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O que o faz feliz?

Ser feliz. Desde há gerações que os indivíduos procuram entender o sentido da vida e fazem tudo e mais alguma coisa para tentarem entender de que trata e porque nos encontramos aqui. Alguns viajam em busca de novas experiências e de expansão mental, e outros almejam isolamento na esperança de que a introspeção os conduza às respostas que procuram.

Seja como for que escolha explorar a sua existência, o mais importante é que escolha explorá‐la de todo.

A curiosidade é uma das características permanentes e certas de um vigoroso intelecto.

Samuel Johnson, The Rambler

A vida é curta e o mundo continua sem si quando daqui se for. Com irá agir para fazer a diferença enquanto aqui está? Com o que pode contribuir? Qual é a sua missão na vida? Há uma infinidade de razões para as pessoas fazerem o que fazem. Exemplos de motivações individuais incluem criar segurança pessoal, cuidar de uma família, ser o melhor num dado campo, ajudar os outros, criar um legado que lhe sobreviva e até simplesmente divertir‐se.

Ao prestar uma visão geral a todas as ideias que as pessoas percecionam como cruciais à sua existência, o denominador comum é que toda a gente quer viver com a maior felicidade possível.

Alguns inquéritos contemporâneos sugerem que as pessoas que vivem no mundo desenvolvido estão presentemente no pico da infelicidade e que a população em geral era mais feliz na década de 1950, quando, supostamente, a vida era mais simples. Se isto é verdade, as razões aventadas para o porquê de as pessoas se sentirem mais infelizes do que nunca é o terem mais liberdade e mais opções que nunca, e que a pressão para maximizar essas oportunidades pode levar os indivíduos a debater‐se com o que fazem e o que pensam que deveriam estar a fazer.

Talvez tenham demasiadas opções?

A verdade é que hoje estamos mais equipados que nunca para fazer mudanças na nossa vida. A população está em geral em melhor situação financeira e é mais instruída do que as anteriores gerações, e tem acesso a muito mais recursos e informação que ajudem a influenciar o seu desenvolvimento. O mundo move‐se a passo rápido e isso pode acarretar as suas próprias pressões. O tempo é precioso, de modo que tomar decisões eficaz e rapidamente é crucial. Para se ajudar a tomar decisões mais rápidas, e a tomar as decisões corretas ao longo da vida, há que primeiro ser claro quanto ao que o faz feliz.

A felicidade é por demais intangível, mas você sabe quando se sente feliz e sabe quando não está feliz. A investigação e a experiência mostram que as pessoas colocam mais na vida, e obtêm mais dela, quando podem fazer coisas que lhes dão prazer e que as fazem felizes. Então, se conseguir estabelecer as coisas que realmente o fazem feliz e mais vezes as fizer, obterá instantaneamente mais de cada dia da sua vida.

Introspeção

Ao considerar o que o faz feliz, foque-se não só em gratificação instantânea e no que o faz feliz hoje mas considere igualmente comportamentos que tenham um impacto mais duradouro e experiências recorrentes no tempo que o façam feliz numa base regular.

Tome um momento agora para pensar no que o faz feliz colocando-se as seguintes questões. Tome nota das suas respostas.

▶ Quando foi que me senti verdadeiramente feliz pela última vez?

▶ Onde estava eu?

▶ O que fazia eu?

▶ Com quem estava eu?

▶ O que me faz feliz numa base regular?

▶ Que atividades fazem o tempo voar para mim?

Pense em tantas vezes que se tenha sentido feliz quanto possível. Agora destaque as cinco principais coisas da sua vida que garantidamente o fazem feliz:

1 ……………………………………………………………………………………………………………………..

2 ……………………………………………………………………………………………………………………..

3 ……………………………………………………………………………………………………………………..

4 ……………………………………………………………………………………………………………………..

Agora que sabe o que o faz feliz, tem de se assegurar que faz mais destas coisas regularmente. Para cada uma das principais cinco coisas que o fazem feliz, tome nota da próxima vez que fará cada uma delas. Use o seu diário ou agenda para o ajudar a planear com precisão e para se certificar de que se compromete com cada uma das cinco coisas dentro dos próximos 14 dias. Planeie uma altura específica para cada compromisso.

Agora seja o mais específico possível quanto aos detalhes da próxima ocorrência das cinco coisas que o fazem feliz. Para cada uma das atividades que lhe trazem felicidade, ponha por escrito os detalhes em torno de quando terá ela de novo lugar. Onde estará você, o que estará a fazer e, isto é crucial, do que precisa de tratar agora mesmo para se assegurar de que cada acontecimento tenha lugar? O que pode fazer hoje para garantir que será capaz de fazer as coisas que lhe dão prazer?

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Assumir o controlo — tudo se resume ao planeamento

Este pode parecer um plano forçado e algo condicionado só para fazer umas quantas coisas que gosta, mas quando começar, perceberá como esta abordagem resulta. Em geral, a razão de as pessoas não fazerem bastante do que gostam é o facto de não planearem adequadamente essas atividades. Têm a sua rotina diária mas essas rotinas frequentemente não contêm suficientes coisas que lhes deem prazer. O problema é que essas rotinas se podem tornar profundamente incutidas e, em muitos casos, perpetuarem‑se inconscientemente se as pessoas fizerem muito do que as faz infelizes sem se empenharem devidamente no que fazem ou descobrirem como melhorar as coisas. Seguem simplesmente a rotina familiar e esperam ter tempo para algo aprazível ao longo do caminho.

Por vezes, as pessoas sentem que não podem fazer mais do que lhes dá prazer devido às pressões da vida quotidiana e de as circunstâncias estarem além do seu controlo. Podem sentir-se insatisfeitas, mas não despendem o tempo e esforço necessários a focar-se no que poderia ser diferente.

