Publicado em

As criptomoedas não escolhem sexo

As criptomoedas não escolhem sexo

Quando me cruzei pela primeira vez com a palavra Bitcoin, estávamos no ano de 2012. Era uma palavra desconhecida e misteriosa. Passados 6 anos, é um tema quente. Infelizmente a informação que circula tem sido tão superficial que é mais “desinformação” do que “informação”. Como consequência, muita gente torce o nariz quando ouve a palavra Bitcoin ou Criptomoeda.

Quando decidi escrever o livro Bitcoin – Tudo o que precisa de saber sobre criptomoedas foi precisamente pela enorme carência de informação nesta área.

 

  • O livro Bitcoin foi o primeiro livro em Portugal sobre criptomoedas. Esteve 6 semanas no top 10 de vendas e continua no top 10 dos livros de economia.

 

Felizmente já há muita gente a querer aprender. Já não estamos numa sociedade onde nos podemos dar ao luxo de negar uma nova tecnologia sem primeiro tentar entendê-la. E sim: A Bitcoin e as criptomoedas, são uma tecnologia (entre outras coisas). Provavelmente são a invenção tecnológica mais importante desde os anos 90, e seguramente a tecnologia que mais vai mudar a nossa vida desde o aparecimento da internet. Mas vamos por partes.

Vamos ser claros: aquilo que é comentado nos media, diz respeito à compra e venda de criptomoedas. Essa atividade tem o nome de “trading”. Mas o trading, é algo que já existia muito antes das criptomoedas nascerem. Mais de 99% dos traders do mundo, faz trading com ações e produtos financeiros emitidos pelos bancos.

 

  • O objetivo de um trader, é comprar baixo e vender alto, ganhando dinheiro com essa diferença. Dada a elevada volatilidade no valor das criptomoedas, o trading de criptomoedas tornou-se atrativo para eles.

 

Mas o trading é uma atividade especulativa e as criptomoedas não nasceram para satisfazer os traders. Pelo contrário.

Há cerca de 30 anos, com a massificação progressiva da internet nasceu aquilo que chamámos de “Aldeia Global”. De um dia para o outro o mundo ficou ao alcance de um teclado. As comunicações, a economia, os negócios, as amizades, as notícias, foram globalizadas, mas a moeda não. Passámos a poder comprar coisas em todos os países do mundo (Ebay, Amazon, Ali Baba, etc), mas cada um tem a sua moeda.

 

  • Em 2008, no meio da enorme crise financeira mundial, Satoshi Nakamoto publicava a sua tese num fórum de internet, revelando ter descoberto uma forma de resolver todos os obstáculos à criação de uma moeda eletrónica: trocável diretamente entre pessoas, sem precisar de intermediários. Baseada em criptografia e gerida de forma descentralizada.

 

Mas isto é só a moeda. Há mais… muito mais.
Blockchain: essa palavra, que anda na boca do mundo e que serve de bandeira a todas as grandes empresas mundiais para mostrar que estão a entrar na modernidade.
ICO: A Blockchain e as criptomoedas permitiram a criação de muitos outros sistemas baseados na mesma ideia. Nasceram mais de 1600 criptomoedas diferentes. E não estamos a falar de empresas de vão de escada.

 

  • As ICO são uma forma de empreendedorismo que levanta capital usando criptomoedas como forma de financiamento. As ICO são um sistema semelhante ao crowdfunding, onde os investidores podem financiar qualquer empresa com base no projeto que a empresa se propõe a realizar. Isto permite transformar cada pessoa num Venture Capitalist, retirando o intermediário e retirando as suas enormes comissões de intermediação. Bem como, dando igual oportunidade a todos, (o que antes apenas estava disponível para os grandes investidores ou bancos.)

 

Só no ano de 2017, mais de 5,3 Mil Milhões de Dólares foram levantados por Startups através de ICO’s. Seria de pensar que com a queda de valor das criptomoedas o valor fosse menor este ano. Mas até 31 de Março de 2018 foram 6,8 Mil Milhões de Dólares. Isto significa um crescimento de mais de 500% previsto para este ano. Centenas de empresas nascem todos os meses usando valências e tirando proveito daquilo que as criptomoedas e a bockchain oferecem. Diversos países já estão a tirar partido e a estudar esta nova economia. Cursos estão a ser criados nas melhores universidades do mundo.

