Publicado em

O supermodelo que se tornou Yogi…Cameron

Cameron

Alguns de nós podem lembrar-se de Yogi Cameron, também conhecido como Cameron Alborzian, do video “Express Yourself”, da Madonna. Ele também foi destaque numa das campanhas impressas mais memoráveis ​​da Guess Jeans de 1988-92. Na verdade, ele foi um dos primeiros supermodelos do sexo masculino, trabalhando para estilistas tão notáveis ​​como Versace, Gaultier, Dior e YSL.

A sua aparência é eclipsada pela sua energia pacífica e presença brilhante.

CameronYogi Cameron nasceuno Teerão, filho de uma inglesa e de um pai iraniano. A revolução começou quando ele tinha dez anos e os seus pais rapidamente o enviaram para um internato na Inglaterra. Tendo tido uma vida familiar próxima, esta alteração foi uma grande mudança. “Foi um momento impactante que me mostrou que, mesmo que você tenha todo o amor no mundo, algo mais pode surgir na vida e mudar as suas circunstâncias dramaticamente. Você precisa de confiar em algo mais divino do que os seres humanos “.

Em 1986, depois de frequentar uma faculdade de desporto para estudar medicina desportiva, ele foi abordado enquanto caminhava pelas ruas de Londres para ser modelo. “Eu disse:” Claro! “Durou 12 anos”, explica Cameron. O seu sucesso no mundo da moda levou-o a um evento de beneficência na África do Sul, onde conheceu Nelson Mandela. Este foi outro ponto de viragem na sua vida: “Olhei para todas aquelas pessoas geniais à minha volta a sala e pensei: Chegamos a este momento de transição onde Mandela acaba de ser libertado da prisão depois de 27 anos e se tornou o Presidente da África do Sul. Ele era um homem muito pacífico. Eu já fiz tudo o que eu precisava fazer no mundo da moda. Agora, precisava encontrar o meu propósito.”

No início Cameron não sabia o que era esse propósito. Trabalhou num restaurante e depois tornou-se professor de ioga. Posteriormente, Cameron, que já conhecia o Ayurveda, encontrou uma escola no sul da Índia, candidatou-se a um programa de formação e foi aceite. “Deixei a vida ocidental para trás durante sete ou oito anos. Aprendi medicina ayurvédica. Aprendi o caminho do Yoga e fui ensinado por um guru. Decidi voltar aqui porque o meu guru, o Dr. Vasudeva, o guru de Arsa Yoga, me enviou “, explica Yogi Cameron,” eu não queria sair de lá. Pensei: “Estou aqui e estou feliz. E eu estou feliz por apenas ser feliz. “E o meu professor disse:” É por isso que tens de ir. Seres modelo não foi por acaso. Recebeste esse rosto para que possas influenciar  os ocidentais de uma maneira que eu não posso. Tu podes influenciar jovens, idosos; eles irão conectar-se contigo.”

O efeito da prática espiritual de Yogi Cameron é claramente evidente, em grande parte devido à sua disciplina. Ele diz: “A disciplina é a espinha dorsal do progresso. Se tornarmos algo importante para nós, nós conseguimos fazê-lo. Se não for importante, não acontecerá. Se a vida de alguém é futebol e é importante para si, ele não perderá o Super Bowl. Estará lá e provavelmente preparou-se para isso, abdicando de outras coisas.”

Os ensinamentos de Yogi Cameron estão disponíveis nos seus dois livros publicados: Desperte o Guru que há em Si é um guia de princípios ayurvédicos e de yoga simples e um manual para incorporá-los na vida quotidiana. O  seu livro mais recente, O Verdadeiro Plano: é um guia de semana a semana para restaurar a sua saúde natural e felicidade, é um plano passo a passo para encarnar e praticar os sutras de yoga de Patanjali no quotidiano.

Prática diária para quem trabalha das 9 às 5

O maior benefício de uma carreira é a capacidade de incorporar a rotina pessoal na rotina profissional. O maior obstáculo é que o trabalho e a viagem ocupam uma parcela tão grande do dia – às vezes dez a onze horas. A seguinte rotina é sugerida para aqueles que trabalham em num trabalho de 9 para 5 ou algo parecido.

Manhã
Desperte entre as 5:00 e as 7:00 da manhã. Deixe tempo suficiente na sua manhã e pratique rituais de limpeza e óleo e também pratique exercícios de postura, respiração e concentração.(Isso provavelmente exigirá pelo menos 45 minutos ou uma hora para praticar com consciência adequada. Se o seu horário de viagem matutino já exige que você se levante intensamente cedo e não o deixe sem tempo, tente pelo menos praticar a respiração no carro, no comboio ou em qualquer outro modo de transporte que você use.)