Tendem a seguir padrões de comportamento inconscientes pois estes padrões não requerem que se pense grandemente. Os problemas surgem quando estes padrões familiares podem eventualmente deixar as pessoas frustradas e infelizes.

Para mudar a situação, precisa de trazer os seus padrões de comportamento ao pensamento consciente. Precisa de examinar e analisar o que faz, o que não está a resultar para si, e questionar que padrões de comportamento poderiam ser mais benéficos. O processo acima pode fazer exatamente isso. Torna conscientes novas estratégias, de modo que saiba precisamente o que terá de fazer a fim de tornar a vida diferente e mais enriquecedora. A vantagem mais entusiasmante deste processo é que, ao examinar o que não resulta, fazer um esforço consciente para estabelecer novas abordagens e padrões de comportamento e depois pô-los em ação, você pratica o que resulta até que se torne o seu comportamento inconsciente. Poderá retornar a não ter de pensar tão a fundo em tudo o que faz pois estará então a seguir novos e positivos padrões de comportamento inconscientes que lhe dão o que quer.

Jeff Archer

Em Seja o Seu Próprio LifeCoach

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Qual a melhor nutrição para mim? Premissas essenciais.

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Qual a melhor nutrição para mim? Premissas essenciais.

Há cerca de 12 anos atrás, fui diagnosticada com uma doença auto-imune que mudou a forma como escuto e nutro o meu corpo. A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica que causa muito desgaste emocional e muita limitação quando está na fase aguda. Quando as dores são fortes e constantes, ficamos dependentes de ajuda externa para realizar gestos simples e diários como apertar um botão ou calçar os sapatos.

A doença está inativa há alguns anos porque eu escolhi assumir responsabilidade pela minha saúde e dediquei-me a estudar os possíveis gatilhos das doenças auto-imunes. Neste caminho eu descobri um dos fatores que contribuiu muito para a minha recuperação: a nutrição.

A informação à qual temos acesso hoje em dia é tanta e tão diferente, que por vezes sentimo-nos perdidos e confusos. O objetivo deste artigo é desmistificar este tema e criar linhas orientadoras de como escolher a melhor nutrição para nós.

A nutrição convencional seguiu durante décadas, uma abordagem com recomendações iguais para todos, independentemente da individualidade metabólica e genética e do histórico de saúde de cada um. Somos todos indivíduos únicos e não há uma dieta que seja saudável para todos. Um alimento pode beneficiar uma pessoa e pode prejudicar outra. Por esta razão, é importante uma nutrição individualizada tal como a nutrição funcional.

O objetivo da nutrição funcional é manter ou melhorar a saúde de uma pessoa usando informações relevantes para recomendar um plano específico de dieta e nutrição.

Existem várias considerações para determinar a melhor dieta para uma pessoa, tais como a saúde digestiva, a genética, o microbioma, o estilo de vida, os hábitos alimentares, a atividade física, os exames laboratoriais, as deficiências nutricionais, os sintomas que a pessoa sente e muito mais.

Um plano dietético personalizado pode ser útil no caso de doenças, para apoiar pessoas com necessidades nutricionais especiais como grávidas e séniores ou para quem pretende melhorar o seu bem-estar e energia.


Embora a nutrição funcional seja importante, não é necessário nem possível sermos todos especialistas no assunto para mantermos a nossa saúde. Existem algumas premissas básicas que todos devemos seguir:

  1. Há vários alimentos considerados inflamatórios, que devemos procurar reduzir ou eliminar. São eles: os açúcares, os hidratos de carbono refinados, as gorduras processadas e hidrogenadas, o peixe de aquicultura, a carne e os laticínios convencionalmente criados e alimentos processados. Estes alimentos são altamente inflamatórios e contribuem para o aparecimento de doenças crónicas (1), tais como: cancro, diabetes, doenças cardíacas, hipertensão, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, obesidade e doenças auto-imunes.
  2. Substituir produto alimentar por alimento. Quando escolhemos alimentos processados, estamos muitas vezes a ingerir calorias vazias, ou seja, são produtos alimentares que não contêm nutrientes o que fará com que o nosso corpo esteja constantemente com “fome”, pois não está a receber a matéria-prima que necessita para se reparar e regenerar. Como é que distinguimos produto alimentar de alimento? É muito fácil! O produto alimentar contém um ou vários alimentos que não estão na sua forma natural, ao passo que o alimento está na forma que o encontramos na natureza. Usar esta premissa numa ida às compras no supermercado, ajuda-nos a fazer escolhas mais saudáveis.
  3. A origem dos alimentos que consumimos, especialmente da carne e do peixe, determina se o alimento será benéfico ou o contrário. Devemos procurar consumir carne de pasto, do campo ou de animais selvagens e peixe do mar. Se o acesso a estes for difícil, é preferível reduzir a quantidade destas proteínas, substituindo-as por outras fontes.
  4. A quantidade de macronutrientes que consumimos também é determinante para a nossa saúde. E neste tema há vários mitos envolvidos, nomeadamente, sobre a gordura. O meu conselho para a generalidade da população portuguesa é seguir o conceito da dieta mediterrânica, a dieta mais estudada e comprovada de que promove a saúde e a longevidade. Do ponto de vista alimentar esta dieta caracteriza-se pelo consumo de produtos frescos, produzidos localmente, de acordo com as estações do ano. Os macronutrientes e as suas fontes vão variando consoante a localização, mas há um fator comum. Nesta dieta, o consumo de hidratos de carbono refinados é muito baixo o que, comparado com o cenário da alimentação atual, é muito diferente. E este é um dos grandes problemas da saúde mundial que está relacionado com várias doenças do foro metabólico como a obesidade.