Mas não é só no volume de empresas e valores investidos que as criptomoedas revolucionam. É também no pensamento. Confesso que é um mundo fascinante, onde existe uma oportunidade a acreditarmos que podemos reconstruir muita coisa neste mundo. Corrigir muita coisa que está errada. Tornar muita coisa mais justa e equilibrada. Distribuir o poder e a riqueza pelas pessoas.

 

  • Existem ONG’s como a UNICEF, que recebem enormes donativos em criptomoedas, cujo objetivo é conseguir-se controlar de forma clara, exatamente a aplicação desses fundos no terreno.

 

Infelizmente, tal como na grande maioria das profissões tecnológicas, existem significativamente menos mulheres do que homens neste ecossistema. Nos estudos que li até hoje, as mulheres tendem a ser mais avessas a áreas tecnológicas (onde ocupam cerca de 17% do total). O que resulta num número ainda menor quando falamos de cripto e blockchain, onde são estimadas 6% de mulheres.

Ao contrário da maioria dos setores económicos e sociais, o ecossistema das criptomoedas tem um pensamento moderno na sua origem, e uma oportunidade para reconhecer a valia que as mulheres podem representar. E por esse motivo, embora esteja ainda na sua infância, já foram criados fundos e forças de trabalho com o objetivo de motivar, difundir e criar dinâmica junto das mulheres para trazer um equilíbrio que é visto por todos como algo mais rico e saudável. Há vários casos de sucesso de mulheres fundadoras de criptomoedas e promotoras de criptomoedas. Ser mulher não é obstáculo para nada. E num mundo cheio de gente despretenciosa, ambiciosa e sonhadora, não há lugar para sexismo ou pensamentos antiquados. Ser melhor é ser mais plural. As criptomoedas não escolhem sexo. Só escolhem talento.

 

  • Katie Elizabeth (fundadora da StellaEstou fascinada por este mundo, onde podemos trabalhar no campo mais moderno da economia mundial. E o mais fascinante é que esta indústria oferece às mulheres uma nova forma de disputar a liderança sem barreiras.

 

  • O número de mulheres com criptomoedas passou de 6% em Janeiro para 13% em Junho.

 

  • A criptomoeda TEZOS, levantou 232 Milhões de Dólares na sua ICO. De 3 fundadores, 2 são mulheres.

 

  • Maria Prusakova é um valor reconhecido nas criptomoedas. É co-fundadora da Cypto PR Lab, uma “boutique” de aconselhamento legal a blochain e projetos em criptomoedas. O seu networking é altamente valorizado e faz equipa com Karpova, uma business developer de grande experiência.

 

  • Organizações como Mogul’s Woman in Crypto events e Wonam in Blockchain Foundation têm feito esforços para envolver mais mulheres no espaço “crypto”.

 

  •  “Mulheres, estejam atentas às criptomoedas. Caso contrário os homens vão ficar com toda a riqueza outra vez…” – Alexia Bonatsos Venture Capitalist.

 

  • Brit Morin, uma empreendedora de Silicon Valley organizou uma conferência para mulheres que esgotou numa hora. Mudou-se para uma sala maior (para 500 pessoas) e esgotou novamente. E dessa vez emitiu esse evento livestream na internet e teve 16.000 espetadores a assistir.

 

A melhor maneira de aumentar a participação de mulheres no negócio, é falar do excelente trabalho que algumas delas estão a fazer: Athena Capital, com a fundadora Meltem Demirors, Boost VC com a Maddie Callender como diretora de operações. Catheryne Nicholson e Elizabeth Rossiello, respetivamente da BlockCypher e da BitPesa.

Infelizmente não poderei explicar tudo o que é a Bitcoin e a Blockchain neste artigo, mas deixarei os links para poderem acompanhar e saber mais sobre o assunto.

Publicado em

Websummit!

websummit
Websummit!

Há quase 3 anos, quando a Websummit surgiu em Portugal pela primeira vez, foi assunto para manchetes e entusiasmo mediático generalizado.