No fim da manhã
Se possível, tente guardar pelo menos três horas desde que você acorda até comer a primeira vez, mesmo que isso aconteça já no trabalho. Isto é ideal para que a força digestiva aumente um pouco com a atividade da manhã.

Tarde
Se você fizer uma pausa para o almoço, passe pelo menos cinco ou dez minutos em silêncio. Isso irá ajudá-lo a processar a sua carga de trabalho da manhã e centrar-se em si mesmo para estar fresco  durante o resto do tempo antes de ir para casa.

Tarde
Se você não chegar a casa até as 7:00 ou as 8:00 da noite, ou mesmo depois, faça uma refeição ligeira na sua viagem para que não tenha que comer tão perto da hora de dormir.

Período noturno
Tente passar pelo menos dez minutos em silêncio antes de entrar no período da noite e construir a sua força de vontade contra hábitos destrutivos, como a ingestão de álcool ou outros estimulantes, uma quantidade excessiva de tempo a ver televisão ou computador, ou mesmo uma quantidade excessiva de tempo  a falar ou a ler. Vá para a cama entre as 9:30 e as 11:00 da noite.

Se você achar que não tem tempo na sua vida, então a maneira como você utiliza o seu tempo provavelmente precisa ser revista. Deve haver sempre tempo para a sua saúde e espiritualidade.

Os rituais de limpeza e óleo, exercícios de pós, respiração e concentração, bem como “prática de construção de fundação”, são todos explicados em detalhes nos seus livros.

texto adaptado de um artigo de Dale Nieli, em www.layoga.com

Publicado em

Yoga

ioga

Aulas de Yoga
Segundas-feiras das 19h às 20h
Quartas-feiras das 9h às 10h
Quartas-feiras das 19h às 20h

Hoje “a saúde não é só ausência de doença ou enfermidade mas também um estado de bem-estar total físico, mental e social”, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Quando pratica Yoga, vai eliminando todos os obstáculos que impedem o bom funcionamento do corpo. Elimina as tensões e as emoções que o bloqueiam.

O cérebro tem a capacidade de produzir por si as substâncias de que o corpo necessita: ansiolíticos, antibióticos, antidepressivos… Assim como de multiplicar células necessárias para combater o que não é bom para o nosso corpo. Mas, para isso, temos de deixar o cérebro funcionar, o que nem sempre acontece.

As aulas de Yoga são compostas por Asanas (Posturas físicas), Pranayamas (técnicas de respiração), Relaxamento ou Meditação e Mantras. A Meditação é uma boa ferramenta para que o cérebro possa desempenhar a sua função de corrigir os desequilíbrios do corpo.

Trabalhar a flexibilidade e força do nosso corpo físico, dá força e flexibilidade à nossa mente e ao nosso coração. Qualquer trabalho físico feito no Yoga tem uma correspondência a nível Espiritual. O corpo é uma ferramenta para chegarmos ao nosso propósito.

Condições:

1x por semana: 30€
2x por semana: 45€ (10% de desconto em workshops da professora, no nosso espaço durante o ano de 2019)
Livre transito: 60€ – (Acesso a qualquer aula e 15% de descontos nos eventos)

Inscrições: geral@vidaself.com

—————–
Cristina Coelho

Osteopata, especializada em osteopatia visceral, craniana, ginecológica, gestacional e pediátrica. Formadora e massagista de massagem terapêutica, desportiva, ayurvédica e indiana. No entanto, apaixonei-me pelo yoga desde o início.

Portanto, procurei um curso de Yoga com uma forte componente terapêutica, para que pudesse ajudar os meus pacientes. Pouco depois de começar, incentivada pelos meus professores, comecei a ensinar Yoga, procurando cativar os alunos e transmitir conhecimento. Comecei a ensinar ioga em 2007 e nunca parei desde então.

O Yoga tornou-se o meu equilíbrio. Ao invés de uma filosofia, um modo de vida, o Yoga tornou-se parte de quem eu sou.

Graduei-me como professora de Ioga e em yogaterapia na Associação Europeia de Terapias Orientais (uma escola com certificação internacional RYS200). Fiz um curso em Hatha Yoga com Pedro Kupfer, Anusara Yoga e vários cursos de Power Yoga.