O cenário em Portugal

Segundo o Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) em 2018 existiam 3.9 milhões de portugueses (57,8% da população) com pelo menos uma doença crónica. Este aumento das doenças crónicas está amplamente relacionado à obesidade, que geralmente é o resultado de um estilo de vida pouco saudável e de uma dieta pobre.

O Retrato da Saúde 2018 é um documento do Sistema Nacional de Saúde que nos mostra dados alarmantes sobre a saúde dos portugueses e especialmente sobre a saúde das crianças. Neste documento podemos ler o seguinte:

  • 5,9 Milhões de portugueses têm excesso de peso e 25% destes são crianças;
  • 8 em cada 10 idosos apresentam excesso de peso;
  • Os indivíduos menos escolarizados apresentam, maior prevalência de excesso de peso e de obesidade abdominal;
  • Apenas 41,8% dos cidadãos apresenta uma prática regular de atividade física, desportiva e/ou de lazer programada
  • 17% da população portuguesa ingere pelo menos um refrigerante ou néctar por dia;
  • O contributo dos alimentos dos grupos doces, refrigerantes (não incluindo néctares), bolos (incluindo pastelaria), bolachas e biscoitos, cereais de pequeno-almoço e cereais infantis para o consumo de açúcares simples é de 30,7%;
  • Um em cada dois portugueses não ingere a quantidade de produtos hortícolas ou de fruta recomendada pela OMS;

Apesar de vivermos durante mais tempo graças aos avanços na medicina no sentido de uma melhor gestão das doenças, isto não significa que vivamos com mais qualidade de vida, pelo contrário. Estes estudos mostram-nos que é urgente cuidarmos da saúde dos portugueses e, pessoalmente, acredito que só se consegue através da informação e da educação. É importante valorizarmos a sabedoria ancestral que se perdeu e que nos permitiu sermos saudáveis durante milhares de anos, e passá-la às gerações mais novas para que possam semear a mudança.

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Dança Feminina

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Dança Feminina, com Lisiane Moresco

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Dias: todas as 5as feiras

Horário: 19h-20h

Valor por pessoa: 35 €

Local: Cowork da Praia Hub (novo espaço no Alto dos Lombos, em Carcavelos)

Morada: Rua Nova (antigo lote 19) nº 1, Loja 1 B Alto dos Lombos 2775-674 Carcavelos (ao lado da clínica veterinária)

Incrições: geral@vidaself.com

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A dança é uma arte lúdica e efémera que tem a capacidade de envolver todo o ser na sua prática de forma intensa. Ela exige que nos expressemos através do nosso corpo, onde geralmente guardamos nossos bloqueios e crenças. Por esse motivo, essa arte nos pede abertura para libertar-nos para saborearmos prazer de soltar-se na dança, sentir-se pertencente a ela.

A dança desbloqueia o físico, o mental e o emocional, que estão ligados; Proporciona prazer consigo e com seu corpo;
Ativa os chakras – centros de energia vital;
Estimula a criatividade, entre outros benefícios como aumentar a capacidade respiratória e desenvolver os grupos musculares internos como o pilates, e a perda de peso e definição muscular inerentes a qualquer atividade física.

Esse projeto propõe um estudo de vários ritmos que são dedicados ao feminino para atingir esse grau de liberdade e disponibilidade corporal para viver a dança de forma prazerosa e transformadora.
• Danças Circulares
• Dança do Ventre
• Dança Flamenca ligada ao feminino
• Danças Africanas
• Dança Criativa

Os encontros terão início na quinta –feira dia 07 de Marco de 2019, como um presente pelo Dia Internacional da Mulher! Se presenteie! (09/03).

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Biografia da professora:

Formação Acadêmica:
Licenciatura em Dança;
Especialista em Projetos Sociais;
Especialista em Arte e Cultura Afro e Indígena brasileiras;

Experiência:
– 7 anos de experiência como professora de dança do ventre (em escolas e como personal);
– 6 anos como coreógrafa e bailarina no grupo Maracatu Truvão, em Porto Alegre;
– Simultaneamente, professora de escolas municipais atendendo a crianças de 6 a 9 anos;
– Criação e atuação como coreógrafa e bailarina do grupo Kwanzaa Danças Brasileiras que teve duração de 4 anos, sendo incorporado pela Secretaria de Educação no ano de 2016.

Ferramentas Complementares:
– Reikiana
– Taróloga

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Estilo Pessoal: Sente que não tem um estilo definido?

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Estilo Pessoal: Sente que não tem um estilo definido?

Quer entre clientes, quer entre amigas, oiço muitas vezes afirmações como: “Preciso mesmo de definir um estilo!” ou “O meu estilo é uma confusão”.

A grande questão que se coloca é: “Qual é o meu Estilo Pessoal?” Não é fácil responder a esta questão de forma objectiva e concisa, o que gera alguma confusão e atrapalhação na escolha diária da roupa e nas compras.

Também é uma dúvida que se coloca constantemente? Sente que não tem um estilo pessoal bem definido e isso deixa-a frustrada e desanimada?

Essa sensação é muito mais comum do que pensa… Mas não fique desanimada, pois resolução para essa insegurança e frustração é mais fácil do que parece! Existe algo essencial a referir e que será o centro de toda esta questão:

Cada mulher é especial, com um Estilo Pessoal muito único e igual a nenhum outro!

O que é que isto quer dizer realmente? Na minha opinião não existe a necessidade de catalogar o Estilo Pessoal de cada mulher. Nem sequer é benéfico definir um estilo muito rígido e manter-se fiel para todo o sempre.