Foram 4 milhões de visualizações no Facebook live, foram mais de 53 mil participantes em 3 dias, 19 mil jovens com bilhetes “bonificados” e 42% deles eram mulheres. Mais de 600 oradores, 21 palcos e 1500 startups a marcarem presença. Em terra onde o futebol é rei, não podia deixar de haver convidados especiais neste campo, e Luís Figo marcou presença como se não bastasse Ronaldinho. O Pavilhão Altice Arena tornava-se assim anfitrião de um dos mais bem sucedidos eventos mundiais na área de tecnologias. Citando a revista Forbes “A melhor conferência tecnológica do mundo”.

Quando isto aconteceu, vivia-se um ambiente de entusiasmo. Vivia-se a confirmação de que “de facto somos um país a ter em conta”. Algumas manchetes celebravam “Vitória!”(Observador.pt), “Portugal Ganhou!” (Dinheiro Vivo), até se fundaram grupos de facebook e medias sociais para seduzir os líderes da Websummit a vir para Portugal.

Lisboa e Portugal orgulhavam-se de ver reconhecido o seu valor e o seu potencial como “país ideal para organizar eventos internacionais”. “O bom tempo, a boa comida, o saber receber e gostar de receber”. Lisboa estava no mapa do empreendedorismo tecnológico.

“Vencer” a concorrência

Este ano, antes do Websummit vivia-se aquele clima de “se calhar acabou”. Depois de 2 anos a crescer e a fascinar o mundo, acreditou-se que poderia existir demasiada concorrência de outros países a querer “levar-nos” a Websummit. Para alegria nossa e da economia local (e nacional), acabámos por voltar a “vencer” a concorrência e conseguimos aparentemente fazer aquilo que tantas vezes fizemos de forma ineficiente na nossa história. Chegámo-nos à frente, e decidimos investir 11 milhões por ano num evento que deu importantes passos da sua própria história em Portugal. Soubemos agarrar aquilo que ajudámos a construir e mostrámos que temos uma nova mentalidade. A mentalidade de pensar como os “grandes”.

A proposta de 10 anos de Websummit em Portugal é extremamente ousada e ambiciosa. É uma proposta de trabalho, de acreditar, de crescer.

Infelizmente, surgiram logo inúmeras vozes a minimizar o Websummit. Aquilo que antes era um deslumbre e depois passou a ser só excelente, de repente passou a ser ocasionalmente “trivial”.

Pessoalmente deixa-me desgostoso que as conquistas, (depois de conquistadas) passem a ser triviais e a “não ser nada de especial”. Se o objetivo se esgotar em realizar o Websummit, então compreendo a falta de entusiasmo. Mas se tivermos em mente que, com a vinda do Websummit podemos sincronizar estratégias para aproveitar essa “rampa de lançamento” para o reconhecimento internacional, então sim: o saldo parece-me francamente positivo.

Impacto positivo

Só quem já presenciou e frequentou o Websummit pode compreender o impacto positivo que ele traz. Não trouxesse mais nada do que isso, poderíamos ver uma organização exemplar, uma coordenação de esforços e uma lógica de implementação impecável, na qual tudo foi fluído, fácil, simpático, confortável, e (confesso) bonito de se ver.

Parabéns Websummit por conseguirem colocar mais de 70 mil pessoas a circular de uma forma incrível e sem desconfortos de nota.

 

 

 

 

António Vilaça Pacheco, autor do livro Bitcoin, da Vida Self Editora.

Saiba mais sobre o autor deste artigo e o seu livro aqui:

bitcoin

Publicado em

Web Summit Lisbon 2018

summit
Web Summit 2018

A Web Summit é o evento tecnológico de referência este ano. A conferência, de relevo mundial, é novamente em Portugal e a Vida Self vai lá estar para reportar o que de mais relevante acontecer.

A Web Summit é uma empresa de Dublin, Irlanda, que realiza eventos por todo o mundo: Web Summit em Lisboa, Collision em Toronto, RISE em Hong Kong e MoneyConf em Dublin.

A Forbes refere-se a este evento como “a melhor conferência sobre tecnologia no planeta”; a The Atlantic diz que a Web Summit é “onde o futuro vai para nascer”; o The New York Times fala do evento como um “conclave massivo que reúne os mais importantes cardeais da indústria tecnológica.”

