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7 coisas que aprendi a escrever “O Livro dos Fazedores”

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Dois meses de escrita, 14 histórias e mais de 20 horas de entrevistas. Falar com fazedores é perceber que o tempo corre, que as dificuldades surgem quando menos se espera e que a história se repete, mesmo que não seja com as mesmas pessoas. E entender que Portugal mudou graças, também a eles. Lista de sete coisas que aprendi a falar e a escrever sobre empreendedores.

Tudo começa pelo princípio

Criar um negócio tem muito que se lhe diga e os fazedores sabem disso. O princípio costuma ser uma necessidade detectada. Daí à ideia é um instante. E se, para a concretização da ideia podem passar poucos meses, para ela se reinventar menos ainda.

Planos, há muitos

Por mais que se planeie, passo a passo, há sempre imprevistos. É assim em tudo na vida e, também nas startups. Por isso, é importante saber o destino, olhar o caminho e, claro, estar aberto ao que aparece. Há oportunidades para aproveitar, obstáculos para ultrapassar e surpresas de que nunca estamos às espera. Mas, na carteira de “características”, os fazedores têm essa flexibilidade essencial para não desesperar sempre que há pedras no caminho.

Crescer dói

Criar uma startup começa com uma pequena ideia, num espaço pequeno, e com uma equipa reduzida. Com o tempo e o crescimento, os fazedores sentem necessidade de alargar a equipa e começar a delegar. E isso dói. Uma das dicas mais repetidas no livro é tratar da cultura da empresa com carinho: uma cultura forte é meio caminho para garantir um crescimento à imagem dos fundadores.

A sorte dá trabalho

Pode até parecer apenas um enorme clichê mas a verdade é que, asseguram os fazedores, a sorte dá muito trabalho. Antes de criarem a Talkdesk, Cristina Fonseca e Tiago Paiva fundaram outros quatro projectos. Antes de escolherem os investidores para financiarem o crescimento da Chic by Choice, Lara Vidreiro e Filipa Neto leram, perguntaram e contactaram dezenas deles. Todos os passos contam para um dia as startups anunciarem investimentos, crescimento, novos mercados. E esses passos dão-se, muitas vezes, a solo, fora de horas e noutros fuso-horários.

Rodeia-te bem

Ter pessoas ao lado que estejam a passar pelos mesmos dilemas ou se revejam nas dores e já tenham ultrapassado alguns dos obstáculos por que estamos a passar são maneiras de. Os fazedores rodeiam-se dos melhores por onde quer que passem: primeiro, em incubadoras e aceleradoras de empresas, depois na criação de processos de recrutamento que ajudem a manter o ADN da empresa mesmo que a estrutura escale.

Prepara-te melhor ainda

Se o teu objectivo é criar um projecto que tenha impacto no mundo, prepara-te para responder a perguntas, ser confrontado com dúvidas e ter de inspirar a confiança dos que te rodeiam (e até de desconhecidos). O segredo para que a missão seja possível é preparação: lê, conta a ideia ao maior número de pessoas possível, valida o conceito. E que não se atrase a ida para o mercado. Só tentando – e, se necessário, falhando rápido – se aumentam as possibilidades de sucesso.

Que o medo não paralise

O medo é um factor que ajuda a medir o risco mas não deve paralisar. No início, todos os fazedores têm pudores em avançar para o mercado: ou porque o produto não está pronto, ou porque ainda podem melhorar, ou por um sem fim de razões que não importa especificar. Atrasar a validação é uma maneira de adiar a verdade. Por isso, se houver medo, arrisque mesmo com medo.

 

*Mariana de Araújo Barbosa , jornalista desde 2007, é autora d’O Livro dos fazedores, um manual de todas as aprendizagens dos primeiros fundadores de startups nacionais, lançado em Outubro de 2018.

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Ultrapasse as crenças que o limitam

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O que são as crenças e como as construímos?

Todos nós, seres humanos, partilhamos a mesma genética e algumas capacidades inatas — a da linguagem articulada, a dos sentidos e sentimentos, a de interagir com o próximo, etc. — que nos permitem desenvolver como pessoas. Por outras palavras, possuímos muitos traços universais que nos tornam diferentes mas também muitos outros que nos diferenciam — como a nossa história pessoal, os nossos pais, a nossa língua materna, o lugar onde nascemos, a comunidade e a cultura que nos recebem — e que influenciam a nossa visão do mundo e o modo como interpretamos a nossa experiência de vida.

Ora, isto estrutura‑se num sistema de crenças básicas que fazem parte da nossa bagagem de vida e constituem um filtro no qual assentamos as bases dos nossos princípios e que molda o nosso comportamento e configura a nossa forma de sentir e de pensar; este filtro está tão profundamente enraizado em nós que não nos apercebemos de que condiciona cada instante da nossa vida. Para diminuir o esforço e o desgaste energético inerente à realização das suas várias tarefas ao longo do dia, o cérebro procura uma forma de simplificar esse grande número de estímulos. Para fazer isto, uma das estratégias que usa é ir assimilando as novas informações que lhe vão chegando, mas tende a generalizar e a fazer associações a partir dos dados nele armazenados e do software que foi criando e lhe permite processar toda a informação que recebe.