O Estilo Pessoal de cada uma de nós, na maioria das vezes, vai caracterizar-se por ser uma mistura de vários estilos, conjugada de acordo com a personalidade e estilo de vida. A esta mistura poderá chamar o seu Estilo pessoal.

Por isso, é muito natural que pense que o o seu “estilo é uma confusão”. Pois, na verdade, o seu Estilo Pessoal não é nada linear e objectivo. Assim sendo, pode identificar no seu guarda-roupa peças de vários estilos, podendo ou não haver um que seja predominante.

Além disso, é perfeitamente normal que possa ter peças bem diferentes para ocasiões diferentes, como por exemplo, o estilo a adoptar num emprego formal não deverá ser igual ao estilo que pode ter nas suas folgas. Ou o estilo que escolhe para uma festa não será igual ao estilo certo para uma reunião de negócios, etc, etc…

Tendo tudo isto em conta, a minha sugestão é:

Não tente definir um estilo único e rígido. Siga a sua personalidade e misture à vontade peças de diferentes estilos. No entanto, não se esqueça de avaliar com bom senso o local ou ocasião e escolha algo adequado.

O resultado final será o seu Estilo Pessoal, a sua marca no mundo!

Irá mostrará aos outros quão especial é!

Estilo Pessoal: uma mistura de diferentes estilos

Pode fazer misturas mais suaves, ou seja, entre estilos mais parecidos, por exemplo, conjugando umas calças de ganga casual com uns ténis desportivos; ou misturas mais contrastantes, ou seja, entre estilos mais distintos, conjugando um vestido feminino com blusão de cabedal mais roqueiro.

Use a imaginação, experimente várias coordenações e, principalmente, divirta-se!

Quer saber como pode criar o seu Estilo Pessoal único e especial?

Beijinhos,

Rita C.

Fonte das imagens: https://pt.pinterest.com/consultoriadeim/style-it/

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Estilo Pessoal inconfundível: 10 passos essenciais

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Workshop gratuito

Estilo Pessoal inconfundível: 10 passos essenciais

com Rita Completo

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Dia: 23 de março

Horário: 10h-12h

Valor por pessoa: gratuito

Local: Cowork da Praia

Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos

Incrições: geral@vidaself.com

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Sente que não tem um Estilo Pessoal definido? Sente uma grande dificuldade na altura de escolher o que vestir todos os dias?

Este workshop é para si!

O seu Estilo Pessoal é uma forma de comunicar aos outros que é uma pessoa única e especial. É a sua marca pessoal e deve reflectir a sua personalidade e tudo que a tornam tão singular. Acima de tudo, e muito mais do que moda, o Estilo Pessoal é uma questão de atitude!

Neste workshop ficará a saber quais os 10 passos essenciais para que o seu estilo Pessoal seja verdadeiramente inconfundível e lhe possa dar a confiança que merece. Um verdadeiro guia passo-a-passo para que possa fazer este percurso com segurança e de forma certeira!

Biografia da formadora:

Rita Completo – «Sou consultora de imagem e ajudo mulheres a criar um Estilo Pessoal inconfundível e mostrarem ao mundo (e a si próprias) a sua melhor versão! Conheci a Consultoria de Imagem quando eu própria senti que precisava de ter um Estilo Pessoal coerente com a minha personalidade. Uma imagem que reflectisse verdadeiramente a minha personalidade, o meu ser. O impacto em mim foi tão grande que, desde então, a minha missão é ajudar outras mulheres a conseguirem este equilíbrio entre a sua beleza interior e exterior, aumentando a sua auto-estima e confiança. Sou uma mulher prática, decidida, animada e optimista. Gosto imenso de conhecer outras pessoas e partilhar experiências e vivências… Aprender um pouco todos os dias!! Acima de tudo, adoro ajudar e consigo fazê-lo sendo consultora de imagem.»

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Guarda-roupa cápsula: construa o seu!

cápsula
Workshop
Guarda-roupa Cápsula: Construa o seu!
com Rita Completo

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Guarda-roupa Cápsula é um termo já muito falado nas redes sociais e cada vez mais as mulheres têm curiosidade em experimentar. Conhece este conceito?

A ideia é escolher um número restrito de peças para usar durante um período de tempo estabelecido, criando uma cápsula dentro do guarda-roupa total. O que faz bastante sentido, uma vez que, maior parte das mulheres, usa apenas uma pequena percentagem do seu guarda-roupa, sendo que o restante apenas está a ocupar espaço e a desconcentrar na altura da escolha, fazendo com que percam muito tempo a escolher e, no fim, acabam por usar as mesmas peças. O objectivo principal é descomplicar!!

Quem não quer ter um guarda-roupa simples, prático, funcional e que apela bastante à criatividade?? Quais os benefícios de um Guarda-Roupa Cápsula?

  • Guarda-roupa mais prático e fácil
  • Guarda-roupa mais versátil e económico
  • Facilidade de escolher os looks diários
  • Looks mais criativos e interessantes
  • Auto-estima melhorada
  • Poupar dinheiro em compras desnecessárias

Neste workshop vamos construir o SEU GUARDA-ROUPA CÁPSULA! Preparada?

