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A prática da consciência

Podemos dar início à prática da meditação da consciência com a simples observação e o simples sentir de cada respiração. Ao inspirarmos, sabemos que estamos a inspirar; ao expirarmos, sabemos que estamos a expirar. É muito simples, mas não é fácil. Após algum tempo a fazer isto, começamos a saltar sobre um comboio de associações, perdendo-nos em planos, lembranças, julgamentos e fantasias. Às vezes parece que estamos numa sala de cinema, em que o filme está constantemente a mudar. É assim que funcionam as nossas mentes. Nós não ficaríamos num cinema em que os filmes mudassem tão rapidamente, mas o que é que podemos fazer em relação à nossa sala de projeções interior?

Este hábito de devaneio da mente é muito forte, mesmo quando os nossos pensamentos não são agradáveis e talvez nem correspondam à verdade. Tal como Mark Twain se referiu a isto tão competentemente: «Algumas das piores coisas da minha vida nunca aconteceram.» Temos de treinar as nossas mentes para que voltemos a prestar atenção à nossa respiração uma e outra vez e regressemos, simplesmente, ao início.

Algumas das piores coisas da minha vida nunca aconteceram.
Mark Twain

À medida que as nossas mentes se vão acalmando lentamente, começamos a sentir uma espécie de calma e paz interiores. É a partir deste sítio de grande tranquilidade que sentimos os nossos corpos de um modo mais direto e começamos a tornar-nos recetivos tanto às sensações agradá veis como às desagradáveis que poderão surgir.

Inicialmente poderemos resistir às desagradáveis, mas, de uma maneira geral, estas não duram muito. Elas permanecem durante algum tempo, nós sentimo-las, elas são desagradáveis – e depois desaparecem e chega outra coisa qualquer. E mesmo que elas em irjam repetidas vezes durante um determinado período, nós começamos a ver a natureza impermanente e imaterial delas e a ter menos medo de as sentirmos.

Uma parte posterior do treino consiste em tornarmo-nos conscientes dos nossos pensamentos e emoções, das atividades mentais subtis, dos nossos corpos e das nossas vidas. Já alguma vez parou para pensar no que é um pensamento – não no conteúdo deste mas na própria natureza do pensamento? São poucas as pessoas que refletem sobre a pergunta «o que é um pensamento?» Em que é que consiste este fenómeno que ocorre tantas vezes por dia e ao qual prestamos tão pouca atenção?

Não estar consciente dos pensamentos que surgem nas nossas mentes, nem da natureza do próprio pensamento, possibilita que o próprio pensamento, possibilita que os pensamentos dominem as nossas vidas. Os pensamentos conduzem-nos frequentemente como se fôssemos escravos deles, dizendo nos para fazer isto, dizer aquilo, ir ali, ir acolá.

Os pensamentos, despercebidos, têm muito poder.

Joseph Goldstein em Um Coração Repleto de Paz

Imagem por processingly em Unsplash.

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3 coisas a fazer no caminho para a sua felicidade

coisas

O que é ser feliz e bem-sucedido

Não foi assim há tanto tempo que a quantidade de dinheiro e bens que possuíamos era considerado o único indicador do nosso sucesso. No entanto, hoje em dia, as pessoas procuram um significado mais profundo nas suas vidas, assim como bem-estar. Daí que a frase “O bem-estar é o novo sucesso dos tempos modernos” seja um lembrete de que o modo como nos sentimos é muito mais importante do que o estatuto que mostramos.

Mahatma Gandhi disse: “As suas crenças tornam-se os seus pensamentos. Os seus pensamentos tornam-se as suas palavras. As suas palavras tornam-se as suas ações. As suas ações tornam-se os seus hábitos. Os seus hábitos tornam-se os seus valores. Os seus valores tornam-se o seu destino.” É importante lembrar que as nossas vidas são limitadas apenas pelos nossos próprios pensamentos.

Se as nossas emoções estão ligadas ao nosso sistema neurológico, imunológico e endócrino, então faz sentido que quando sentimos algo, isso crie uma mudança física. Temos então uma escolha: podemos permitir que essa emoção assuma o controle ou usamos o mindfullness para a substituir por pensamentos e sentimentos positivos.