Formada em 2018 em Flyfit (AeroPilates, AeroYoga e AeroDança).
Instrutora de Pilates formada na Promofitness com a Patricia Alves e Antonio Carvalho. Mais recentemente Instrutor de Sup Paddleboarding e Sup Yoga.

Como adoro trabalhar com crianças, acabei por fazer cursos específicos, como Yoga para bebés e Ioga infantil. Trabalhar com crianças faz-me sentir que estou a trabalhar no nosso futuro.

www.cristinaluiscoelho.com
https://www.facebook.com/cristinaluiscoelho.com
https://www.youtube.com/user/crisluis71
https://www.instagram.com/crisyoga

Publicado em

“O importante é ajudar a pessoa a criar ferramentas para si mesma” Conversas com Cristina Coelho

Estivemos à Conversa com Cristina Coelho, professora de Yoga. Para a Cristina o Yoga tornou-se o seu equilíbrio. Ao invés de uma filosofia, um modo de vida, o Yoga tornou-se parte de si.

Cristina, és Osteopata, especializada em osteopatia visceral, craniana, ginecológica, gestacional e pediátrica e és formadora e massagista de massagem terapêutica, desportiva, ayurvédica e indiana. Como é que nasce o teu caminho com o Yoga?

A formação de Massagem Ayurvédica (massagem originaria da India) abriu-me a mente e despertou a minha curiosidade sobre tudo o que vinha daquele país.

A própria massagem tem uma componente de alongamentos passivos que fazemos ao paciente, que vem de posturas de Yoga. Daí começar a pesquisar e escolhi tirar um curso de Professor de Yoga e Yogaterapeuta, inicialmente para utilizar as ferramentas que o Yoga possui para as minhas terapias.

Rapidamente comecei a dar aulas pois a vontade de poder passar o conhecimento e bem estar às pessoas à minha volta foi sempre uma preocupação minha.

Acho importante ajudar as pessoas com as minhas terapias, sejam elas consultas de Osteopatia ou massagem. Mas acho que o mais importante é não criar dependências, mas sim ajudar a pessoa a criar ferramentas para ela própria, para autoconhecimento.

Podemos dizer que o Yoga significa algo diferente de pessoa para pessoa? O que significa Yoga para ti?

O Yoga é sem duvida uma prática individual. Muita gente procura o yoga por razões físicas, outras emocionais, espirituais e algumas porque houve “um médico que disse que me faria bem” .

Cada pessoa tem o seu objetivo porque o Yoga é completo. Trabalha toda a componente física, mental e espiritual. A própria palavra Yoga significa “União”.

Para mim o Yoga foi o meu equilíbrio na minha vida. A prática de meditação diária, o trabalho físico das posturas aliado às técnicas de respiração, permite me todos os dias um autoconhecimento mais profundo, um equilíbrio emocional e mental, saúde e bem estar, e principalmente uma paz interior que hoje em dia não é fácil manter.

Às segundas e quartas dás aulas de Yoga, no nosso espaço em Carcavelos. Que benefícios, impacto pode ter a prática do Yoga na nossa vida?

A prática regular de Yoga tem imensos benefícios, mas eu resumiria da seguinte maneira: melhora o funcionamento do corpo e proporciona maior equilíbrio emocional, tranquilidade e alegria de viver.

Publicado em

O que o Ioga nos ensina: o controlo (ou a falta dele)

controlo

09Costuma dizer-se que não podemos controlar as coisas que nos acontecem; apenas o modo como lhes reagimos. É verdade, mas também podemos controlar o modo como agimos antes de elas acontecerem. Podemos poupar para estar preparados para uma emergência financeira; podemos cuidar da nossa saúde para evitar doenças; podemos ter um plano geral delineado para a nossa vida. Será que tudo isso evita que passemos pela adversidade? Claro que não.

Uma pessoa poupada pode de repente contrair uma dívida gigantesca, uma pessoa saudável pode sofrer de uma doença grave, e os planos… valem o que valem. Mas e se essas pessoas não estivessem preparadas para o infortúnio, sequer? Se eu nunca tivesse poupado, como iria começar a pagar a dívida? Se me aparecesse um cancro e eu já fosse uma pessoa com a saúde debilitada, como iria combatê-lo? Se eu não tentasse sequer planear a minha vida, como conseguiria ter um rumo?

O ioga diz-nos que é o nosso ego quem nos dá a ilusão de controlo sobre o mundo exterior; que na realidade, esse controlo nunca existiu.