Quando não desenvolvemos suficientemente a autoconsciência através do exercício de questionamento constante das nossas crenças, estas vão‑se enraizando aos poucos no nosso ser e acabam por se transformar em impulsos automáticos. É então que deixamos de controlar os nossos atos e os substituímos por respostas automáticas.
Gostaria que o leitor compreendesse que utilizo o termo crença, que é a tradução do vocábulo inglês belief, não para me referir a quaisquer valores existenciais ou religiosos mas a um sistema de ideias ou pensamentos que o ser humano vai construindo a partir da sua experiência de vida e da forma como interpreta essa experiência.

Construímos automatismos a partir das nossas crenças

Cada um de nós vai traçando a sua história pessoal ao longo dos anos. Por isso, todos temos já experiências acumuladas; já recriámos as memórias e as emoções que nos são desagradáveis; adotámos, inclusivamente, a forma de pensar e de agir de outros, e é esta bagagem subconsciente que influencia os nossos pensamentos, os nossos comportamentos e até os nossos sentimentos.

De acordo com a corrente da Psicologia chamada PNL (Programação Neurolinguística), a mente subconsciente representa 90% do total da nossa mente, pelo que nos é absolutamente necessário aceder a ela para sabermos quais são os impulsos mais profundos subjacentes ao nosso modo de viver. Se não formos capazes de contemplar a nossa mente subconsciente e observar a programação social e intelectual que temos vindo a receber desde a infância, ser‑nos‑á impossível ver as coisas tal como elas são sem nos enredarmos nos sentimentos complexos que temos vindo a criar e a projetar ao longo da nossa vida.

Adaptamos naturalmente a nossa atitude em função daquilo em que acreditamos e, de certa forma, acabamos por nos transformar nas pessoas que quem nos rodeia espera que sejamos. E isto porquê? Porque tendemos a interpretar cada gesto e cada palavra, e filtramo‑los recorrendo ao crivo das nossas crenças em vez de estabelecermos realmente contacto com o outro, sempre buscando os motivos que o levaram a agir de determinada forma.

Por este motivo, é imperativo não julgarmos as atitudes dos outros, pois as previsões têm um efeito bastante forte sobre as pessoas. De facto, as projeções conscientes e subconscientes acabam por influenciar o que as outras nos revelam do seu caráter. É evidente que nem todas as projeções têm o mesmo poder, pois as que mais nos influenciam são as que provêm das pessoas de quem dependemos, como pode ser o caso dos nossos pais, chefes, professores, etc., ou das pessoas em quem nos projetamos, como é o caso de quem admiramos ou das pessoas perante as quais nos sentimos inferiores.

CrençasAs nossas crenças ajudam-nos ou prejudicam-nos?

Creio que a questão fundamental que nos devemos colocar é se as nossas crenças nos transmitem poder ou nos prejudicam, porque é evidente que todos vamos acumulando crenças com o passar dos anos. Ora, para que nos transmitam poder é necessário que tenhamos a coragem de nos questionarmos, de refletirmos sobre a hipótese de algumas das nossas crenças nos impedirem de alcançarmos (ou, pelo menos, explorarmos) todo o nosso potencial, de tomarmos certas decisões, de assumirmos riscos e até de nos negarem a possibilidade de sermos mais felizes.

As crenças determinam grande parte das nossas decisões e comportamentos e, por fim, os nossos atos. É por isso que temos de as colocar em questão, avaliá‑las e desaprendê‑las para que possamos fazer as nossas escolhas conscientemente em vez de nos resignarmos a permanecer, como sempre, condenados a repetir o que já conhecemos, que acabámos por tornar parte de nós por força da repetição.

O peso do passado: uma sentença negativa que impomos a nós próprios

Uma das verdades que o estudo da psicologia humana demonstrou é a necessidade de ter em conta que a história pessoal desempenha um papel fundamental na construção do sentimento de identidade do indivíduo ao ponto de muitas pessoas se sentirem prisioneiras do seu passado, do que lhes aconteceu ou de atos que cometeram e consideram imperdoáveis, apesar de só elas se terem condenado a si próprias. Além disso, o facto de termos cometido um erro não nos invalida para o resto da vida, pois não nos resumimos a esse erro, somos muito mais do que isso.
Muitas pessoas julgam‑se a si próprias por terem cometido um deslize em determinado momento das suas vidas, dão um veredicto negativo a si mesmas e, em consequência disto, obrigam‑se a «cumprir pena» para o resto da vida.