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Dia: 6 de abril

Horário: 10h-12h

Valor por pessoa: 20 €

Local: Cowork da Praia

Morada: Praça do Junqueiro, nº3, Loja B, 2775-597 Carcavelos

Incrições: geral@vidaself.com

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Biografia da formadora:

Rita Completo – «Sou consultora de imagem e ajudo mulheres a criar um Estilo Pessoal inconfundível e mostrarem ao mundo (e a si próprias) a sua melhor versão! Conheci a Consultoria de Imagem quando eu própria senti que precisava de ter um Estilo Pessoal coerente com a minha personalidade. Uma imagem que reflectisse verdadeiramente a minha personalidade, o meu ser. O impacto em mim foi tão grande que, desde então, a minha missão é ajudar outras mulheres a conseguirem este equilíbrio entre a sua beleza interior e exterior, aumentando a sua auto-estima e confiança. Sou uma mulher prática, decidida, animada e optimista. Gosto imenso de conhecer outras pessoas e partilhar experiências e vivências… Aprender um pouco todos os dias!! Acima de tudo, adoro ajudar e consigo fazê-lo sendo consultora de imagem.»

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Pessoas tóxicas: Cara ou coroa?

tóxicas

Vamos pensar sobre: pessoas tóxicas.

CARA

Todos nós já lemos artigos, livros ou ouvimos alguém falar sobre este tema. Pessoas tóxicas são aquelas que, de alguma forma, conseguem entrar no nosso espaço pessoal deixando-nos desconfortáveis e recorrentemente com a sensação de cansaço. Diria que, mais que entrar, essas pessoas impõem-se no nosso espaço. Têm por hábito comparar-se a outras pessoas, exagerar no relato dos seus desafios e costumam apresentar-se com uma postura negativa.

É usual encontrar como solução o afastamento. Quando se trata de indivíduos que não têm impacto diário ou regular na nossa vida esta solução é viável. E quando falamos de familiares, amigos e colegas? Aqui o desafio é maior. Não existem formulas mágicas, atalhos ou soluções fáceis. O caminho pode passar (1) pela reflexão sobre a postura da pessoa em causa e perceber se há ou não uma maneira de ajuda-la e (2) perceber que aprendizagem ou exemplo traz esta situação. (3) Parece-me ainda importante entender porque esta pessoa tem este impacto, estaremos a abrir demais o espaço pessoal ou é um tema que ressoa e é preciso trabalhá-lo?

COROA

E porque todas as moedas têm duas faces. Convido-vos a pensar no lado que não costuma ser exposto.

E eu? E tu? Seremos pessoas tóxicas? Temos comportamentos tóxicos que influenciam a vida e bem-estar de alguém? Quando foi a última vez que te colocaste neste papel?

Se existem pessoas tóxicas e queremos melhorar significativamente o nosso contexto é importante colocarmo-nos em causa. Se é simples? Não. Se é necessário? Sim.

Hoje deixo este desafio: tira 30 minutos, pensa nas pessoas que te são próximas e que convives diariamente e coloca esta pergunta: Que tipo influência tenho na vida dos outros e que exemplo quero dar?

Este exercício trará mais consciência daquilo que atrais, se estás alinhado com os teus valores e se deves adaptar o teu comportamento em algumas situações ou com pessoas especificas.

Recordando a máxima de Gandhi: sê a mudança que queres ver no mundo.

 

(este artigo rege-se pelo antigo acordo ortográfico)

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Histórias que a bloqueiam: mude a sua vida

histórias
Pare de contar histórias que a bloqueiam

De várias maneiras, a nossa vida emocional não é nada mais do que uma coleção de histórias que nos contamos sobre nós próprios. Quer nos mostremos como vítimas ou vitoriosos, espectadores ou actores principais, os nossos mundos internos são apenas uma coleção de narrativas sobre as coisas que aconteceram connosco e o modo como respondemos a elas.

Mais especificamente, a maneira como nos sentimos sobre as nossas vidas é uma questão das histórias que nos contamos repetidas vezes.

Reflita por um momento: quais são as histórias que conta sobre si? Como é que se percepciona?

Além das narrativas reais, pode aperceber-se que tem certos sentimentos que sente mais do que outros e isso traz emoções fortes, que podem ser … Frustrada. Impotente. Estagnada.

Essas coisas, tanto as histórias como os sentimentos que temos sobre elas, tornam-se marcas bem impregnadas nos nossos cérebros: os neurónios desenvolvem caminhos num certo sentido e quanto mais eles o fazem, o mais provável é que repitam esse caminho novamente.

Mas o que é mais interessante é que essas histórias não são necessariamente a verdade, e essas emoções são muitas vezes nada mais do que o hábito. Além disso, o facto de as marcas serem tão profundas significa que estamos mais propensos a continuar a criar o mesmo tipo de situações repetidamente (circunstâncias que nos fazem sentir, digamos, frustrados, impotentes ou estagnados) apenas porque é familiar. É o que conhecemos.

Dar a volta

Quer dar a volta à sua vida? Podemos mudar a maneira como nos sentimos sobre ela e, em seguida, começar a mudar as nossas próprias experiências atualizando essas mesmas histórias. É como uma atualização de software. É assim:

Pegue num diário e pense numa história sua que não a faz sentir-se bem – algo que faça parte do pior da sua banda sonora pessoal. Agora, faça a si mesma as seguintes perguntas:

  • Existe outra maneira de eu poder dizer a mim mesmo esta história? Existe outra versão dos eventos que também seja verdadeira?

Aqui está um exemplo: uma história antiga como “Os meus pais costumavam esquecer-se de me ir buscar depois da escola quando eu era criança; isso fazia-me sentir não amada e descartável” poderia tornar-se “Na verdade, quando penso nisso agora, ocorre-me que os meus pais deviam andar muito sobrecarregados, talvez essas ausências de espírito deles não tivessem nada a ver com a quantidade de amor que sentiam por mim”.

  • Ao contar a história de modo diferente, como é que isso muda a maneira como se sente em relação à sua vida?