Mas também nos incentiva a dar o nosso melhor e a responsabilizarmo-nos pelas nossas atitudes, a criar objetivos e trabalhar para os conseguir. Aquilo que fazemos nas aulas, nomeadamente as posturas, é algo que nos ensina muito mais do que uma forma de alongar ou torcer o corpo. Quem já praticou asanas, sabe que é preciso passar por uma fase de preparação, ou aquecimento, em que vamos dialogando com o corpo e relaxando-o para que ele esteja preparado quando chegar a altura de fazer algo mais complexo.

Depois, quando estamos na postura propriamente dita, fora da nossa zona de conforto, muitas vezes até com dores e a pensar que não temos força para aguentar nem mais um segundo naquela posição tão estranha, o nosso corpo agradece-nos por nos termos preparado antes. E nós descobrimos que se conversarmos com ele mais um pouco, até conseguimos aguentar mais um bocadinho. E mais um bocadinho. E mais um bocadinho. E descobrimos uma força que nem sabíamos que tínhamos. Ou não, talvez naquele dia não conseguíssemos fazer aquela postura, de todo, e tivéssemos de parar. E também não haveria problema. No entanto, o que aconteceria se não nos tivéssemos preparado, sequer? Muito provavelmente, lesionávamo-nos. Independentemente do resultado final, o importante é que não nos magoamos e aprendemos algo novo sobre o nosso corpo, porque nos preparamos. Está a ver onde quero chegar?

Numa aula de ioga, descobrimos muitas vezes que não somos tão fracos como pensamos; que a nossa resistência à dor é muito maior do que esperávamos e, idealmente, trazemos isso para o resto da nossa vida e usamos essa preparação e resistência para lidar melhor com as adversidades.

Não podemos viver com medo, mas também não podemos nem devemos viver com desleixo. Cruzar os braços e lamentarmo-nos de que nada nos corre bem ou que nunca conseguimos o que queremos porque temos azar ou porque o mundo está contra nós é apenas uma forma de fugirmos à nossa própria responsabilidade. Devemos a nós próprios esforçar-nos, lutar e preparar-nos… para o que der e vier.

Publicado em

O regresso ao tapete

tapete

Sempre que volto ao tapete de ioga, há um misto de familiaridade e entusiasmo por algo novo. A verdade é que nunca sabemos que sensações a prática nos vai trazer. É um reencontro com nós próprios, uma reunião onde não só voltamos a encontrar o nosso ser mais profundo, mas também descobrimos tudo o que mudou. Um músculo mais tenso, uma dor que não sabíamos que ali estava, ou até uma flexibilidade e força que finalmente se começam a instalar mais profundamente do que imaginávamos. Mas mais do que as sensações físicas, há todo um conjunto de emoções que só pode ser vivido por quem pratica.

Comecei a praticar ioga aos dezanove anos. Tenho agora trinta e quatro. Entre vários professores e escolas e, muitas vezes, na prática solitária em casa, fui descobrindo que o nosso corpo, o nosso espírito, todo o nosso ser, não são iguais todos os dias. Bastam 24 horas de intervalo entre a prática para notar a transformação. Se hoje estou mais nervosa e menos flexível, amanhã talvez esteja relaxada e consiga fazer as posturas com toda a facilidade. Se um dia estou mais frustrada, no outro sinto aquela alegria interior que nenhum acontecimento externo me poderia trazer.

Então e quando se passam vários meses ou anos sem voltar ao tapete? Aí, as coisas tornam-se mais complicadas. Em 2013, fui uma de muitos jovens que se viram forçados a emigrar. Mas ao contrário de muitos, que se sentiram mais realizados lá fora, eu senti-me perdida, arrancada de tudo o que me era familiar. E ao fim de algum tempo, senti que eu já não era eu. Foi nesse dia que decidi voltar ao tapete, ao fim de mais de um ano de paragem. E aí notei todas as diferenças: toda a tensão que se tinha
acumulado, todas as dores que se tinham tornado mais intensas, a força que já não era a mesma, o corpo que já não parecia o meu. E o espírito? Era como se nem lá estivesse. Toda a alegria que sempre senti na minha prática tinha desaparecido. Conseguia descontrair ligeiramente, mas era mais pelo cansaço do que propriamente por voltar a encontrar aquela paz de espírito há muito perdida. Pensei até que já nem gostava de ioga como dantes, ou que já não era capaz de me sentir em harmonia. Porque eu já não era eu.