Se queremos ultrapassar esta sentença negativa que, muitas vezes, nos condiciona para sempre, temos de aceitar a mudança, de voltar ao momento da falha, e, se ainda não for demasiado tarde, de nos perdoarmos para podermos seguir com a nossa vida.
Todas as mudanças estáveis e transformadoras assentam na convicção de que o passado não é um fardo que tenhamos de arrastar pelo resto dos nossos dias, mas um rasto que deixamos para trás com as coisas boas e as más. A mudança verdadeira, profunda, só se torna possível quando concedemos esta possibilidade à nossa mente. Mas, para isso, temos de ver o nosso comportamento passado como algo temporário, como uma roupa que nos emprestaram e de que nos podemos libertar, não como um aspeto intrínseco e essencial de nós próprios.

em 10 Segredos para Alcançar o Sucesso, Mónica Esgueva, Self

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O que o Ioga nos ensina: o controlo (ou a falta dele)

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09Costuma dizer-se que não podemos controlar as coisas que nos acontecem; apenas o modo como lhes reagimos. É verdade, mas também podemos controlar o modo como agimos antes de elas acontecerem. Podemos poupar para estar preparados para uma emergência financeira; podemos cuidar da nossa saúde para evitar doenças; podemos ter um plano geral delineado para a nossa vida. Será que tudo isso evita que passemos pela adversidade? Claro que não.

Uma pessoa poupada pode de repente contrair uma dívida gigantesca, uma pessoa saudável pode sofrer de uma doença grave, e os planos… valem o que valem. Mas e se essas pessoas não estivessem preparadas para o infortúnio, sequer? Se eu nunca tivesse poupado, como iria começar a pagar a dívida? Se me aparecesse um cancro e eu já fosse uma pessoa com a saúde debilitada, como iria combatê-lo? Se eu não tentasse sequer planear a minha vida, como conseguiria ter um rumo?

O ioga diz-nos que é o nosso ego quem nos dá a ilusão de controlo sobre o mundo exterior; que na realidade, esse controlo nunca existiu.

Mas também nos incentiva a dar o nosso melhor e a responsabilizarmo-nos pelas nossas atitudes, a criar objetivos e trabalhar para os conseguir. Aquilo que fazemos nas aulas, nomeadamente as posturas, é algo que nos ensina muito mais do que uma forma de alongar ou torcer o corpo. Quem já praticou asanas, sabe que é preciso passar por uma fase de preparação, ou aquecimento, em que vamos dialogando com o corpo e relaxando-o para que ele esteja preparado quando chegar a altura de fazer algo mais complexo.

Depois, quando estamos na postura propriamente dita, fora da nossa zona de conforto, muitas vezes até com dores e a pensar que não temos força para aguentar nem mais um segundo naquela posição tão estranha, o nosso corpo agradece-nos por nos termos preparado antes. E nós descobrimos que se conversarmos com ele mais um pouco, até conseguimos aguentar mais um bocadinho. E mais um bocadinho. E mais um bocadinho. E descobrimos uma força que nem sabíamos que tínhamos. Ou não, talvez naquele dia não conseguíssemos fazer aquela postura, de todo, e tivéssemos de parar. E também não haveria problema. No entanto, o que aconteceria se não nos tivéssemos preparado, sequer? Muito provavelmente, lesionávamo-nos. Independentemente do resultado final, o importante é que não nos magoamos e aprendemos algo novo sobre o nosso corpo, porque nos preparamos. Está a ver onde quero chegar?

Numa aula de ioga, descobrimos muitas vezes que não somos tão fracos como pensamos; que a nossa resistência à dor é muito maior do que esperávamos e, idealmente, trazemos isso para o resto da nossa vida e usamos essa preparação e resistência para lidar melhor com as adversidades.

Não podemos viver com medo, mas também não podemos nem devemos viver com desleixo. Cruzar os braços e lamentarmo-nos de que nada nos corre bem ou que nunca conseguimos o que queremos porque temos azar ou porque o mundo está contra nós é apenas uma forma de fugirmos à nossa própria responsabilidade. Devemos a nós próprios esforçar-nos, lutar e preparar-nos… para o que der e vier.

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Vamos dar-lhes música?

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Ando a habilitar-me. Um dia destes desço do metro com um olho negro ou saio de um autocarro com uma mão marcada no rosto. Se não acontecer pior. Uma vez, houve até uma senhora que, já na rua, me abordou e disse: “Menina, isso um dia corre mal. Mais vale ficar calada.”

Sinceramente, não sei porque ficam as pessoas tão ofendidas comigo. Sou sempre muito educada quando as abordo e os meus pedidos, feitos num tom calmo, incluem expressões de cortesia como, por exemplo: “Não se importa de tirar os pés do assento, por favor?” Por norma, recorro também a um ligeiro sorriso, para deixar claro que venho por bem.