Existe alguma coisa que pode fazer diferente agora que tem uma nova história para contar? Seja criativa. Como poderia agir agora se nunca tivesse contado essas histórias originais? Convidaria a tal pessoa para sair? Pediria a tal promoção que quer? O céu é o limite.

Agora, mude de raciocínio por um momento. Pense numa emoção que sente com frequência e da qual gostaria de ser libertada. A tristeza? A raiva? Faça uma pausa para se concentrar nessa emoção, e depois faça a seguinte pergunta:

  • Esse sentimento faz-me lembrar o quê? Qual é a minha lembrança mais antiga ao ter esse sentimento?
Você consegue!

É hora de abraçar a ideia de que essas histórias e sentimentos não precisam mais de a definir.

A boa notícia é que o cérebro é “plástico”, uma maneira elegante de dizer que pode criar novas histórias e conexões neurais a toda a hora.

Como seria a sua vida se contasse a si mesmo apenas histórias positivas sobre as suas capacidades? Como pode fazer as coisas de maneira diferente? Poderá sair e experimentar novos tipos de comportamentos?

Anseie para conhecer então a sua nova versão.

 

 

Fonte: https://www.mindbodygreen.com

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A minha presença no teu tempo

tempo

À beira da morte ninguém quer morrer. Mesmo quem sofre e não encontra sentido à vida, perante uma situação de possível morte o seu instinto de sobrevivência surge com toda a garra. Mas a vida dói. Custa. Ouvi uma entrevista onde se dizia que todos choramos, mas uns choram sozinhos e outros em companhia. Veio-me à memória uma pessoa que, em terapia comigo, de lágrimas no rosto, disse: ‘só consigo chorar aqui, contigo’.

Há quem recorra à psicoterapia porque é o único lugar onde se sente vista, ouvida, reconhecida como um ser importante, especial, com valor. É o único lugar onde alguém está ali para elas, a dedicar 100% da sua atenção, uma hora da própria vida a ouvir as suas histórias, repletas de dor e, algumas vezes, também de alegria. Uma hora da própria vida de que não me arrependo de dar, mesmo se chegando ao leito da minha morte me perguntassem se gostaria de recuperar aquele tempo.

Voltaria a dar o meu tempo àquelas pessoas porque não lhes estou a dar apenas o meu tempo, mas algo que considero muito mais precioso: a minha presença. É uma forma de cuidar do outro e, simultaneamente, de mim. E quando sentimos que cuidamos de nós, também na relação com o outro, não há espaço para arrependimentos. A nossa presença no tempo do outro, no nosso tempo. A presença de estarmos conectados com o nosso interior, com o que sentimos perante os estímulos que nos chegam de fora… como é que a sua história se reflete na minha? Qual o impacto que a sua tristeza e a sua dor têm em mim? Que pensamentos ativam os meus? O que é que isto tudo diz sobre mim? E como posso cuidar disso para crescer e ser um ser humano melhor, mais feliz?

O que é estar com o outro? O que é dedicarmo-nos ao outro? Dizem que o tempo é o bem mais precioso que temos e, por consequência, o maior presente que podemos dar a alguém. O tempo não volta atrás. O tempo não se recupera. O tempo desaparece para sempre. Cada minuto que passa é menos um minuto de vida que temos. Se nos focarmos verdadeiramente na importância que o tempo tem, talvez consigamos usá-lo de forma mais consciente, da forma como queremos viver todos os minutos que nos restam. Para isso temos de estar presentes. Para isso temos de ser presentes. Para isso temos de olhar, viver, sentir o momento presente, o tão badalado ‘aqui e agora’.

Quando nos focamos nas necessidades do outro e lhes damos parte do nosso tempo de vida, vamos exigir-lhe algo em troca, mesmo que inconscientemente. É inevitável. É a expectativa que criamos das relações. Dar para receber. É o mecanismo que conhecemos: ajudar, cumprir com uma obrigação, sermos úteis, caso contrário somos egoístas ou sentimos uma culpa que nos corrói. Mas e o que é estar numa relação onde acima de tudo nos respeitamos a nós próprios, nos valorizamos e nos tratarmos bem? O que é estar com o outro simplesmente porque queremos, porque nos faz bem, porque nos enriquece a alma? O que é estar com o outro sem desculpas, sem favores, sem obrigações, mas simplesmente porque sim?

O que é estar com o outro porque nos queremos pôr em causa e abrir a novos pensamentos, novas sensações e assim alargar o nosso campo de consciência? O que é estar com o outro porque nos faz rir, nos faz refletir, nos faz companhia enquanto choramos? O que é estar com o outro em presença, onde nos olhamos, nos vemos, nos sentimos e assim ficamos? O que é estar com o outro nessa plena liberdade de escolha, fruto exclusivo do nosso desejo e vontade de estar? Aí estamos a dar-nos ao outro e, simultaneamente, a receber porque nos estamos a dar a nós, pelo que deixa de haver espaço para exigências ou carências.

Num registo bastante comum, passamos do querer as coisas depressa, a fazer as coisas à pressa, e ao esperar que o tempo passe… Consumimos o tempo sem a nossa presença, vamos sobrevoando pelas pessoas que se cruzam connosco na vida sem as sentirmos, sem nos sentirmos. O que é estar com alguém que atende um telefone e fica na conversa como se não estivéssemos ali? O que é estar num messenger e receber a mensagem errada porque o outro estava a escrever a mais pessoas?