Mesmo assim, não deixava de praticar sempre que me sentia mais tensa. A minha sanidade mental dependia disso. Até ao dia em que finalmente voltei para casa. A minha casa: o Porto. Mas aqui não havia tempo para voltar ao tapete, havia amigos e família para reencontrar, uma cidade para redescobrir (e como ela se transformou nos últimos anos!), uma vida para recomeçar. Passaram-se meses, mas aos poucos, acabei por voltar à minha prática. Desta vez, não por me sentir vazia ou em busca de algo, mas por estar feliz e pronta para me reencontrar. E emocionei-me quando percebi que afinal eu não tinha desaparecido, estava apenas diferente. Diferente, amadurecida, mas feliz como outrora e com um renovado entusiasmo pela prática e tudo o que ela implica.

Atrevo-me a dizer que o tapete de ioga é um barómetro da felicidade. Ou no mínimo, do nosso estado de espírito e do estado físico do nosso corpo. Já desenrolou o seu hoje?
Publicado em

O que a respiração pode fazer por nós

respiração

«Gerir emoções e pensamentos, estados de espírito que vão oscilando ao longo do dia através da respiração. A grande vantagem da respiração é que está sempre connosco, aliás sem ela não existimos, e podemos utilizá-la com vários propósitos, tornando-a nossa companheira inseparável.

O poder de observarmos a respiração

A respiração pode ser uma aliada muito importante no nosso dia-a-dia. Quando nos predispomos a observar de forma consciente a respiração estamos a parar e a dar atenção a nós próprios. Através da respiração, ligamo-nos às sensações que temos no corpo, às emoções e aos pensamentos. Experimenta observar agora a tua respiração. Que sensação notas? Como te sentes? Observar a respiração é mesmo uma paragem que nos possibilita estarmos atentos a nós, percebermos melhor o que se passa connosco face às situações que nos rodeiam e responder com mais assertividade.

Também a forma como respiramos (rápida ou lenta, com ou sem interrupções, recorrendo mais aos músculos da região torácica ou abdominal) permite apercebermo-nos do nosso estado. Quem é que quando está nervoso, nunca notou a respiração mais rápida e a acontecer principalmente ao nível do tórax?

Tornar a respiração um acto consciente

Na prática do yoga tenta-se que a respiração esteja sempre presente de forma consciente e se, para um praticante iniciado, pode parecer difícil coordenar respiração e movimento, à medida que a prática vai sendo integrada, a respiração torna-se o seu ‘motor’ onde cada movimento flui ao ritmo da inspiração ou da expiração. Este fluir onde se conjugam movimento e respiração traz-nos uma sensação de bem-estar, faz-nos centrar e ligar a nós próprios. Se não sentes o que estou a dizer, experimenta fazer um exercício muito simples: coloca-te de pé com os braços para baixo. Quando inspirares sobe os braços, pelo lado, acima da cabeça e quando expirares baixa os braços, pelo lado de modo a voltarem à posição inicial. Repete as vezes que te apetecer. Notaste alguma diferença na forma como te sentias antes e depois do exercício?

Alterar a forma da nossa respiração para nosso benefício

Se conseguirmos parar para observar a nossa respiração, bem como apercebermo-nos do nosso estado de espírito, podemos alterar a forma como estamos a respirar para nos ajudar a lidar com a situação. Por exemplo, quando estamos sob stress, lembramo-nos de respirar mais lenta e profundamente recorrendo à respiração abdominal? Desta forma, preparamo-nos para responder com maior controlo e assertividade.

No yoga existem práticas especificas de respiração, designadas por Pranayama (Prana – energia vital; ayama- controlo, expansão), onde a forma como inspiramos e expiramos (de forma mais rápida ou mais lenta, com ou sem retenção da respiração, por uma ou ambas as narinas) nos permite, dependendo de cada caso, aquecer ou arrefecer o corpo, revigorar a mente, tornar a mente mais calma melhorando a clareza e concentração mental, libertar tensões, estimular a circulação sanguínea, limpar as vias respiratórias e inclusive aumentar a capacidade pulmonar. Estas práticas são muito eficazes e notam-se os seus benefícios de imediato no corpo e mente, sendo que estes efeitos são transportados, para além da prática, para a nossa vida do dia-a-dia.

​Sugestão:

Experimenta focar-te na respiração várias vezes ao longo do dia, fazendo mini paragens (por exemplo de 1s) que te permitem desligar do que estás a fazer e tomar consciência de ti próprio. Vê como te sentes ao longo do dia e como está o teu nível de energia ao fim do dia.»

Joana Reis, instrutora de Yoga