Nestes casos, nunca obtenho resposta. Limitam-se a tirar os pés do assento e mantêm-se em silêncio, de cara enfiada no telemóvel. Houve um único jovem que me pediu desculpa e disse que eu tinha razão. Dessa vez fui eu que fiquei sem palavras. Lembro-me de ter pensado que tinha perdido uma boa oportunidade para usar a expressão de cortesia “por obséquio”, de que gosto tanto. Ele teria percebido. Os outros poderiam ter pensado estar a insultá-los, à laia de “inoque”.*

As coisas azedam verdadeiramente e o tom sobe muitíssimo quando o assunto é a música. Insisto na expressão de cortesia e no sorriso — “Não se importa de usar auriculares ou de desligar a música, por favor?” Porém, neste caso obtenho sempre reações viscerais e, pior!, devolvem-me sistematicamente uma pergunta desconcertante, reveladora de um grau grave de alienação (ou será egoísmo? Ou será má educação? Ou será falta de civismo?): “Mas isto está a incomodar?!”

“Não meu energúmeno adorável, não está a incomodar nadinha. Apenas decidi sair à rua e implicar consigo, porque sim.” É o que me apetece responder. Mas opto pela sinceridade e apelo à consciência do meu interlocutor: “Está a incomodar sim. O que o leva a achar que tem o direito de nos impor a sua música? Já pensou no que aconteceria se todos nós nos comportássemos da mesma maneira e cada um ouvisse alto e bom som a música que lhe apetece? Acha que ia ser agradável?” Em vão… Raras são as vezes que desligam a música ou recorrem a auriculares. Houve quem aumentasse o volume. Houve quem me insultasse. Que tenho “a mania” foi do mais suave que ouvi. Há umas semanas, um jovem retorquiu-me que se usasse auriculares eu ouviria a música na mesma. Caí no erro de lhe explicar que se os auriculares fossem de alguma qualidade isso não aconteceria. Acusou-me de estar a insinuar que ele não tinha dinheiro para comprar auriculares de qualidade.

Nestas circunstâncias nunca sei o que me desorienta mais, se o absoluto desrespeito destas pessoas pelos outros utentes dos transportes públicos, se o pesado silêncio que se faz invariavelmente à minha volta. Nunca ninguém ­— ninguém! — me apoiou nestas iniciativas. O desconforto torna-se palpável, não sabem onde pousar o olhar. Afinal, quem é mais alienado?

As Condições de Utilização de Transportes Coletivos do Porto (STCP), dizem preto no branco, na alínea “h” do Artigo 188º que “Aos passageiros de transportes coletivos é proibido utilizar aparelhos de T.S.F. [vulgo rádio; este código está a precisar de uma atualização urgente…] ou fazer barulho de forma a incomodar os restantes passageiros.” As Condições Gerais de Transporte do Metro do Porto deixam também muito claro na alínea “t” do Artigo 4º, que é proibido “Utilizar aparelhagem sonora, ou fazer ruído, de forma a incomodar os outros clientes no interior dos veículos.” Paralelamente, em 2015 foi publicado no Diário da República um novo diploma que prevê multas até 250 Euros para os utentes de transportes públicos que coloquem os pés nos assentos ou façam barulho que incomode os outros passageiros. Mas quem lê estas letras pequenas? Ninguém, certo? Sobretudo gente que não tem aquela parte do cérebro onde costuma alojar-se o bom senso. Ou porque nasceu sem ela ou porque por falta de uso se desligaram esses circuitos neuronais.

A minha experiência enquanto utente dos transportes públicos no Porto diz-me que não há fiscalização. Já vi elementos das equipas que zelam pela segurança no Metro do Porto e nos STCP passar por utentes em atitudes desordeiras, como as que descrevi, sem fazer qualquer reparo. Não lhes compete? Não querem saber? Dá muito trabalho? Terão medo? A única preocupação é fiscalizar os títulos de transporte. Desde que os tenhamos em dia e validados podemos comportar-nos como animais.

No respeitante aos pés nos assentos ainda não pensei no que podemos fazer. Mas quanto à música ocorreu-me há dias o seguinte: à falta de fiscalização, julgo que podemos todos incorrer numa desobediência civil massiva sem riscos de coimas e proponho que, na presença de alguém a impor-nos a sua música, puxemos todos dos nossos telemóveis e ponhamos a tocar uma melodia bem alto. Mais ou menos como um flash mob.

Heim, que dizem? Não gostam de flash mobs? Gostam mais de ficar calados, é? Bem… Vou então escrever ao Presidente da República. O meu plano b é mais ambicioso: pedir-lhe que apadrinhe uma campanha nacional em prol do civismo. Sugiro desde já as empresas de telecomunicações para principais patrocinadoras da iniciativa.

*Referência ao conto “A Palavra Mágica” de Vergílio Ferreira. Num diálogo alguém usa a palavra “inócuo” que os habitantes da aldeia, por não lhe entenderem o significado, acham ser insultuosa. Deturpam-na e começam a chamar “inoque” uns aos outros quando pretendem ofender-se.

 

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A Arte de Influir 3 – Medo de falar em público? Deixe de se sabotar e aprenda a vencer o medo.