O que é ouvir uma pergunta repetida porque a nossa resposta não foi ouvida? Qual a presença do outro enquanto diz estar connosco? Que sensação de presença temos quando chegamos a casa e ninguém lê o vazio no nosso olhar? Ou o contrário: o que é estar em relação com alguém em plena ausência? É simplesmente trairmo-nos a nós próprios. É estarmos desligados de nós, é andarmos distraídos da vida, é não usufruir do maravilhoso presente que é o tempo.

A nossa vida, o nosso tempo, sem a nossa presença não tem valor. Estar presente é estar em contacto com o que se passa dentro de nós à medida que vamos acolhendo o que se passa fora de nós. Estar presente é estar conectado consigo próprio e devolver ao outro as nossas sensações, respeitando as ressonâncias internas que se vão tendo neste diálogo entre o exterior e o interior. Estar presente é sentir a nossa presença e a do outro, é entregar-se a esse espaço criado por ambos.

Quantas vezes estamos com alguém e sentimos ter perdido tempo? Para não perder esse tempo é necessário sentir que se ganhou e só se ganha quando sentimos que aquele encontro nos enriquece, nos muda, nos faz pensar, nos faz sentir. Só se ganha quando nos partilhamos, sem desculpas, sem favores, sem justificações, mas simplesmente porque sim. Porque quero estar presente no teu tempo e no meu.
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Voltar a casa, depois do Irão

irão

«Recusava-me, pura e simplesmente, a acreditar que existisse de facto um país tão completamente mau. Fui porque estava convencida de que tinha de haver mais qualquer coisa. E porque gosto de ir à procura de santos onde me dizem que há demónios.» Alison Wearing em Lua de Mel no Irão

As minhas viagens nunca começam no dia em que parto. Começam quase sempre no momento em que decido que um dia irei a um determinado lugar.

Às vezes, o tempo que medeia entre a decisão e a partida é curto — um par de meses ou uma mão cheia de semanas. Como aquele Verão em que um namorado fez um estágio nos EUA e fui visitá-lo a Boston. Ou a noite de réveillon em Portugal, em que uma amiga me desafiou a festejar a chegada do ano do Dragão em Pequim. Pouco depois, aterrava na China. São oportunidades que decido agarrar, pretextos para passar algumas semanas em cidades que não eram prioritárias.

Outras vezes, entre o desejo e a concretização da viagem podem passar-se muitos anos. Foi o que aconteceu com o Brasil. Não sei apontar exactamente quando nasceu o sonho de lá ir. Talvez ele já estivesse no meu ADN. Julgo ter sido concebida ao som de uma bossa nova ou de um samba. E se não foi isso que aconteceu, ter desembarcado numa casa onde, para além dos meus pais, viviam Caetano, Betânia, Chico, Tom, Vinícius, Jorge, Erico e José Mauro bastou para marcar o meu destino. Sempre que estudava os Descobrimentos na escola, a ideia de ir ao Brasil era uma borboleta a voltear no meu estômago e quando finalmente lá pus os pés pela primeira vez, aos vinte e dois anos, Salvador da Baía era-me tão familiar que me convenci que já lá estivera noutra vida.

As minhas viagens começam quando uma notícia, um documentário, um filme, uma fotografia, uma música, um livro — quase sempre um livro! — ou até mesmo alguém que admiro me inculca uma imagem na cabeça e começo a ver-me nesse lugar: Stone Town porque lá nasceu Freddy Mercury; Roben Island onde Nelson Mandela esteve preso dezoito anos; São Paulo, para visitar o Museu da Língua Portuguesa; Brasília, por causa da Catedral de Niemeyer; a Cidade Proibida, que me foi apresentada por Bertolucci; as cataratas de Iguaçú por causa da música de Morricone; a Patagónia depois de ler Chatwin; Goa graças a Gonçalo Cadilhe; a Sinagoga dos Portugueses, em Amesterdão, por causa do romance de Yalom; os tenements de Nova Iorque explicados no livro de Augias.

E depois, durante as viagens, quando estou finalmente nos sítios com que tanto sonhei, tenho de fazer um exercício constante de tomada de consciência e dou por mim a repetir mentalmente: “Eu estou aqui. Tenho os pés aqui. Toco nestes muros com as minhas mãos. Respiro este ar. Mergulho nestas águas. Quero recordar para sempre as cores deste quadro, o aroma desta cidade, a musicalidade deste idioma que não entendo, este sabor que demoro a identificar. Experiencio em primeira mão, não há intermediários, fotografias, filmes ou livros. Eu estou aqui”. Procuro manter-me alerta, não deixar escapar nada, demorar-me, diluir-me. E agradecer o privilégio. Tudo foi possível porque persisti no sonho e agi para concretizá-lo. Mas também porque outros factores que não controlo se conjugaram na perfeição. Por isso, agradeço.

As minhas viagens nunca terminam no momento em que chego a casa. Nos primeiros dias acontece-me rejeitar a minha realidade. Não ligo a televisão, não ouço rádio, vou pouco à rua, não quero saber de nada, faço-me bicho do mato. Quando voltei da Argentina, resgatei um velho CD de Andrés Calamaro, que pus a tocar em loop, para que o seu sotaque porteño continuasse a embalar as minhas horas. Depois de Marrocos, condimentei durante meses os pratos mais rudimentares com uma mistura de especiarias para tagines. Regressada da China continuei a comer em tigelas e com pauzinhos. Voltei à Índia nas páginas d’ O Tigre Branco, à África do Sul com Um Longo Caminho Para a Liberdade, ao Brasil a cada romance de Jorge Amado e ao Japão pela mão de Banana Yoshimoto. O meu corpo deixara estes países, mas a minha alma continuava lá.