Numa época de grandes incertezas para a indústria em geral e para o mundo, a Web Summit reúne fundadores e CEO’s da empresas tecnológicas, startups em rápido crescimento exponencial, políticos e chefes de Estado, investidores influentes e jornalistas de topo para perguntar algo muito simples: para onde seguimos?

Neste evento onde se fará um extenso networking (mais de 70 000 pessoas irão à WS) aprender será a palavra base: em tempos incertos para negócios e tecnologia, irão discursar aqueles  que passam diariamente por grandes desafios e mudanças, indo os tópicos desde deep tech e data science, passando pelo design e sustentabilidade ambiental.

A exposição deste evento é global e estarão presentes mais de 2,500 journalistas de todo o mundo, desde publicações como a Bloomberg, Financial Times, Forbes, CNN, CNBC, e The Wall Street Journal.

 

Datas e horas

05 a 08 de novembro de 2018, no Altice Arena & FIL, em Lisboa.

Horários dos eventos aqui.

Cobertura de imprensa da Self

A Self vai lá estar e vai dar-vos toda a informação sobre o que se está a passar, com reportagens, entrevistas, vídeos, e fotografias, para que não vos escape nada. Fiquem atentos e acompanhem de perto o nosso site e facebook!  Como não poderia deixar de ser, a nossa presença lá terá um foco especial em criptomoedas, sistemas de pagamentos e inovação da blockchain, visto que o autor António Vilaça Pacheco estará bastante envolvido na área de MoneyConf e CryptoConf (no Web Summit).

Novidades em breve!

 

Saiba mais sobre o autor e o livro aqui:

bitcoin

Publicado em

A revolução das microempresas

“Imagine que vive uma vida em que dedica todo o seu tempo àquilo que gosta de fazer.
Imagine que dedica quase toda a sua atenção a um projeto criado por si, em vez de ser uma simples peça numa engrenagem que existe para enriquecer os outros. Imagine que hoje é o seu último dia a trabalhar para outrem. E se, muito brevemente – e não num futuro distante e indefinido –, se visse preparando‑se para trabalhar ligando um computador portátil no escritório de sua casa; dirigindo‑se a uma loja aberta por si; telefonando a um cliente que confia nos seus conselhos úteis ou fazendo o que o leitor quiser, e não o que os outros o mandam fazer?

Milhares de pessoas fazem exatamente isto por todo o mundo, e de formas diferentes. Estão a reescrever as regras do trabalho, tornando‑se patroas de si mesmas e criando um novo futuro. O novo modelo de negócio está a desenvolver‑se a bom ritmo para estes empreendedores inesperados, a maior parte dos quais nunca se viram como homens ou mulheres de negócios. Trata‑se de uma revolução no universo das microempresas; de uma forma de obter bons proventos enquanto construímos uma vida independente e com objetivos.

A revolução no universo das microempresas está a acontecer um pouco por todo o lado, com as pessoas dizendo «não, obrigado» aos empregos tradicionais e escolhendo traçar o seu próprio rumo e criar o seu futuro. As pequenas empresas não são uma realidade nova, mas nunca antes tantas oportunidades se conglomeraram nos locais certos, no momento exato. O acesso à tecnologia tem aumentado exponencialmente, pelo que podemos testar as nossas ideias em termos de mercado imediatamente, sem termos de esperar vários meses para percebermos como é que os clientes potenciais responderão a determinada oferta. É possível, por exemplo, abrir uma conta no site da PayPal em cinco minutos e receber pagamentos de clientes localizados em mais de 180 países.

De várias histórias inspiradoras sobressaem três lições úteis a quem gere, ou pretende fundar, microempresas:

Lição n.º 1: Convergência

A convergência consiste na intersecção entre algo que gostamos especialmente de fazer, ou em que somos especialmente competentes (convém que se reúnam as duas premissas), e aquilo por que os outros demonstram interesse. A forma mais fácil de entender este conceito é considerá‑lo o denominador comum entre aquilo que desperta o nosso interesse e aquilo em que as outras pessoas estão dispostas a gastar o seu dinheiro.
Atentemos na seguinte imagem:

startups

Nem tudo aquilo que desperta as nossas paixões ou para que nos sentimos especialmente vocacionados interessa ao resto do mundo ou é comercializável. Por exemplo, eu posso ser louco por pizas, mas ninguém me vai pagar para as comer. Da mesma forma, também não há ninguém que seja capaz de providenciar soluções para todos os problemas ou de despertar o interesse de toda a gente, mas as microempresas podem prosperar no espaço de intersecção dos dois círculos acima, onde a paixão ou a competência se cruzam com a utilidade.