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O medo de comunicar alguma coisa, falar em público, de parecer ridículo ou sentir-se observado é muitas vezes uma questão cultural e educacional. Se crescermos num ambiente onde não temos a nossa auto-estima alimentada, é natural que cresçamos a ser pessoas inseguras. Se somos criticados e esse é o ambiente que nos é familiar, é natural que tenhamos medo de surgir perante uma multidão porque vamos achar que nos vão estar a julgar e criticar. Mas falar em público é natural para algumas pessoas. Porque é que algumas pessoas conseguem lidar tão bem com isso e nós não?

Faça este exercício: quando vê alguém a falar em público, essa pessoa é assim tão genial? Diz coisas que o fazem sentir que de facto essa pessoa tem muito mais capacidades do que você tem? Quantas vezes ouve alguém falar em público com o maior dos avontades, e pensa “eu poderia dizer tudo aquilo… eu sei tudo aquilo…”

O que distingue as pessoas que falam em público, é algumas vezes o conteúdo. Mas é acima de tudo, a capacidade que essa pessoa tem, de transmitir a sua mensagem de forma competente e consciente, sem deixar que o público a afete. A comunicação em público só funciona quando a pessoa consegue enfrentar o público sem deixar que o seu medo afete a qualidade da mensagem que está a transmitir.

Sabia que inúmeras personalidades que falam em público são naturalmente tímidas? Que muitas delas tiveram que vencer medos extremos e por vezes autênticas fobias para poderem ser competentes na sua profissão? E ninguém diria quando as vê discursar. Johnny Depp ainda hoje se esconde quando pode nos eventos sociais. Salma Hayek tem pânico de palco e treme perante uma audiência. Mas todos vencem esses medos através do uso algumas técnicas fundamentais:

  • Racionalize o seu medo. Pense concretamente do que tem medo e se esse medo faz sentido. As pessoas não estão ali para o deitar abaixo ou destruir. Aja naturalmente e relaxe.
  • Saiba do que fala e assegure-se da genuinidade da sua mensagem. Deixe que a sua mensagem seja inspiradora para si também e lembre-se dos motivos pelos quais a está a apresentar.
  • Treine bastante. Se ensaiou o suficiente, tenderá a estar muito mais seguro do que vai acontecer. Vai reduzir muito as variáveis imprevistas. Esteja à vontade no seu discurso para poder depois desfrutar do prazer de falar para outras pessoas.
Todos sabemos que o medo leva a que aconteça o que mais receamos… O medo de falar em público vence-se com o treino e a prática. (exatamente por esta ordem). Enfrente a realidade mas prepare-se para ela. Treine para os primeiros eventos, tornando-os algo que lhe vai trazer força em vez de permitir que sejam momentos que lhe tiram a confiança.
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Do outro lado do medo

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Medo da rejeição. Medo do abandono. Medo da humilhação. Medo da traição. Medo da injustiça. Estes são cinco dos medos básicos inerentes à condição humana, que se desenvolvem com maior ou menor intensidade segundo uma série de variáveis no nosso percurso de crescimento emocional.

Associado a cada medo existem necessidades psicológicas que, por não terem sido preenchidas em idade infantil, criam carências que transportamos ao longo da vida. Uma criança que tenha sentido traição ou abandono por parte de uma figura de referência permanece com esse sentimento registado no seu aparelho psíquico, o qual lança um sinal de alerta numa relação posterior onde sinta proximidade afetiva. O medo subjacente, despoletado nos primeiros anos de vida, condicionará as dinâmicas interpessoais em adulto, através de estratégias e mecanismos de defesa que adotamos de modo a evitar reviver o mesmo tipo de situação.

Assim, chegamos ao ponto de dizer ‘diz-me o que queres que eu faça, basta que não me deixes!’. Disponibilizamo-nos a fazer o que estiver ao nosso alcance para não passar pelo que outrora nos causou tanto sofrimento. O paradoxo surge quando, ao tentar evitá-las, acabamos por as provocar, repetindo-se assim o trauma mediante um padrão do qual queremos sair e não sabemos como.

Procuramos preencher as nossas carências através dos outros, esquecendo-nos que esses outros não existem para nos preencher. Cada pessoa tem as suas mazelas de crescimento, tem os seus medos e necessidades, e enquanto virmos no outro a fonte da nossa salvação vivenciamos um choque de exigências e cobranças, tornando a relação uma luta em vez de um aconchego.

Como passar de um campo de batalha, onde somos cada vez mais atacados e feridos, para um terreno seguro e nutridor, no qual vamos sanando o nosso coração?

Inicialmente procuramos o que nos é familiar. Não questionamos os hábitos que adquirimos até nos permitirmos ter uma experiência diferente que nos faça sentido. Se em criança somos sujeitos a críticas, assimilamos uma imagem negativa de nós próprios que nos acompanha como se fosse verdadeira. Podemos nem ter consciência dela, mas uma baixa autoestima condiciona as escolhas de vida e a qualidade das nossas relações. Se os nossos pais são demasiado protetores e nos incutem que o mundo é perigoso, a forma como nos movimentamos dificilmente será de confiança, pois tudo é visto como um risco. São inúmeros os exemplos que resultam em crenças falsas e prejudiciais, que condicionam o nosso sentir, logo, a nossa interação com o exterior.

