
O livro dos fazedores: um MVB (minimum viable book)
A primeira vez que pensei neste livro foi há quatro anos. Mas uma ideia, mesmo que boa, conta muito pouco. Viram?
Devo-vos uma explicação: é que há quatro anos que ando a falar neste livro e só hoje, 16 de outubro, chega às vossas mãos.
A primeira vez que o pensei estava do outro lado do Atlântico: as fugas, mal ou bem, servem para digerir ideias e deixar respirar sonhos. E eu, que andava em fuga da minha vida corrida, decidi mudar. Em 2013, dois anos depois de começar a trabalhar no Dinheiro Vivo, candidatei-me a um mestrado em jornalismo em Buenos Aires, capital da Argentina, do tango e… do empreendedorismo na América latina. Cidade do “quilombo”, depressa se tornou incubadora de ideias. Três anos e mais de 500 fazedores depois e, de regresso a Lisboa, comecei a pensar numa maneira de eternizar esta energia que me alimentava desde 2011: queria escrever um livro deles e sobre eles.
Os meus fazedores, que fizeram capas de jornal, contaram as suas histórias na televisão, fecharam rondas de financiamento e tornaram-se oradores em eventos esgotados mudaram a maneira como, em Portugal, se apresentavam os empresários. Abdicaram da gravata, fecharam negócios além fronteiras via skype call e aumentaram o nosso amor próprio.
Com eles, a ideia do livro ganhou forma. Contando-a, validei-a. Partilhando-a, construiu-se.
Tudo para explicar uma das primeiras e mais importantes lições que aprendi com eles: uma ideia vale muito pouco antes de se colocar em prática.
As histórias d’O livro dos fazedores, 15 no total, representam os bem mais de 1000 que entrevistei nos últimos oito anos. Nelas há ideias boas – sim -, caminhos com altos e baixos, rondas de financiamento, unicórnios, sucessos e falhanços. E recomeços. Este MVB, o meu, é deles. E é vosso também. Que possam rever-se nas histórias destes fazedores. É que, se virmos bem, há um pouco deles em todos e em cada um de nós.