Lição n.º 2: Correlação de competências

Muitos negócios foram iniciados por pessoas que revelavam competências correlacionadas com as que requeriam os ditos projetos e não exatamente as mais utilizadas nas respetivas áreas. A forma mais fácil de compreender a correlação de competências é pensarmos que, provavelmente, somos bons em mais de uma tarefa. Kat Alder, de origem alemã, era empregada de mesa em Londres quando alguém lhe disse que devia ser muito boa em RP. Não tinha quaisquer conhecimentos nesta área – nem sequer tinha a certeza que RP fosse a sigla para relações públicas –, mas tinha a consciência de que era uma boa empregada de mesa, pois conseguia sempre boas gorjetas e deixava os clientes satisfeitos sugerindo‑lhes itens do menu que sabia que lhes iriam agradar.

Quando foi dispensada de mais um trabalho temporário, desta feita na BBC, lembrou‑se do que lhe tinham dito. Continuava sem conhecer bem a área das RP, mas conseguiu o primeiro cliente no espaço de um mês e acabou por perceber como aquilo funcionava. Agora, passados quatro anos, a sua firma emprega cinco pessoas e opera em Londres, Berlim, Nova Iorque e na China. Kat foi uma excelente empregada de mesa e aprendeu a utilizar as mesmas competências de «relacionamento interpessoal» na publicidade aos seus clientes, criando assim um negócio mais lucrativo, sustentável e divertido do que trabalhar para outrem e repetir ad aeternum a mesma lista de especialidades do dia.

Ao contrário do que se costuma pensar, o empreendedorismo bem‑sucedido não implica necessariamente que sejamos os melhores em qualquer atividade específica. Para sermos bem‑sucedidos em qualquer projeto empresarial, sobretudo naqueles que despertam as nossas paixões, é bom analisarmos cuidadosamente todas as nossas capacidades que podem ser úteis a outros e, em particular, a sua combinação.

Lição n.º 3: A Fórmula Mágica

Se juntarmos as duas ideias anteriores, descobrimos a alquimia das microempresas através da seguinte equação não tão secreta quanto isso:

Paixão ou competência + utilidade = sucesso.

Jaden Hair construiu uma carreira como apresentadora de Steamy Kitchen, um programa e website sobre cozinha asiática. O seu investimento inicial de cerca de 150 euros levou‑a a escrever livros de culinária e rendeu‑lhe propostas para apresentação de programas na televisão e patrocínios de empresas, tudo isto por ter juntado à sua paixão a utilidade para os outros. As receitas que Jaden partilha diariamente com uma vasta comunidade são fáceis de confecionar, saudáveis e muito populares. Aliás, a multidão de admiradores que reúne é de tal forma numerosa que, quando a encontrei – num evento que organizara em Austin –, mal consegui cumprimentá‑la.

Noutro local, Brandon Pearce exercia a atividade de professor de piano e debatia‑se com a parte administrativa do seu trabalho. O seu passatempo favorito era a programação informática, pelo que criou um software para o ajudar a organizar os ficheiros referentes aos seus alunos, aos horários e aos pagamentos. «Completei o projeto sem qualquer intenção de o transformar num negócio», disse‑me, «mas os outros professores começaram a revelar interesse e ocorreu‑me que poderia ganhar algum dinheirito extra com aquilo». Mas o «dinheirito extra» acabou por se transformar num ordenado de funções a tempo inteiro – e até mais! –, situando‑se atualmente em cerca de 23.000 euros por mês. Natural do Utah, Brandon vive agora, com a família, na sua segunda casa, na Costa Rica. Isto quando não andam a viajar pelo resto do mundo.”

Leia mais histórias inspiradoras de pequenos negócios e microempresas no livro Startup, de Chris Guillebeau. Clique aqui.