Aqui estão três dicas que lhe permitirão manter seu bem-estar todos os dias:

  1. Torne-se aliado das suas emoções.

Fique sentado tranquilamente durante uns minutos, sem distrações. Concentre-se na sua respiração. Siga o seu ritmo e tente perceber que pensamentos ou emoções atraem sua atenção. Deixe-os tomar forma. Enquanto isso, imagine-se a capturar cada pensamento ou emoção numa bolha.

Assim que a sua mente esteja calma, visualize-se a soprar aquela bolha para longe. Observe-a a subir, mais e mais, até que esta não faça mais parte de si; traga então a sua atenção de volta para a respiração. A sua respiração está mais profunda agora? Mais lenta, talvez? Permita-se alguns momentos para mergulhar nesse sentimento de paz e conectar-se com a sua respiração.

Lembre-se: os seus pensamentos e as suas emoções podem ser melhores amigos. Eles complementam-se e definem as nossas atitudes diárias. Por vezes, em certas situações banais, se o nosso alarme não toca de manhã ou nos aleijamos ao levantar da cama, os nossos pensamentos descem em espiral. Então começamos a preocupar-nos com aquela reunião com o nosso chefe ou com a zanga que tivemos com nosso parceiro a noite passada. Esses pensamentos tornam-se a nossa atitude durante esse dia e seguir-nos-ão como um íman.

  1. Desenvolva a prática da gratidão.

Ao acordar ou antes de dormir, faça uma lista de 10 coisas pelas quais é grato. Ficará surpreso com o quão fácil pode ser quando desaceleramos, observamos e despertamos os nossos sentidos. Andamos sempre a correr nas nossas vidas e perdemos a oportunidade de apreciar as pequenas coisas que contribuem para o bem-estar.

Aqui estão algumas coisas pelas quais se pode sentir grato:

  • Ouvir o chilrear dos pássaros
  • Ter uma boa noite de sono
  • Ter uma cama confortável
  • Alongar o seu corpo (sentindo-se saudável)
  • Beber uma chávena de café acabado de fazer
  • Receber e dar os bons dias à sua família
  • Aconchegar-se com o seu animal de estimação
  • Ver o sol a brilhar através das árvores
  • Chegar rápido ao trabalho num dia sem trânsito
  • Sorrir para um estranho na rua e ele devolver o sorriso
  • Cozinhar e escolher alimentos nutritivos que adora

Os pensamentos não precisam estar associados a algo que aconteceu nas últimas 24 horas. Podemos pensar num amigo querido que não vemos há meses e experimentar sentimentos de profunda apreciação e amor.

Se quiser ir mais além, pratique o sentir gratidão por coisas na sua vida que ainda não aconteceram. Por exemplo: está a trabalhar para publicar um livro. Tire alguns momentos para sentir gratidão por ter se tornado um autor publicado; por outras palavras, sinta como se o que tanto tem sonhado já tivesse acontecido.

Ficará surpreso com o quanto essa prática de gratidão afectará seu futuro.

  1. Conecte-se com a natureza.

Vá lá fora. Até uns cinco minutos durante a pausa do almoço servirão. Se estiver perto de algum jardim, vá até à relva e tire os sapatos. Fique de pé e visualize, sinta ou imagine que tem raízes a crescer nas solas dos pés, conectando-se profundamente com a terra. A cada inspiração, sinta a energia a elevar-se da Terra, espalhando-se por todo o seu corpo até sentir que ela flui para fora dos seus dedos.

Agora visualize, sinta ou imagine seu coração transbordando de gratidão e envie esse amor de volta aos seus pés na terra. Ao fazer isso, concentre-se na sua respiração, tenha consciência dos seus sentidos, sinta o calor do sol no seu rosto, a brisa fresca na sua pele, o som dos pássaros. Expanda a sua consciência e absorva a ligação que está a criar entre a sua mente, o seu corpo e o seu espírito.

 

Fonte: https://www.mindbodygreen.com