos aproximar, das segundas tendemo-nos a afastar, mas na verdade as relações mais enriquecedoras são aquelas que ativam o variado leque que nos constitui. Uma relação que nos traz crescimento é aquela através da qual encontramos espaço e segurança para explorar, descobrir e viver quem somos na nossa plenitude.

O crescimento físico nem sempre se faz acompanhar por um correspondente crescimento psicológico. Não é a idade nem as experiências da vida que nos fazem amadurecer, mas sim o significado que damos ao mundo exterior e interior através dessas experiências. Há pessoas que já sofreram muito, mas ainda não encontraram um significado aos seus traumas, ainda não integraram a sua dor, ainda vivem na revolta e na zanga. Vão ficando cada vez mais fechadas na crença de que viver é sofrer. Olham para determinadas possibilidades como uma inevitável reabertura de feridas anteriores, rejeitando assim uma reprogramação do sistema neurológico.

Na rejeição à experiência há uma paragem no processo de crescimento. Este implica a abertura a novas vivências que nos alterem a perceção do mundo. Porém, se essas novas vivências reforçam a nossa velha perceção, significa que continuamos a boicotar e a travar o desenvolvimento psicológico. Algo nos impede de avançar: aquela parte de nós que ainda grita por atenção – a nossa criança interior.

As situações que mais nos fazem sofrer são aquelas que tocam numa parte do nosso Self que estagnou algures no tempo. O nosso Ser não cresce todo por igual, tornamo-nos adultos em certas partes, mas não noutras. Quando sentimos o chamado ‘aperto interior’, muito provavelmente é porque a nossa parte infantil foi espicaçada e, como tal, ainda não sabe lidar com o desafio de forma serena e madura. E então grita.

Uma cliente minha com filhos e sobrinhos já independentes, sentia que a sua família não lhe prestava a atenção de que ela gostaria. Considerava que agora que já ninguém precisava dela, não a contactavam com tanta frequência, pelo que a sensação de ‘só me ligam quando precisam’ começou a ganhar cada vez mais terreno. Mais tarde descobrimos que ela se recusava a ter iniciativas para procurar os seus familiares e assim satisfazer as suas necessidades de atenção e afeto pois, a partir da visão do seu Self Infantil ferido, eram os outros que deviam ter essa preocupação e cuidar dela.

Uma necessidade psicológica básica não satisfeita em criança cria-nos um vazio interior que nos leva a um mecanismo de busca constante desse preenchimento através dos outros. Projetamos nas nossas relações mais próximas o papel do cuidador que se ausentou e que nunca mais voltará. Enquanto não ganharmos essa consciência, a busca torna-se infindável e jamais encontrará descanso. Este registo traduz-se numa luta cujo desgaste psicológico é esgotante. Todos nós temos uma parte infantil ferida que grita, mas nem todos lhe dedicamos a atenção merecida.

Uma das minhas feridas tinha a ver com o terror de ser esquecida. Esta ferida criava-me tantas ansiedades que cada vez que fazia uma viagem enviava inúmeras mensagens a quem me esperava no aeroporto para ter a certeza de que a pessoa estava lá. Após um trabalho interior sobre esta dor apercebi-me de que a minha parte infantil magoada não só gritava perante a perceção do mínimo sinal de possibilidade de esquecimento, como cegava toda a dedicação dos outros para que eu me sentisse importante e inesquecível.

É incrível como acabamos por limitar a vivência das relações no reforço da que sempre tivemos. Estamos demasiado encouraçados para ver outras perspetivas, apenas vemos aquela que potencia os nossos medos e inseguranças, provocando consequentemente os habituais padrões de comportamento defensivos. Ao interagir a partir da parte infantil ferida que ainda não integrou a dor, as nossas ações refletem exatamente as de uma criança: grita, esperneia, é incapaz de ver ou ouvir o outro, não tolera a frustração, quer tudo à sua maneira, impõe as suas necessidades e sente o mundo contra si, pois este gira unicamente à sua volta.

Uma criança que precisa de atenção, perante uma plateia de 100 pessoas onde 99 lhe dão o que ela quer, fica perdida naquela única que não lhe liga nenhuma; uma criança que tem o medo do abandono perceciona cada movimento do outro como um risco; uma criança com o receio de ser humilhada evita ao máximo situações onde possa sentir tal ameaça; e por aí fora. Cada um de nós sente e perceciona o mundo hostil a partir das subpersonalidades cujo olhar ainda não se tornou adulto. Quando assim é, esse Self Infantil utiliza os mecanismos que aprendeu para se proteger e evitar que o seu grande medo (abandono, traição, humilhação, etc.) se concretize, não entendendo que ele próprio recria a armadilha de autoboicote.

Recorro frequentemente às palavras de Jung: ‘quando olhamos para fora iludimo-nos, quando olhamos para dentro despertamos’. A valorização do mundo interior é de suma importância na medida em que é aí que se encontra a resposta para os desafios que vivemos. O exterior espelha sempre o nosso interior. Nada nos atinge as entranhas se não tiver o propósito de despertar em nós a criança que grita e necessita de atenção e cuidados para crescer. Queremos ser adultos, maduros e lidar com as situações de forma serena? Não temos alternativa. Não é o exterior que muda, é o nosso interior que aprende a lidar com as situações a nosso favor, para o nosso equilíbrio e serenidade, sem culpa, sem sofrimento, sem rancor.

E como é que se faz para nos tornamos psicologicamente adultos? Não se trata de nos adaptarmos a uma realidade exterior que nos incomoda, muito menos de nos subjugarmos a quem nos desrespeita, antes pelo contrário! O primeiro passo é pegar na situação exterior e estudar o impacto que ela tem em nós, ou seja, conseguir ir além do sentimento de ‘ofensa’ e olhar para o que nos faz sentir. O exterior é a matéria-prima de que dispomos para o autoconhecimento. Identificar, reconhecer, validar e aceitar a nossa realidade interior, sem julgamentos nem repreensões.

Ao ouvirmos a criança a gritar, responder com amor e compaixão. Ela nunca parou de gritar, mas quando se cansou de o fazer para fora através do som, começou a fazê-lo para dentro através do sofrimento. Só com amor e compaixão é que ela começa a ganhar a maturidade de novas hipóteses e de novas visões, a contemplar que há espaço para a dor, para a frustração e para as incertezas da vida. Aí abandonamos a luta e começamos a atrair situações mais adequadas para um Self Adulto responsável, autoconfiante, autoconsciente, autónomo e que sabe cuidar das suas necessidades.

Quando aprendemos a cuidar de nós e largamos a crença de que ainda temos de ser cuidados, começamos a ver no nosso caminho outro tipo de pessoas. Pessoas que nos nutrem, mas sem a expectativa de nos salvarem. Apenas olhando para a verdadeira necessidade escondida por detrás de um padrão defensivo e revoltado é que nos disponibilizamos a crescer e a desfrutar a nossa existência com mais alegria e entusiasmo.

Uma relação em crescimento é aquela que ativa o desconforto do nosso Self Infantil, pois obriga-nos a não nos esquecermos dele, mas, simultaneamente, nos dá o nutrimento necessário para não cairmos no rancor e na amargura. A criança grita, a relação nutre, mas quem cuida somos nós. E só quando aprendemos a cuidar da nossa criança interior ferida, com amor e compaixão, estaremos disponíveis para entrar em relações íntimas enriquecedoras, pautadas pela partilha da plenitude do nosso Ser e pela entreajuda no processo de crescimento, pois só conseguimos dar o que já existe em nós e só conseguimos receber o que a nossa realidade interior perceciona.