Uma cliente minha sofre horrores no trabalho. Sente-se posta de lado pela dificuldade em aderir ao ambiente de euforia e diversão. Fica triste, o que, por sua vez, não é bem acolhido pelos colegas, intensificando assim a sensação de exclusão. A sua angústia começou a traduzir-se em sintomas físicos de fortes dores de barriga, dores de cabeça e tonturas, a ponto de recorrer a baixa médica. Longe do trabalho os sintomas aliviam, mas perante a ideia de alta reaparecem. Percebemos pela sua história que existe uma grande lacuna na necessidade psicológica de pertença. Quer fazer parte, mas as atitudes do grupo – e as dela própria – aumentam a sua dor de exclusão, potenciando, paralelamente, a sua necessidade de pertença. Vive numa carência profunda sem encontrar modo de sair desta pescadinha de rabo na boca.

Porque é que não muda de comportamento e se torna mais sociável? Ou porque é que não procura pessoas mais em sintonia com ela? Porque não é isso que o seu sistema emocional conhece! O que o seu sistema sabe fazer é tentar desesperadamente sentir-se pertence junto de pessoas que não a acolhem, que a criticam e que lhe provocam uma sensação de desadequação, pois foi isso que viveu em criança.

Estamos perante o que chamamos de repetição do padrão. Ao longo da vida repetimos um padrão de comportamento porque não conhecemos outro, por muito tóxico que ele seja. Quem viveu a falta de atenção e carinho em criança, vai cruzar-se com pessoas de quem não recebe suficiente afeto porque essa é a energia que lhe é familiar. Pessoas que dão carinho e atenção não se ajustam ao seu sistema de funcionamento na medida em que é um tipo de vibração que desconhece, que estranha, por muito que precise dela. Quem viveu a crítica sente-se inconscientemente atraído por pessoas que criticam, pois as outras não entram no seu radar. Quem sofreu a traição ou a humilhação, facilmente entra em relações onde é maltratado e traído, caso contrário não vincula. Curiosamente somos excelentes em dar aos outros o que nos faltou e precisamos de receber…

Qual a lógica de procurar algo que na prática rejeitamos, insistindo em receber o oposto do que queremos?! Repetimos um padrão simplesmente porque é o que conhecemos, mas como estamos num caminho onde, felizmente, o crescimento é possível, um passo nesse sentido é quebrar com o que nos é nocivo. No entanto, crescer implica fazer escolhas que se coadunam com as nossas necessidades de forma natural e não forçada, o que significa que algo interno tem de mudar. Imposições lógicas e racionais externas não funcionam.

Para crescer não basta perceber cognitivamente o mecanismo, há que sentir emocionalmente que chegou o momento de romper com um determinado padrão – que é fruto da nossa dinâmica interna e não da pessoa que o desperta em nós. A toxicidade está na nossa reação, não no outro. Precisamos de colocar a nossa integridade em primeiro lugar, valorizar o amor próprio e o autorrespeito em detrimento de uma carência infantil que berra pela atenção do outro e que entra em litígio quando não obtém o que quer. Chegou a hora de olhar mais para nós próprios e menos para o outro em função de nós. O outro nunca vai suprir as carências nem curar as nossas feridas. Em criança isso era possível, em adultos já não.

A possibilidade de alcançar esta clareza emocional chega quando se atinge um ponto de exaustão. Só no limite conseguimos declarar com convicção ‘já não aguento mais, algo tem de mudar. Não sei como fazer, só sei que assim já não dá para viver’. Só quando a dor se torna insuportável começamos a considerar a hipótese de desistir da rigidez do passado e dar um passo novo. Daí a importância de nos abrirmos ao sentir, de ouvir a nossa parte emocional. Quanto mais nos disponibilizamos a contactar os nossos sentimentos, mais sentimos a dor, mas só no contacto com a dor conseguimos quebrar os padrões de condicionamento.

A mudança implica o maior ato de coragem que podemos alguma vez ter: entregarmo-nos à possibilidade de reviver o nosso grande medo, a nossa cena temida de criança, com a consciência de que agora, em adultos, temos uma estrutura interna suficientemente forte e autónoma, capaz de dar uma resposta diferente ao exterior com vista a sair da prisão causada pelo trauma sofrido. Atraímos as pessoas e as situações que nos ativam as feridas internas não apenas porque nos são familiares, mas também porque só na relação com elas temos a oportunidade para alterar o nosso comportamento.

A mudança não é estanque, não passa por um corte repentino com o velho para amanhã acordar novo. Trata-se de um processo faseado em três etapas:

  • Adquirir consciência dos nossos mecanismos internos: medos, necessidades, feridas, defesas, carências que deixaram marcas profundas; conhecer a nossa história e fazer as pazes com ela, observando-a com amor e carinho.
  • Aceitar, ver as realidades interna e externa por aquilo que elas são, dissolver a ilusão de um passado e/ou de um futuro no qual fantasiamos acudir as necessidades junto de quem nos ativa as carências e que o outro vai mudar para nos salvar. Agora somos nós os nossos cuidadores; os outros podem (ou não) fazer-nos companhia neste processo.
  • Experimentar o que desconhecemos, abrirmo-nos ao imprevisível com a certeza de que o antigo já não serve o nosso propósito.