Decidi em 2001 que visitaria o Irão. Devo-o a Alison Wearing e ao seu livro Lua de Mel no Irão, que comprei por impulso no dia 6 de Agosto daquele ano, atraída pela capa. O que mais retive deste relato de viagem foram as pessoas, o surpreendente povo iraniano que até então era para mim apenas o eco das notícias: uma amálgama de gente ignorante e retrógrada, subjugada pela teocracia islâmica radical que lançara uma fatwa risível contra Salman Rushdie. Alison Wearing, contudo, levou-me a descobrir o Irão para além dessa ponta do icebergue e aguçou-me fatalmente a curiosidade. Uma curiosidade que sobreviveu a quinze anos, um mês e dezoito dias de espera. Aterrei em Teerão na manhã do dia 25 de Setembro de 2016.

Quantas vezes podemos nós alimentar expectativas em relação a um país durante anos, demorar meses a planear e a limar as arestas do roteiro, dissecar guias de viagens, vasculhar sites e blogues com as aventuras dos outros, requisitar livros na biblioteca, ver filmes e fotografias e falar com nativos expatriados, para depois chegar lá e ver as expectativas ultrapassadas? Talvez muito poucas. Mas foi o que me aconteceu. As três semanas que passei no Irão roçaram a perfeição. E não imaginam o quanto fui feliz.

E sim, as paisagens são estarrecedoras; os monumentos, deslumbrantes; a gastronomia, delicada; a mescla das heranças persa e árabe, fascinante. Toda a cultura iraniana, nas suas variadas formas de expressão, é riquíssima, sedutora e naturalmente próxima da portuguesa nalguns aspectos. Mas o que me arrebata são as pessoas. As pessoas para além dos seus líderes políticos e religiosos, da geopolítica, das intrigas internacionais, do petróleo, da energia nuclear, da corrupção. As pessoas que me deram as boas vindas ao Irão todos os dias ao passear pelas ruas, me abriram as portas das suas casas, me serviram chá, me deram de comer e me permitiram ver através dos seus olhos um país que grande parte do mundo teima em distorcer. As pessoas como eu, que vivem o seu dia a dia o melhor que podem e que, tal como eu, só querem ser felizes apesar de tudo.

Mas desta vez o regresso a casa foi diferente. Mal entrei no avião da British Airways que me trouxe de volta, as primeiras palavras que dirigi ao comissário de bordo foram para perguntar se podia tirar o hijab. Depois de levantarmos voo e o sinal do cinto se ter apagado, fugi para a casa de banho numa ânsia de despir a túnica lúgubre comprada em Yazd, que me disfarçava a formas do corpo. E ao chegar a casa liguei o rádio que debita as músicas mais comerciais e lancei-me sobre a televisão, vagueei pelas centenas de canais, voltei às séries do costume e vi vários filmes de enfiada, não sem antes ter saído à rua exibindo as cores garridas que adoro e o cabelo recém lavado, que deixei secar ao ar livre. Desta vez não houve qualquer sentimento de nostalgia ao ver o país afastar-se pela janela do avião, nem me fechei na minha “bolha” ao chegar. Pelo contrário, precisei sofregamente da minha realidade comezinha, do que de mais imediato e fácil ela tem para me oferecer. Sem grandes cogitações, nem filosofias. Apenas alívio.

Tudo nesta vida é discutível. Quiçá, o conceito de liberdade à cabeça. Muitos tratados já foram escritos sobre este tema e muitos outros se seguirão. Os mais cépticos (ou os mais cínicos?) dir-me-ão, por exemplo, que o meu sentimento de liberdade é ilusório. Ser-se-á realmente livre em Portugal? Bem, se compararmos com o que testemunhei no Irão dir-vos-ei sem dúvida que sim. E por que razão me atingiu particularmente a falta de liberdade no Irão se já visitei outros países de povos amordaçados? Talvez porque nunca antes tivesse sentido verdadeiramente o peso da discriminação com base no meu sexo.

Senti-a primeiro no que é mais superficial e visível — o vestuário. Precisaria de mais tempo para experienciar a opressão diária das iranianas para além das camadas de tecido negro que as cobrem. Porém, é ingénuo pensar que o hijab e o chador são apenas roupa. Não são. São o sintoma mais evidente da repressão constante a que as mulheres estão sujeitas por força dos costumes e das leis feitas pelos homens (e tristemente defendidas por uma certa franja de mulheres…). No mínimo o hijab e o chador são um dos muitos sintomas da falta de liberdade de escolha. Que o digam algumas das iranianas que viajaram comigo no avião: preferiram livrar-se dos lenços e acompanharam as suas refeições com um copo de vinho.

Precisamente quinze dias após o meu regresso a Portugal comecei a ler O Menino de Cabul. Sabia que pelo menos parte do romance se passaria no Afeganistão. O que eu não sabia é que estava prestes a voltar ao Irão pelas mãos de Khaled Hosseini. Bastou que mencionasse o mármore de Isfahan, a mesquita de Mashad, o bazar de Teerão e que um personagem se despedisse de alguém com um “Khodafez” — que Deus te guarde — para que um dique se abrisse no meu peito: senti saudades pungentes do Irão! E soube que precisava de escrever este texto.

Sim, o Irão tem muitos demónios. Que país, não os tem? Mas o Irão tem muitos mais santos, santos que para mim têm nomes e rostos muito concretos, santos que eu quero na minha vida. Peço-lhes desculpa pela minha ignorância e arrogância, declaro-lhes o meu fascínio pela sua terra e espero, com humildade, que me abram as portas das suas casas pelo menos mais uma vez. Porque haverá sempre mais qualquer coisa para ver, aprender e compreender melhor.

Quero voltar ao Irão. Hei de voltar ao Irão. Inshallah!