Dizer ‘não’ a situações e pessoas que nos atraem mas que nos fazem mal, largar e abrir mão do que temos vivido até aqui, distanciarmo-nos do que nos causa uma reincidência da dor, desta vez não por fuga ao sofrimento mas com a consciência de que isso alimenta uma dinâmica tóxica, é o que cria a verdadeira mudança num processo de evolução psicológica. Chegamos aqui se ao longo do caminho formos alimentando uma energia de amor e compaixão por nós próprios, pois a capacidade de abrir mão do tóxico apenas surge quando sentirmos uma necessidade urgente de agarrar o que é nutridor.

É imprescindível olhar e cuidar do nosso ser para que as escolhas sejam guiadas não pelas carências, medos e desejos do nosso ego, mas pelas necessidades reparadoras da nossa essência. Enquanto vivermos no medo de perder, não vivenciamos o que se esconde do outro lado: a liberdade de sermos nós próprios num caminho de desapego do passado e de amor incondicional pelo presente.

Foto de Bernardo Conde (www.bernardoconde.com)

 

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Voar alto!

«A obrigação do homem é voar alto, mas sem nunca perder a linha de terra. Temos de ter as duas coisas ao mesmo tempo: ter um chãozinho em baixo, tão objetivo e tão nítido como se fosse um mapa em relevo, e ao mesmo tempo voarmos alto. Uma só das coisas não é humana.» – Agostinho da Silva

Sei, desde muito pequena, que a minha vocação sempre foi voar alto. E quando digo voar alto, não me refiro à vontade de concretizar grandes façanhas, alcançar notoriedade ou riqueza material. No meu íntimo, voar alto sempre significou ser o mais livre possível. Naturalmente, como acontece à maior parte de nós quando crescemos, perdi-me algures pelo caminho e a aguda consciência dessa desorientação acarretou crises existenciais fortíssimas. Levei anos a debater-me entre os ideais que nutria e o trilho contrário que percorria todos os dias, o da vida dita normal: o trabalho por conta de outrem (no qual raramente vi um sentido elevado, porque impera a lógica quase exclusiva do crescimento e do lucro), a rotina embrutecedora, as preocupações mesquinhas, a estúpida ansiedade do status (citando o livro do filósofo Alain de Botton). Tudo me calcava a alma em vez de elevá-la. Deixei de me reconhecer.

Até que um dia adoeci e me vi na cama de um hospital a lutar pela vida. Quando esse processo terminou — não ao fim dos dez meses de internamento e convalescença, mas quase três anos depois (porque a doença não foi a única contrariedade que a vida pôs no meu caminho) — eu tinha percebido o óbvio: até prova em contrário só tenho esta vida e ainda por cima pode ser bem mais curta do que imaginava. E então, sem descurar o “chãozinho”, percebi que tinha chegado o momento de aceitar de uma vez por todas aquela que tinha sido desde sempre a minha verdade: voar alto.

Apostei em novas aprendizagens artísticas, espirituais e desportivas; intensifiquei as leituras, a participação em eventos culturais e as viagens; abri-me aos outros como nunca antes o tinha feito e, mais recentemente, comecei a depurar o meu estilo de vida, policiando com rigor os meus hábitos de consumo. É que nestes dez anos compreendi também que quanto menos escrava for das tralhas que nos intoxicam, menos escrava serei do dinheiro e mais liberdade terei.

A volta ao mundo que fiz em 2014 foi um novo ponto de viragem. Passar seis meses limitada ao conteúdo de uma mochila que carreguei às costas, obrigou-me a viver com muito pouco e a comprar quase nada nos lugares por onde passei. As prioridades eram as deslocações, o alojamento e a alimentação. Para além disso, o meu orçamento estava limitado a dez mil Euros (embora seja possível gastar menos), portanto a concretização do projeto dependeu da boa vontade de muita gente em vários pontos do globo que me recebeu gratuitamente nas suas casas, que me alimentou e que me levou a passear. Esta viagem foi, por isso, um doutoramento na aprendizagem da solidariedade, da confiança e da abertura ao novo e à diferença. A volta ao mundo restabeleceu a minha fé na humanidade. E não só: fez-me ganhar coragem para abrir ainda mais as asas e alcançar outras alturas.

Quando comecei a escrever esta crónica estava em Matosinhos a fazer uma pausa entre dois trabalhos. Agora que a termino estou sentada à mesa de um café no Mindelo, em Cabo Verde, curiosamente o país onde terminou a grande viagem do ano passado. No momento em que era mais do que evidente que a minha vida precisava de uma reviravolta, chegou-me este convite de terras africanas. Vim ganhar metade do que ganhava em Portugal, deixei de ser livreira (uma profissão que adorei) para trabalhar na hotelaria e na restauração (uma área sobre a qual nada sei, estando tudo por aprender), abandonei o meu apartamento para partilhar uma casa, deixei a minha família e os meus amigos para investir numa nova rede de relações sociais e afetivas e troquei o meu país por um que mal conheço. Às vezes acho que enlouqueci.

“Se eu pudesse fazia o mesmo”. Das largas dezenas de pessoas a quem comuniquei a minha decisão ­— familiares, amigos, colegas de trabalho, conhecidos — foram raríssimas as que não me disseram isto. Se pudessem… E depois, o rol de razões pelas quais, supostamente, não podem: o marido, a mulher, os filhos, os pais, a escola, o trabalho, as prestações. Tudo razões aparentemente válidas. Ou serão apenas desculpas? Uma coisa vos digo: seja qual for a vossa verdade, resistam à exclusividade do “chãozinho”.

Abram asas e voem alto. Ainda que dê medo. Eu também tenho medo todos os dias.
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Você está presente na sua vida?

«Os seus filhos têm piano, futebol, aulas particulares. Você trabalha 45 horas (e mais algumas) por semana. Os seus amigos querem que você vá à festa em casa deles. Você coordena uma acção de caridade. Você cuida dos seus pais, dos seus compromissos, das suas finanças e da ida da família aos médicos. O seu carro precisa de ir à oficina. E a propósito, tem de pagar os impostos.

Onde quer que vamos, ouvimos que é hora de desligar, tomar um fôlego, e relaxar. Podemos até ouvir esse conselho. Mas a verdade é que as férias passam a voar, não temos tempo para nós e as nossas tentativas para meditar, orar ou simplesmente descansar passam para último plano. Estamos sempre a “apagar incêndios”. Nós achamos que podemos “fazer acontecer” o sucesso, o amor, a felicidade… Mas você está disposto a considerar que é esta nossa “ocupação” que nos impede de alcançar a verdadeira alegria e paz?

Você está preso no ciclo frenético de “fazer”? Constantemente ansioso, cansado fisicamente ou emocionalmente esgotada? É a sua agitada agenda a prejudicar seu desempenho no trabalho, com os seus filhos, na sua vida amorosa, nas suas amizades ou o mais importante a prejudicar a sua própria saúde e bem-estar?

Se assim for, você precisa perguntar a si mesmo: “Eu sinto-me presente na minha própria vida?” (…)

A nossa dependência da ocupação na verdade decorre do medo. Temos medo de perder algo, de sermos vistos como improdutivo, egoísta, preguiçoso, um mau pai, que não somos bons o suficiente ou, que sejamos ignorados e deixados para trás. Aqui está a verdade… Nós podemos permanecer perpetuamente em movimento para evitar os nossos sentimentos de indignidade. Se nos mantermos incrivelmente ocupados com as coisas pequenas, podemos adiar a pensar nos nossos verdadeiros problemas. A nossa “ocupação” dá-nos uma desculpa para escapar da responsabilidade de ser os nossos eus autênticos e de mudar a nossa vida.

O Divino habita em cada parte de sua experiência – até mesmo na sua ocupação. Você tem acesso a tudo o que você precisa em cada momento. Pare a corrida a confusão e a preocupação. Apenas respire. Tire um tempo para estar no momento presente a cada dia. Mesmo tarefas mundanas podem ser realizadas com plena consciência. Cozinhar o jantar com presença. Mudar a caixa de areia do gato com presença. Encher o depósito de combustível com presença. (…)

Deixe ir, esteja presente e deixe fluir a sua vida bela. Não há pressa. Você tem todo o tempo do mundo.»

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Esqueça as amarguras e as lamentações

«A vida é feita de escolhas, e são elas que definem o curso do nosso destino. Cabe-nos decidir se nos limitaremos a tentar resgatar as oportunidades que deixamos escapar ou se faremos como o pescador, tentando salvar os nossos sonhos antes que caiam na água.

Na vida, nada é garantido. As únicas coisas que nos pertencem de verdade são as lições que aprendemos com as nossas vivências. Esqueça as amarguras e as lamentações, pois só servem para roubar a sua energia emocional e a sua força interior. É melhor errarmos do que queixarmo-nos, porque, quando erramos, ao menos estamos a tentar. As queixas só geram estagnação e poluição mental. Não tenha medo, erre, erre outra vez, erre as vezes que precisar, mas transforme os seus erros em experiências.

Quando passar a aceitar-se como é, com os seus tropeções, erros e conquistas, as suas lágrimas, risos e emoções, perceberá que os sonhos são o ponto de partida da caminhada rumo à realização pessoal. Servem para catalisar a coragem que estava escondida e ainda não havia sido realmente desafiada.

Como já deve ter compreendido, as dificuldades que enfrentamos na vida não são muros, mas apenas degraus. E vamos continuar a subir essa escada, ousando procurar as nossas próprias respostas.»

Saiba mais sobre o livro AQUI.